DO TEXTO:
Daí que não seja de admirar que por esta altura muitos de nós, parafraseando o poeta Luís de Camões, sintamos "um contentamento descontente", ou um...
Como é sublime a natureza humana e como é triste que a tal titulatura, raramente corresponda igual excelência
Durante a época natalícia, a fraternidade é a palavra de ordem, embora saibamos que quase sempre é momentânea e, pior do que isso, não chega a todas as casas, em especial àquelas cujos tetos são suscetíveis de desabarem em países em guerra que os mais velhos e poderosos, muito bem resguardados no conforto das suas casas, obrigam a juventude a nela participarem com base em ideologias políticas e religiosas que, se compreendidas à luz dos conhecimentos dos séculos passados, são em pleno século XXI um paradoxo na medida em que, ao contrário do que seria de esperar, evolução não é sinónimo da inteligência humana, quando muito apenas da artificial, como vimos constatando.
Daí que não seja de admirar que por esta altura muitos de nós, parafraseando o poeta Luís de Camões, sintamos "um contentamento descontente", ou um "solitário andar por entre a gente".
Vem esta introdução a propósito de, precisamente também por esta altura, o luso-brasileiro Portal Splish Splash receber e-mails com mensagens que nos fazem pensar como é sublime a natureza humana e como é triste que a tal titulatura, raramente corresponda igual excelência.
Podíamos citar vários exemplos, mas para não nos estendermos demasiado no texto, vamo-nos cingir apenas aos dois últimos que recentemente recebemos, sem, por motivos óbvios, identificarmos os signatários.
No dia 19 de dezembro estarei realizando o maior sonho da vida de minha mãe: assistir ao show de Roberto Carlos, em Aracaju, Sergipe!
Fizemos uma vaquinha na família, e compramos os dois ingressos, o meu, e o dela. Minha mãe tem 64 anos, mulher forte do Sertão, com uma história de vida sem igual. Abandonada pelo marido, passou fome, morou na rua, e mesmo assim criou seus quatro filhos, e nunca desistiu. Venceu, e hoje todos os seus filhos estão formados, são professores, e doutores, graças ao nosso maior exemplo: minha mãe!
Se alguém da equipe puder ler esta mensagem, será um milagre de Deus, e gostaria da sua ajuda para tirar uma foto de minha mãe com o Rei Roberto Carlos. Será um momento histórico para a vida de minha mãe, esta sertaneja guerreira, minha rainha!
Deus vos abençoe!
Atenciosamente,
Muito a custo, respondi ao remetente o que sempre respondo nestes casos: Que ao contrário do que se possa pensar, o Portal Splish Splash, apesar de ter sido criado em honra de Roberto Carlos, já lá vão 15 anos, não tem qualquer ligação direta ou indireta com Roberto Carlos e nem sequer com a sua equipa de apoio, pelo que lamentamos nada podermos fazer para ajudar na tentativa da realização de tal sonho.
Contudo, sugerimos o contato direto através de meios acessíveis ao público, augurando a maior sorte.
Porque nestes momentos a esperança é a última a morrer, abstivemo-nos de dizer que seria mais fácil encontrar uma agulha em palheiro do que o seu pedido ser atendido, assim como mais fácil é rever o Rei no camarim quem já o viu uma, duas, sei lá quantas vezes, do que quem nunca com ele esteve, mas enfim, temos a certeza que pudesse o Roberto e ele receberia todos sem exceção, com a simpatia e o carinho que todos lhe conhecem.
Entretanto, ao escrever estas letras, lembrei-me de enviar um e-mail ao remetente, perguntando-lhe o resultado do contacto. Perguntei apenas por perguntar pois já adivinhava que o resultado não teria sido positivo. Só não adivinhei, mas devia ter adivinhado, que pior do que uma resposta negativa foi o facto de não ter havido sequer resposta alguma e interrogo-me como é possível que ao serviço do Rei possam estar pessoas que atuam perante os outros de uma forma que não seria de esperar de quem trabalha para alguém com créditos sobejamente conhecidos no que à sensibilidade se refere, sendo que uma resposta, mesmo negativa, é sempre um mal menor para quem a recebe. Mas agora parece que é moda fazer de conta que nada se recebeu para se evitar o trabalho da resposta, ainda que tal resposta pudesse basear-se no que se diz: que o Rei já não recebe ninguém no camarim, ou, ao menos, a chamada resposta "Chapa 3" usada para todo o género de perguntas, mas enfim...
No dia 19/12 fiz 60 anos. Por incrível que pareça senti uma leveza imensa. Ou seja, o peso da idade não me afetou.
Acordei bem, disposta para ir ao trabalho e não pensei, refleti ou fiquei triste como sempre acontece nesta época.
Porém, existia um motivo que me deixava ansiosa: o show de Roberto Carlos aqui em Salvador no dia 21/12 que me dei de presente.
O local foi a Arena Fonte Nova, que fica a 10 minutos da minha casa.
Comprei o ingresso no dia e hora que abriram as vendas. Mas, não foi tão simples. Não tinha companhia e logo fiquei preocupada em voltar sozinha para casa.
Enquanto me resolvia, percebi que todas as cadeiras azuis e amarelas estavam vendidas. Me desesperei! Minha filha, querendo comprar e eu não decidia. Ela não esperou minha decisão e insistiu até alguém desistir e compramos a cadeira C80, Terceira fila do Setor Azul e bem em frente ao meio do palco.
Nenhum dos meus familiares foram. Seria eu e Deus no meio da multidão.
Contando os dias e horas, na véspera do show cai uma chuva muito forte em Salvador, afetando a rede elétrica em alguns pontos da cidade. Fiquei apreensiva! Rezei e pedia pra Deus parar a chuva ou que o show fosse cancelado.
Chega o dia e as notícias não são boas! Chuva durante o dia e noite. Iria ver o meu amado com chuva mesmo. A noite chegou e a chuva era uma leve garoa. Fui alegre, nervosa, tensa e muito feliz!
Quando vi que a minha cadeira era muito próxima do palco e que o veria muito perto, aí foi que o nervosismo aumentou.
Entra nosso querido maestro. Inicia o show com a maravilhosa orquestra e logo depois anunciam a entrada do Roberto. Falta energia e ele não entra. Foi mais 15 minutos de espera.
Quando, enfim, ele entra, as emoções se misturavam dentro de mim. Eu não sabia se chorava, se filmava, se sorria ou cantava. Foi uma emoção que não tem palavras que descreva.
Ele estava ali, em minha frente. Em vários momentos nossos olhares se cruzavam, ele sorria, acenava e eu estava a ponto de desmaiar.
Nova falta de energia. Teve chuva, teve umas formigas com asas que tomaram conta do palco, fazendo com que ele se debatesse, saísse do palco por exatamente 3 minutos mas, nada, nada, nada, tirou o brilho e a emoção desse show.
Estou em êxtase! Na hora que ele começou a cantar Jesus Cristo, começou a correria para a frente do palco. E, claro, fui!
Estava tão perto, e queria vê-lo muito mais perto ainda. Ele se aproximou mais e fiquei frente a frente com meu amor de toda a vida. As flores caiam de todos os lados, e lógico que sonhava em pegar nem que fosse uma pétala. E não é que eu aceno e ele joga uma para mim?! Mas, aparece um homem e pega a minha rosa. Tinham muitos homens que empurravam demais as mulheres. O Roberto pedia calma o tempo todo. Eu me afastei e logo depois fui embora. Encontrei uma moça com uma rosa e lhe pedi uma pétala. E ela me deu!
Agradeci tanto a Deus por ter realizado o meu sonho de ver o meu amor tão perto. Só queria compartilhar com você esse momento de muita felicidade.
Impressionante o relato desta admiradora de Roberto Carlos que recebe uma rosa das mãos do Rei e que alguém a rouba de imediato, fazendo lembrar aquela parte da letra da canção "Pega Ladrão" que diz que "não pode um coração alguém roubar".
Depois, a uma fã que tinha na mão uma das tão almejadas rosas, pede uma pétala, como se ao menos, em dia tão memorável, uma pequena parte do Rei pudesse levar com ela.
Agora, digam lá, se, depois de tudo, a fã não merecia do Roberto não uma rosa, mas sim uma ramo delas?
Atente-se no último parágrafo do texto. Apesar de todas as contrariedades, a fã agradece a Deus por ter realizado o seu sonho de ver o seu amor tão perto. Curioso este "tão perto", como se se referisse a um frente a frente com Roberto Carlos no camarim. Imaginem se fosse! A rosa era a meta que logrou alcançar, pena que apenas por breves instantes.
Valeu a pétala dada por uma outra fã, como que a querer dizer que, no fundo, o tempo não estava assim tão ruim em Salvador.
Roberto Carlos - Eu Ofereço Flores (Áudio Oficial)
Como é sublime a natureza humana e como é triste que a tal titulatura, raramente corresponda igual excelência
No dia 19 de dezembro estarei realizando o maior sonho da vida de minha mãe: assistir ao show de Roberto Carlos, em Aracaju, Sergipe!
Fizemos uma vaquinha na família, e compramos os dois ingressos, o meu, e o dela. Minha mãe tem 64 anos, mulher forte do Sertão, com uma história de vida sem igual. Abandonada pelo marido, passou fome, morou na rua, e mesmo assim criou seus quatro filhos, e nunca desistiu. Venceu, e hoje todos os seus filhos estão formados, são professores, e doutores, graças ao nosso maior exemplo: minha mãe!
Se alguém da equipe puder ler esta mensagem, será um milagre de Deus, e gostaria da sua ajuda para tirar uma foto de minha mãe com o Rei Roberto Carlos. Será um momento histórico para a vida de minha mãe, esta sertaneja guerreira, minha rainha!
Deus vos abençoe!
Atenciosamente,
No dia 19/12 fiz 60 anos. Por incrível que pareça senti uma leveza imensa. Ou seja, o peso da idade não me afetou.
Acordei bem, disposta para ir ao trabalho e não pensei, refleti ou fiquei triste como sempre acontece nesta época.
Porém, existia um motivo que me deixava ansiosa: o show de Roberto Carlos aqui em Salvador no dia 21/12 que me dei de presente.
O local foi a Arena Fonte Nova, que fica a 10 minutos da minha casa.
Comprei o ingresso no dia e hora que abriram as vendas. Mas, não foi tão simples. Não tinha companhia e logo fiquei preocupada em voltar sozinha para casa.
Enquanto me resolvia, percebi que todas as cadeiras azuis e amarelas estavam vendidas. Me desesperei! Minha filha, querendo comprar e eu não decidia. Ela não esperou minha decisão e insistiu até alguém desistir e compramos a cadeira C80, Terceira fila do Setor Azul e bem em frente ao meio do palco.
Nenhum dos meus familiares foram. Seria eu e Deus no meio da multidão.
Contando os dias e horas, na véspera do show cai uma chuva muito forte em Salvador, afetando a rede elétrica em alguns pontos da cidade. Fiquei apreensiva! Rezei e pedia pra Deus parar a chuva ou que o show fosse cancelado.
Chega o dia e as notícias não são boas! Chuva durante o dia e noite. Iria ver o meu amado com chuva mesmo. A noite chegou e a chuva era uma leve garoa. Fui alegre, nervosa, tensa e muito feliz!
Quando vi que a minha cadeira era muito próxima do palco e que o veria muito perto, aí foi que o nervosismo aumentou.
Entra nosso querido maestro. Inicia o show com a maravilhosa orquestra e logo depois anunciam a entrada do Roberto. Falta energia e ele não entra. Foi mais 15 minutos de espera.
Quando, enfim, ele entra, as emoções se misturavam dentro de mim. Eu não sabia se chorava, se filmava, se sorria ou cantava. Foi uma emoção que não tem palavras que descreva.
Ele estava ali, em minha frente. Em vários momentos nossos olhares se cruzavam, ele sorria, acenava e eu estava a ponto de desmaiar.
Nova falta de energia. Teve chuva, teve umas formigas com asas que tomaram conta do palco, fazendo com que ele se debatesse, saísse do palco por exatamente 3 minutos mas, nada, nada, nada, tirou o brilho e a emoção desse show.
Estou em êxtase! Na hora que ele começou a cantar Jesus Cristo, começou a correria para a frente do palco. E, claro, fui!
Estava tão perto, e queria vê-lo muito mais perto ainda. Ele se aproximou mais e fiquei frente a frente com meu amor de toda a vida. As flores caiam de todos os lados, e lógico que sonhava em pegar nem que fosse uma pétala. E não é que eu aceno e ele joga uma para mim?! Mas, aparece um homem e pega a minha rosa. Tinham muitos homens que empurravam demais as mulheres. O Roberto pedia calma o tempo todo. Eu me afastei e logo depois fui embora. Encontrei uma moça com uma rosa e lhe pedi uma pétala. E ela me deu!
Agradeci tanto a Deus por ter realizado o meu sonho de ver o meu amor tão perto. Só queria compartilhar com você esse momento de muita felicidade.
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