Projeto de estudantes de São Paulo ensina sobre descarte correto do óleo de cozinha

DO TEXTO: Eles imaginaram que, provavelmente, muitas pessoas também podiam desconhecer o mal que o descarte inadequado do óleo de cozinha faz na natureza.
Cartaz alusivo à capanha sobre descarte correto do óleo de cozinha.


Campanha envolve a criação de ponto de coleta e maneiras de transformar os resíduos em sabão e velas ecológicas


O ponto de coleta foi desenhado pelos alunos e a construção e montagem ficou sob responsabilidade dos colaboradores da área de Manutenção do Marista Glória


O óleo de cozinha é altamente poluente e seu descarte incorreto é capaz de gerar uma série de malefícios ao meio ambiente, como a impermeabilização e a contaminação do solo, entupimento de redes de esgoto e poluição dos lençóis freáticos.

Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove) e do IBGE, os brasileiros despejam cerca de 1 bilhão de litros de óleo incorretamente a cada ano. Quando chega às Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs), o óleo é separado da água e tratado. Porém, apenas 68% do esgoto recebe esse tipo de tratamento e o óleo acaba chegando nos mananciais aquáticos. Um litro de óleo descartado de forma incorreta pode contaminar até 25 mil litros de água - a informação é da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo).

Se aprofundando nesta realidade, os alunos  do 4º ano do Ensino Fundamental - Anos Iniciais, do Colégio Marista Glória, localizado na Zona Central de São Paulo (SP), em uma aula da disciplina de Ciências, ficaram impactados quando descobriram o quanto o óleo de cozinha pode trazer de prejuízo ao meio ambiente. Assim, com apoio educacional, criaram o projeto “Óleo de cozinha, um vilão disfarçado para o meio ambiente. A única solução é reciclar”. 

A atividade faz parte do desenvolvimento do Projeto de Intervenção Social (PIS) da turma, uma prática pedagógica Marista que promove o diálogo e o protagonismo, permitindo entender as necessidades humanas e sociais, questioná-las e traçar caminhos para enfrentar as problematizações contemporâneas.

Eles imaginaram que, provavelmente, muitas pessoas também podiam desconhecer o mal que o descarte inadequado do óleo de cozinha faz na natureza. Visando entender melhor esse cenário, com a supervisão da professora Marcia Helena de Souza Silva Araújo, os pequenos preparam uma enquete para descobrir se a comunidade escolar participaria de uma campanha de reciclagem de óleo se houvesse um posto de coleta no Colégio. A grande maioria topou. 

A turma passou então a se informar sobre o tema por meio de pesquisas e iniciou a preparação para uma campanha de conscientização na escola para que todos no Marista Glória mudassem seu compromisso em relação ao descarte do óleo de cozinha.

“Os alunos começaram a produzir materiais de campanha para divulgação nas salas de aula e tiveram uma nova ideia: conseguir um ponto de coleta no colégio para facilitar a entrega do óleo usado pelas famílias maristas ao destino certo”, revela a professora Marcia Helena. “Em seguida, entramos em contato com o Grupo Lírium, especializado na coleta e reciclagem de óleos e gorduras vegetais, para que eles pudessem recolher o óleo de nosso ponto de coleta e fechamos essa parceria”, complementa a docente. 

O ponto de coleta foi desenhado pelos alunos e a construção e montagem ficou sob responsabilidade dos colaboradores da área de Manutenção do Marista Glória. 

“Fizemos a divulgação da campanha de descarte adequado do óleo para evitar os efeitos nocivos no meio ambiente, passando de sala em sala. Aproveitamos para falar sobre as opções de reciclagem do óleo doméstico com a produção de velas e sabão ecológico e também avisando sobre a forma de trazer o óleo para o posto de coleta no colégio”, explica a professora Marcia Helena de Souza Silva Araújo.  

Produção de sabão e velas

As crianças também aprenderam a fazer dois produtos caseiros (sabão e velas) para utilizar o óleo de cozinha usado. Para essa tarefa foi escalado o professor de Química, Wagner Gonçalves, para explicar sobre todo o processo químico e os cuidados para a produção do sabão e das velas, além de orientar a turma durante uma oficina de produção. 

As velas ecológicas foram produzidas e colocadas em um recipiente também usado para reciclagem e encontrados na “Sucateca” do próprio colégio: cápsulas de café. O óleo quente foi misturado com uma substância chamada estearina, com um pouco de essência para tirar o cheiro. A mistura foi colocada nos recipientes, o pavio foi centralizado e foi só esperar as velinhas secarem, ficando prontas para serem acesas.

“Antes da Mostra Cultural realizada anualmente no Marista Glória, fizemos uma outra oficina, embalando o sabão que produzimos, bem como as velas ecológicas, para distribuição aos visitantes, junto com a receita de como produzi-los em casa”, explica a professora Marcia Helena. 

“Nosso propósito foi apresentar sugestões caseiras do aproveitamento do óleo de cozinha, de forma simples. Para aqueles que não pretendem reciclar em casa, sugerimos a entrega no colégio, pois o material será encaminhado à reciclagem. O projeto visa apresentar diversas possibilidades de reúso, abolindo assim, de uma vez por todas, o descarte inadequado”, complementa a docente responsável pela campanha.

Sobre os Colégios Maristas
Os Colégios Maristas estão presentes em 18 estados e no Distrito Federal com 63 unidades. Os mais de 80 mil estudantes recebem formação integral, composta pela tradição dos valores Maristas e pela excelência acadêmica alinhada aos desafios contemporâneos. Por meio de propostas pedagógicas diferenciadas, crianças e jovens desenvolvem conhecimento, pensamento crítico, autonomia e se tornam mais preparados para viver em uma sociedade em constante transformação. Os Colégios Maristas fazem parte do Marista Brasil, uma rede de colégios e escolas presente em 20 estados brasileiros e no Distrito Federal que atende mais de 97 mil crianças, jovens e adultos. Saiba mais. 

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