Débora Santos estreia com poesia sobre amor e luto

Débora Santos estreia com o livro Disso não consigo me livrar, unindo amor e luto numa escrita visceral, intensa e honesta sobre existir e sentir.
 Autora Débora Santos e capa do livro "Disso não consigo me livrar".

Livro de estreia de jovem poeta de Niterói mergulha na dor, no afeto e no consolo



"A poesia nasce onde o corpo sente o que a alma cala."
Vímara Porto


A poeta Débora Santos, de 24 anos, moradora do Centro de Niterói, faz sua estreia no universo literário com o livro Disso não consigo me livrar, publicado pela Editora Xará. A obra, dividida entre duas seções — "Poemas de Amor" e "Poemas de Morte" —, é um mergulho visceral nas dores íntimas, nos afetos intensos e nas muitas formas de luto e paixão que atravessam a existência humana. O lançamento será no dia 19 de julho, sábado, às 16h, durante o Sarau Espressos e Versos, que acontece no Grão Raro Café, em Icaraí.⠀

Escritora e viajante, Débora conta que escrever esse livro foi um exercício de sobrevivência emocional. Muitos dos poemas nasceram enquanto ela vivia o luto pela perda do pai, em um dos períodos mais difíceis de sua vida. A poesia, nesse contexto, não foi só uma forma de expressão, mas uma tentativa real de atravessar o insuportável.

“Meu corpo sempre respondeu às emoções de forma física. Quando estou ansiosa, meu maxilar trinca e minha mandíbula fica dolorida, sempre que estava em semana de provas na escola, eu tinha crise de rinite alérgica, em longos períodos de estresse, eu começo a ter enjoos e assim por diante. Acho que a poesia acabou saindo desse lugar em que o sentir é quase uma dor de corpo inteiro”, conta a autora.

O título do livro, que soa como uma confissão, também é verso de um dos poemas da coletânea. “Acho que essa é a graça: ‘isso’ é tudo o que o livro carrega. Ninguém se livra do amor. Ninguém se livra da morte. Nem das marcas que os dois deixam”, explica Débora.

Influenciada por nomes como Paulo Leminski, Adélia Prado e Cecília Meireles, autores que acompanharam sua adolescência e cujos poemas eram colados nas paredes de seu quarto, Débora constrói uma escrita direta, emocional e sem maquiagem. Em um tempo em que tantas vozes buscam leveza, ela entrega intensidade, caos e uma honestidade quase crua.

“Eu não quero que o leitor sinta coisas ruins lendo meu livro. Eu quero que quem passa por sentimentos parecidos, como um amor muito intenso, uma dor muito grande, ou o desespero, encontre consolo. Que se sinta menos sozinho. Todos nós estamos morrendo, mas há muito para se amar enquanto estamos aqui”, diz a autora.

O livro tem também um valor simbólico para o cenário da literatura independente da região. A publicação foi viabilizada pela Editora Xará, projeto idealizado pelas escritoras Letícia e Isabel, com quem Débora já mantinha contato antes mesmo da fundação da editora. A obra também está à venda na Amazon.

A trajetória até a publicação foi feita de incentivos, coragem e aquele empurrão amigo que, no caso de Débora, veio de encontros com outras escritoras locais e da convivência com a amiga Suellen Carvalho.

Para quem também escreve e sonha com o próprio livro, Débora deixa um recado simples, direto e com a força de quem já enfrentou os próprios medos: “Se querer publicar é uma convicção, meu recado é: publique! Não deixe que outras coisas te impeçam. Se você tem medo, vá mesmo com medo.”

O Grão Raro Café fica na Rua Ator Paulo Gustavo, n. 251, Icaraí, Niterói.

Mais informações sobre a autora e o livro, no Instagram: @tropdebora e @editoraxara. 
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