6.º Bate-papo entre Eduardo Lages e eu - Comédia Robertocarlista

DO TEXTO: A acção decorre no estúdio RC, na Urca, no dia 7 de Dezembro de 2008, durante o ensaio para a gravação do Especial 2008 realizado no dia 11 do mesmo mês, na Arena Multiuso do Rio de Janeiro.
A acção decorre no estúdio de Roberto Carlos, na Urca, no dia 7 de Dezembro de 2008, durante o ensaio para a gravação do Especial 2008 realizado no dia 11 do mesmo mês, na Arena Multiuso do Rio de Janeiro.

07-11-2008 - Estúdio RC na Urca
Ensaio do Especial 2008


Ficha Técnica
Texto: Armindo Guimarães
Roteiro e direção: ?
Figurino e cenário: ?
Iluminação: ?
Produção: ?
Assistência de produção: ?
Maquiagem: ?
Fotos: ?
Projeto Visual: ?
Assessoria de Imprensa: ?
Realização: ?
Elenco e Personagens:



VI Bate-papo entre Eduardo Lages e eu
7-12-2008

ROBERTO CARLOS e COMPANHIA
O Puxe e o Empurre

Por: Armindo Guimarães
https://www.portalsplishsplash.com/p/armindo-guimaraes.html

A acção decorre no estúdio de Roberto Carlos, na Urca, no dia 7 de Dezembro de 2008, durante o ensaio para a gravação do Especial 2008 realizado no dia 11 do mesmo mês, na Arena Multiuso do Rio de Janeiro.

Personagens por ordem de entrada: 

- CAETANO VELOSO
- ARMINDO (o Portuleiro) – Participação em voz off
- EDUARDO LAGES (o Mestre Maestro)
- JUREMA DE CÂNDIA (vocalista)
- ANA LÚCIA (vocalista)
- GENIVAL (O Homem do som e dos 7 ofícios)
- ROBERTO CARLOS
- PAULINHO (guitarra)
- WANDERLEY (piano)
- CARMINHA (Secretária de RC)

 
Cenário:

- Cartaz alusivo ao Especial 2008, dia 11-12-2008, na Arena Multiuso do Rio de Janeiro, com a foto de Roberto Carlos em grande plano.

- Ao lado, um calendário mostrando o mês de Dezembro, com destaque para o dia 7, data em que decorre a acção.

- Porta com a inscrição WC ao centro, tendo junto ao puxador exterior a palavra PUXE e a palavra EMPURRE junto ao puxador interior.

CENA ÚNICA

Caetano Veloso entra em cena dirigindo-se ao banheiro de celular na mão. Dentro do banheiro faz uma ligação telefónica após o que encosta o celular ao ouvido aguardando que do outro lado atendam.

Segundos depois, distante, houve-se um celular tocando a música E por isso estou aqui do CD ‘Inesquecível’ do maestro Eduardo Lages.

Do outro lado do Atlântico, um portuga atende:

ARMINDO (voz off) – Estou!
CAETANO VELOSO – Oi, seu Portuleiro! Cê tá legal?
ARMINDO – Quem fala?
CAETANO VELOSO – Sou eu, rapaz! O Caê! Se lembra de mim?
ARMINDO – O Caetano Veloso? Não é possível! Como não ia lembrar-me de ti, pá? Acontece que como só falamos uma vez ao telefone não fixei a tua voz, e até julguei que era algum amigo aí do Brasil.
CAETANO VELOSO - Olhe aí, Mindo. Eu também sou seu amigo e estou lhe telefonando a pedido do Edu, sabia? Nós estamos ensaiando pro show da gravação do Especial 2008, que vai se realizar no Rio, na Arena Multiuso, no dia 11 deste mês, e como o tempo é pouco não vai haver intervalo durante o ensaio. Então aí Edu me segredou ao ouvido dizendo: “Caê essa de não haver intervalo estragou meus planos pois estava pensando telefonar pro cara e assim não vai dar, pôxa!”. Ao que eu perguntei: “qual cara você está se referindo, Edu?”. Antes de ouvir a resposta de Edu, Roberto, que estava ensaiando mais uma de bancar maestro (ele agora gosta de transar uma de maestro em seus shows eheheheheh), disse do meio da sala: “O que vocês estão tramando aí com esses cochichos, mora?”.
ARMINDO – O gajo não deixa escapar nada! Eheheheheh
CAETANO VELOSO – Pois não! Então, Edu respondeu pro Roberto dizendo que estava planejando acertar uns acordes comigo, ao que o Roberto respondeu: “Ao invés de acordes, vocês devem estar planejando acordos. Onde já se viu alguém planejar acordes ao ouvido? Na certa vocês estão aí tramando qualquer coisinha, né?!”.
ARMINDO – eheheheheh O gajo é f…
CAETANO VELOSO – É mesmo, Mindo! E a gente se riu. Eheheheheh Depois, Edu me disse que o cara que se estava referindo era você, me pedindo pra eu dizer a todo mundo que tinha que interromper o ensaio por uns instantes pra ir fazer xixi. Ele me passou o seu celular e agora eu tô aqui no banheiro telefonando pra você, mas tem que ser rápido.
ARMINDO – Rápido? Quanto tempo, carago?
CAETANO VELOSO – Lógico que só pode ser o tempo de fazer xixi, né?
ARMINDO – E tu já fizeste xixi, Caê?
CAETANO VELOSO – Claro que não, rapaz! Eu não tenho vontade. Isso foi só um pretexto pra eu fazer a vontade ao Edu.
ARMINDO – O maestro pediu-te pra ires no banheiro fazeres xixi por ele? Eheheheheh
CAETANO VELOSO – eheheheheh Cê é demais, cara! Olhe, tá aí chegando o Edu e vou passar o celular pra ele, viu?

Eduardo Lages entra em cena dirigindo-se ao banheiro, recebendo nas suas mãos o celular do Caetano Veloso

EDUARDO LAGES – Oi, Mindo! Como vai você? Eu li aquele seu comentário lá em meu blogue e me ri demais. Você reproduziu lá meu comentário onde anunciava que hoje a dupla Caê e Zunguinha se reunia novamente sob a batuta do Engomadinho, e você logo comentou: “Hum!!! Vou ter o meu celular sempre à mão pro que der e vier. Com eles nunca se sabe!”. Aí, pra não desiludir você, eu me lembrei de pedir ao Caê pra vir aqui no banheiro pra telefonar pra você pois neste ensaio não vai haver intervalo e aí…

Jurema de Cândia e Ana Lúcia entram em cena batendo na porta do banheiro

EDUARDO LAGES - Pére aí, Mindo! Está alguém batendo na porta do banheiro e Caê foi ver quem é.
ARMINDO – Ó Mestre Maestro, se calhar é o Roberto pra dar uma mija. Eheheheheh

Caetano Veloso abre a porta e Jurema de Cândia e Ana Lúcia entram no banheiro

EDUARDO LAGES – Não é, não, Mindo! É Jurema e Ana Lúcia!!!
ARMINDO – A Jurema e a Ana Lúcia, do coro da orquestra?
EDUARDO LAGES – Essas mesmo que cê tá dizendo! Caê tá falando com elas.
ARMINDO – Ó Eduardo, não me diga que vocês os dois foram pro banheiro das senhoras, carago?! Eheheheheh
EDUARDO LAGES – Nada disso, Mindo! Na certa elas vieram nos procurando. Vou passar o celular pro Caê, viu?
CAETANO VELOSO (pegando no celular) – Oi, Mindo! Jurema e Ana Lúcia estão aqui nos chamando pro ensaio. Mas quando eu disse pra elas que estávamos batendo papo com você, elas me disseram que gostariam de bater um papo com você e por isso eu vou passar o celular pra elas, tá legal?
JUREMA DE CÂNDIA (pegando no celular) – Oi, Armindo! Cê tá jóia? Faz tempo que a gente não se falava, né? Lembra daquele bate-papo com toda a equipe do Roberto? Nossa! Foi demais! Abração pra você!
ARMINDO – Olá, Jurema! Um abraço pra si também. Prazer em ouvi-la.
ANA LÚCIA (pegando no celular) – Mindo, como vai você? A gente estava procurando Edu e Caê e foi legal pois assim deu pra ouvir sua voz de portuga que faz tempo a gente não ouvia. Eheheheheh

Genival entra em cena, dirigindo-se ao banheiro com cara de poucos amigos

ANA LÚCIA (continuando a falar ao celular com Armindo) - Olhe, tá aí chegando Genival e bem com cara de poucos amigos. Ouça só o que ele está dizendo...
GENIVAL – O que está acontecendo aqui, gente? Roberto tá querendo prosseguir com o ensaio. Eu andei procurando vocês por tudo quanto é sítio e estava até pra desistir quando me lembrei de vir aqui no banheiro. O que se está passando aqui, pôxa?!
JUREMA DE CÂNDIA/ANA LÚCIA (em coro) – Genival cê nem vai acreditar com quem nós támos falando no celular do Edu!
GENIVAL – Vão me dizer que estão falando com o D. Pedro que já morreu há mais de 170 anos?
JUREMA DE CÂNDIA/ANA LÚCIA (em coro) – Não é com ele mas com outro portuga que também é meio brasuca. Eheheheheh
GENIVAL – Cê não diga que temos aquele cara lá de Portugal pra bater papo com a gente como da outra vez! Passe aí o celular pra mandar um abraço pro patrício. Eheheheheh
GENIVAL (pegando no celular) – Oi, Armindo! Tá tudo legal com você?
ARMINDO – Olá, Genival! Tudo porreiro, pá?
GENIVAL – Andava procurando…

Roberto Carlos, de microfone na mão, entra em cena, dirigindo-se ao banheiro

ROBERTO CARLOS (zangado com todo mundo) – Gente! Que se está passando aqui, mora?! Pôxa! De repente todo mundo se lembrou de fazer xixi? Peço a Jurema e a Ana Lúcia pra procurar Edu e Caê, e elas se perderam aqui. Depois peço a Genival e acontece o mesmo. Se vocês estão achando que aqui no banheiro a acústica é melhor, deviam ter avisado logo e não ficarem aqui especados a olhar uns pros outros feitos bobos. Estamos a três dias da gravação do Especial 2008 e nós aqui metidos num banheiro. Não dá pra acreditar!!!
CAETANO VELOSO – Roberto, tenho uma novidade pra dar a você que na certa o vai alegrar. Cê sabe quem está batendo papo telefónico com a gente?
ROBERTO CARLOS – O que cê tá dizendo? Eu não quero acreditar! Minha Nossa Senhora! Caê, não precisa dizer, bicho! Só existe um gajo, digo, um cara, que consegue desestabilizar tudo e todos. E eu bem que devia ter adivinhado que aqui havia portuga. Caê, eu avisei você pra nunca dar seu número de celular a esse portuga, cara! Onde ele entra é como uma praga. Não tem remédio e nunca mais nos larga, mora! Você nunca devia ter atendido esse celular, Caê!
CAETANO VELOSO – Roberto este celular não é meu, nem atendi chamada alguma. Este celular é do Edu que me pediu pra vir aqui no banheiro pra telefonar pro Mindo…
ROBERTO CARLOS – Eu não acredito no que estou ouvindo!
EDUARDO LAGES – Caê, eu nunca pensei que você fosse botar queixinha pro Roberto. Afinal, não esqueça que você também se mostrou muito interessado em bater um papo com o Mindo e agora está se fazendo de vitima?
ROBERTO CARLOS – Pessoal, não vamos agora discutir, carago, digo, caramba! Agora o que não precisavam era ter desligado o celular logo que me viram entrar. Não se esqueçam que o primeiro a bater papo com o Mindo fui eu e que só depois de mim vocês conheceram o gajo, digo, o cara! Podiam, ao menos, me terem passado o celular pra eu o chamar a atenção pra que não volte a interromper nossos ensaios. Que mania a dele, mora!
GENIVAL – Roberto, mas nós não desligamos o celular. O Mindo ainda está aqui esperando…
ROBERTO CARLOS – Genival! Puxa vida! Porque você não disse logo, cara? Me passe aí o celular, viu? Vou ter que dizer das boas pra esse rapaz!
ROBERTO CARLOS (pegando no celular) – Oi, Mindo!
ARMINDO – Olá, Roberto! Tás porreiro, pá? Nem estou em mim, carago! Estava a ver que nunca mais batíamos um papo! Então como é que está a correr o ensaio?
ROBERTO CARLOS (radiando felicidade e por isso esquecendo-se da situação) – Tá tudo legal com você, bicho? O ensaio está correndo bem. Só fizemos um pequeno intervalo para bater um papo com você, viu! Eu me lembrei de você e disse pro Edu que estava na hora de telefonar pro nosso portuga. Eheheheheh
ARMINDO – Ó Roberto, eu só não quero é que haja problemas com vocês por minha causa, pá!
ROBERTO CARLOS (todo amável) – Não se preocupe, Mindo. Depois de um bate-papo com você qualquer ensaio rola melhor. Eheheheheh
ARMINDO – Ainda bem que dizes isso, pá! Fico muito contente.
EDUARDO LAGES – Estão batendo na porta do banheiro. Quem será, agora?

Paulinho, de guitarra ao peito entra em cena, dirigindo-se ao banheiro

PAULINHO – Puxa vida! Podiam ter avisado que o ensaio ia ser aqui no banheiro! Deste jeito, uns estão num sítio e outros noutro. Está faltando organização!
EDUARDO LAGES – Paulinho, por falar em organização, cê sabe o que estamos todos aqui fazendo?
PAULINHO – Eu tô vendo vocês todos calados a olharem uns pros outros, mais nada.
ROBERTO CARLOS – Paulinho, como quer que continuemos o ensaio se todo mundo tá procurando a batuta do maestro? Cê viu ela, bicho?
PAULINHO – Eu não vi ela, não! E me parece que aqui ninguém vai ver coisa alguma.
GENIVAL – Edu, cê não diga pra gente que veio no banheiro fazer xixi e deixou cair sua batuta no sanitário! Eheheheheh
PAULINHO – Genival, como o Edu deixou cair sua batuta no sanitário se ele há muito que não usa ela? Eheheheheh
EDUARDO LAGES – Olhe aí, Paulinho! Eu sou muito homem, digo, muito maestro, viu? Eu só não ando é por aí exibindo minha batuta de qualquer jeito, tá legal?
ROBERTO CARLOS – Haja calma, gente! Vamos todos procurar a batuta do Edu. Dona Mércia não vai gostar se nosso Edu chegar em casa sem ela, né?!
GENIVAL – Roberto, Dona Mércia agora também anda numa de maestrina, é?
ROBERTO CARLOS – Que nada, Genival! Foi Dona Mércia que num Natal bancou uma de Mamãe Noel dando a batuta de presentinho pra Edu. Paulinho, cê tá procurando ela, bicho?
PAULINHO - Procurar aqui a batuta do Edu é como procurar agulha em palheiro. Isto que está acontecendo não pode ser verdade! Estão batendo na porta e aqui já não cabe mais gente.

Wanderley entra em cena batendo na porta do banheiro


WANDERLEY – Oi! Está alguém no banheiro? Onde se meteu todo mundo?
EDUARDO LAGES – Paulinho, abra aí a porta a Wanderley, cara!
PAULINHO – Edu, como você quer que abra a porta a Wanderley se nem mesmo pra abrir a porta tá dando com todo mundo em cima de mim?
ROBERTO CARLOS – Minha nossa! Tudo por culpa do Edu, do Caê e desse Portuleiro que onde entra só arruma confusão, mora!
ARMINDO – Ó Roberto, deixa-te de coisas, pá! Tu dizes isso, mas no fundo tu até deliras com os nossos bate-papos, carago!
ROBERTO CARLOS – GENIVAAAAALLLLLLL ! Me faça um favor, cara! Resolva esta situação, mora! Onde você se meteu, agora?
GENIVAL – Roberto, como o espaço tá sendo pequeno demais eu me arrumei aqui sentado no sanitário.
ROBERTO CARLOS – Puxa vida! Num momento tão drástico como este em que a gente sempre fica esperando seus sete ofícios, você fica aí sentado no sanitário, bicho?
PAULINHO (lamentando) – Me meto em cada situação…
ROBERTO CARLOS – Paulinho, se deixe de lamentação, bicho! Por que você veio pro banheiro de guitarra, cara? Isso aí só está estorvando aqui o pessoal, mora!
PAULINHO – Roberto, cê não tinha marcado ensaio pra hoje? Cê sabe que minha ferramenta de trabalho anda sempre comigo, né?!
ARMINDO – Ó Paulinho, podias aproveitar e tocar aí um solo de guitarra como só tu é que sabes, pá!

TODO MUNDO RINDO EM CORO: - Eheheheheheheh

WANDERLEY (impaciente à porta do banheiro) – Oi, gente! O que se está passando aí dentro, com todo mundo discutindo e rindo?
EDUARDO LAGES – Oi, Wanderley! A gente tá aqui há um tempão e não conseguimos abrir a porta. Paulinho já tentou puxar ela mas com todo o mundo aqui dentro não dá pra abrir, não.
CAETANO VELOSO (descobrindo a pólvora) – Gente! Tenho uma ideia! Um de nós se senta no colo de Genival que está sentado no sanitário e aí o espaço aqui no banheiro fica mais livre.
ROBERTO CARLOS – E quem você está pensando se sentar no colo de Genival? Vai me dizer que é você, bicho?
CAETANO VELOSO – Como posso se estou longe do Genival? Quem está mais pertinho dele é Jurema. Aí ela podia…
JUREMA DE CÂNDIA (indignada) - Saia dessa, Caê! Nem pense numa coisa dessa!

TODO MUNDO RINDO EM CORO: - Eheheheheheheh

ANA LÚCIA – Wanderley se você espreitar pelo buraco da fechadura cê logo vai ver que logo, logo, vamos ter que respirar aqui!
WANDERLEY – Ana Lúcia, eu estou espreitando mas com todo mundo aí não tá dando pra ver quem está usando o sanitário.

TODO MUNDO RINDO EM CORO: - Eheheheheheheh

ANA LÚCIA – Wanderley, quem disse pra você que alguém táva usando o sanitário?
WANDERLEY – Cê falou que logo, logo, iam precisar de respirar, e aí…
GENIVAL (reclamando) – Wanderley, quem está sentado no sanitário sou eu, mas só pra arrumar espaço aqui no banheiro, viu?

Carminha entra em cena, dirigindo-se a Wanderley

CARMINHA – Oi, Wanderley, onde se meteu todo mundo? A equipa tá toda esperando para recomeçar o ensaio mas está faltando o Roberto, Caê, Edu, Paulinho e já nem sei quem mais. E você que tá aí vendo pelo buraco da fechadura?
WANDERLEY (deixando de espreitar pela fechadura para responder a Carminha) – Carminha, eu táva vendo Ana Lúcia, pois ela…
CARMINHA (interrompendo a explicação de Wanderley) – Nossa! Wanderley, você agora anda espreitando Ana Lúcia no banheiro, é?
WANDERLEY – Carminha, o que aconteceu é que…
CARMINHA (interrompendo novamente a explicação de Wanderley) – Wanderley, não precisa de dizer mais nada. Eu vi tudo! Me ajude a procurar o Roberto, tá legal?
WANDERLEY – Carminha, o Roberto tá dentro do banheiro.
CARMINHA – (ruborizada) Roberto tá no banheiro com Ana Lúcia? Fazendo o quê?
WANDERLEY – Carminha, o que acontece é que…
ROBERTO CARLOS (interrompendo a explicação de Wanderley) – Carminha, cê tá aí?
CARMINHA – Estou aqui só pra saber se você vai demorar aí muito tempo com Ana Lúcia. O pessoal quer retomar o ensaio e desse jeito não tô vendo a hora.
JUREMA DE CÂNDIA– Oi, Carminha! Eu também tô aqui, viu? Ainda bem que você não está aqui no banheiro. Na certa você não ia aguentar a parada.
CARMINHA – Roberto, você me desculpe mas eu vou falar pro resto da equipe que hoje não há mais ensaio, porque você tá querendo ficar no banheiro com Ana Lúcia e Jurema!
CAETANO VELOSO – Carminha, eu também tô aqui, viu?
CARMINHA – Cê também, Caê? Minha nossa!
EDUARDO LAGES – E eu também!
CARMINHA – Eu não acredito!!! Edu, você tá aí dirigindo os quatro, é?
GENIVAL – Os quatro, não! Os seis, pois eu e Paulinho também estamos aqui.
CARMINHA (apreensiva) – Não dá pra entender…
WANDERLEY (tentando esclarecer Carminha) – Olhe aí, Carminha! O que está acontecendo é que…
ROBERTO CARLOS – Wanderley, se deixe de explicação e arrume aí uma solução pra sairmos todos daqui, mora!
WANDERLEY (com pergunta desnecessária) – Gente, vocês querem sair do banheiro, é?
EDUARDO LAGES – Wanderley, você ainda pergunta?
WANDERLEY (justificando-se) – É que eu bati na porta e ninguém disse que eu podia entrar, então aí, eu fiquei aqui esperando.
EDUARDO LAGES – Wanderley, já dissemos pra você que tá difícil pra burro o Paulinho abrir a porta pra nós sairmos. Pra mais, Jurema não quer se sentar no colo de Genival pra dar mais espaço aqui. Então, como é que você quer entrar, Wanderley?
ROBERTO CARLOS (impaciente) – Minha Nossa Senhora! Só faltavam Wanderley e Carminha pra complicar ainda mais a situação, mora!
WANDERLEY – Roberto, você me desculpe mas quem está complicando são todos vocês, pois logo que eu bati na porta, se vocês tivessem dito eu logo a teria aberto.
EDUARDO LAGES – Wanderley, se deixe de entretantos e passe logo aos finalmente. Como você ia conseguir abrir a porta?
WANDERLEY – Fácil! Puxando ela. E se Paulinho ao invés de puxar a porta a empurrar, logo ela se abrirá! Eheheheheh

TODO MUNDO, finalmente, saindo do banheiro, deixando-se ficar conversando à porta

EDUARDO LAGES – Gente, a partir de hoje tá todo mundo proibido de contar anedotas sobre portugas. Esta cena aqui no banheiro vai dar o que falar sobre nós brasucas. Eheheheheh
ROBERTO CARLOS – Não vai dar, não! Tudo o que aqui se passou não pode ser contado de jeito nenhum. Genival, me faça um favor, bicho. Amanhã mande alguém botar na porta do banheiro dois avisos: um, do lado de fora, dizendo “PUXE” e outro do lado de dentro, dizendo “EMPURRE”. Desse jeito jamais irá acontecer a bangunçada que hoje aconteceu, mora!
GENIVAL – Roberto, se você quiser, eu mando colocar esses avisos que cê falou, mas me desculpe a pergunta: não vai ser avisos demais?
ROBERTO CARLOS – Genival, você participou no incidente e ainda me está perguntando se vão ser avisos demais, pôxa?
GENIVAL – Roberto, na porta já tem esses avisos bem visíveis…
ROBERTO CARLOS – Como cê diz, Genival?
GENIVAL – Isso mesmo que você ouviu, Roberto. Na porta já tem esses avisos bem visíveis.
ROBERTO CARLOS – Genival, cê tá brincando comigo, cara?
GENIVAL – Roberto, você sabe que eu nunca brinco em serviço, né?
EDUARDO LAGES (mostrando os avisos de “Puxe” e “Empurre”, afixados na porta) – É mesmo, Roberto! Os avisos estão na porta. Parece impossível como o Paulinho não leu o aviso de “EMPURRE”. Se tivesse visto, não ficaria ali puxando todo o tempo.
PAULINHO (desculpando-se) – Edu, como você queria que eu lesse o aviso de “EMPURRE”, se você e todo mundo esteve sempre em cima de mim?
ROBERTO CARLOS – eheheheheh É do baril, digo, é demais! Edu, me passe aí seu celular pra falar com o Mindo, viu?
EDUARDO LAGES – Eu não tenho meu celular, nem sei quem o tem…
PAULINHO – Edu, não diga que além de sua batuta ainda vamos ter que procurar seu celular! Eheheheheh
EDUARDO LAGES – Paulinho, ninguém andou procurando minha batuta. Isso foi uma desculpa que a gente arrumou pra você por nos ter encontrado a todos no banheiro.
PAULINHO – Mas então o que vocês estavam fazendo lá no banheiro?
ROBERTO CARLOS – Paulinho, a gente responde pra você se você nos disser também o que estava fazendo lá no banheiro, tá legal? Se deixe agora de bancar o curioso e veja quem tem o meu celular, carago, digo, caramba!
GENIVAL – Roberto, você me desculpe mas o último que esteve falando com o Mindo foi você. Se lembra? Táva até falando do blogue dele e dos blogues de seus fãs.
ROBERTO CARLOS – É mesmo como cê diz, Genival! Mas então onde eu pus meu celular?
EDUARDO LAGES (preocupado) – Roberto, não esqueça que o celular não é seu, mas sim meu.
ROBERTO CARLOS – Não complique, Edu! Eu disse meu mas foi uma força de expressão, mora!
CAETANO VELOSO (apressado) – Roberto, quando vamos recomeçar nosso ensaio, cara? Tá ficando tarde pra burro e…
ROBERTO CARLOS – Caê, não amole, tá? Você começou arrumando toda esta confusão se metendo aqui no banheiro com a desculpa de fazer xixi e agora tá preocupado com nosso ensaio em vez de procurar meu celular, digo, o celular do Edu? Você era um gajo, digo, um cara porreiro, digo, legal, se ajudasse a gente a procurar o celular, carago, digo, caramba!
EDUARDO LAGES – Roberto, se acalme! Você já reparou que quando se enerva fica falando portuga? Isso se deve aos muitos bate-papos que você tem com o portuleiro. eheheheheh
ROBERTO CARLOS – Olha quem está falando!
GENIVAL – Roberto, você já viu em seus bolsos?
ROBERTO CARLOS – É isso aí, Genival. Porque você não disse logo? (Roberto tirando o celular do bolso) - Oi, Armindo! Já estamos todos a salvo da situação, viu? Mas tem uma coisa: você não vai escrever este nosso bate-papo, tá legal? Seria humilhante pra nós e iria deixar ficar mal todo o brasuca que passa a vida contando anedota sobre portugas. Cê entende, nê?
EDUARDO LAGES – Roberto, você me desculpe mas este bate-papo do Mindo é o “VI Bate-papo entre Eduardo Lages e eu” e não o “28º Bate-papo entre Roberto Carlos e eu” que ainda não aconteceu. Então, quem pode dizer ao Mindo se deve ou não publicar tudo o que aqui aconteceu, sou eu e mais ninguém.
ROBERTO CARLOS – Puxa vida, Edu! Cê não diga que vai deixar o Mindo publicar toda esta bagunçada que aconteceu aqui? Isso iria desprestigiar nosso bom nome e você, nem eu, nem toda a equipe, vai querer isso. E se lembre ainda que além de nós temos o Caê. Nos jornais não falariam de outra coisa, mora!
WANDERLEY – eheheheheh Estou até imaginando os jornais em letras gordas:

Wanderley lendo em voz alto um imaginário título de jornal


ROBERTO CARLOS, CAETANO VELOSO, 
EDUARDO LAGES
e vários elementos da sua equipe 
ficaram presos no banheiro
durante o ensaio pro show da 
gravação do Especial 2008.

TODO MUNDO RINDO EM CORO: - Eheheheheheheh

ROBERTO CARLOS – Edu, como vê não dá pra deixarmos o Mindo publicar este bate-papo, mora!
EDUARDO LAGES – Roberto, você sempre se esquece que o Mindo em todos os nossos bate-papos tem sempre o cuidado de no final mencionar que tudo é ficção. E não é você que faz sempre questão de o Mindo publicar nossos bate-papos?
ROBERTO CARLOS – Tem toda a razão, Edu. Sempre me esqueço desse importante pormenor que o Mindo sempre põe lá no final dos bate-papos. Aí, quando ele publicar este bate-papo a gente se limita a reagir como sempre reagiu, ou seja, fazendo de conta que não foi nada com a gente. E você, como o costume, vai ao blogue dele comentar dizendo: "Sócio", você me fez rir muito, ontem tivemos ensaio mesmo, "rolou" até essa confusão do banheiro e agora fico imaginando a cena…rs. Abraço. Eduardo Lages.”
ARMINDO – eheheheheh Ó Berto, és um gajo do carago, pá!
CARMINHA – Roberto, você me desculpe mas não tá achando hora de dizer a esse portuleiro pra dar o fora? Por causa dele atrasamos o ensaio!
ARMINDO (reagindo às palavras de Carminha) – Ó Roberto diz aí à Carminha que eu não tive culpa de vocês se meterem todos no banheiro.
ROBERTO CARLOS (decidido) – Armindo, se deixe de queixinha, tá? Gente, todo mundo está nos esperando pra continuar o ensaio. Mindo, grande abraço pra você e pra toda a galera lá do Portal Clube do Rei, do blogue do Edu e de seu Splish Splash, viu? Ah! E não se esqueça…
ARMINDO – De quando publicar este nosso bate-papo mencionar no final que tudo é fictício. Eheheheheh Não te preocupes, pá! Deixa isso comigo, carago! Roberto, um abração e sucesso para a gravação do Especial 2008.
EDUARDO LAGES (pegando no celular) – Mindo, também vou me despir, digo, despedir eheheheheh Aquele abraço pra você e pra toda a galera. Quando publicar este bate-papo me avise lá em meu blogue, viu?
ARMINDO – Avisarei, Eduardo. Grande abraço. Ó maestro, dá pra passar o celular pro Roberto? Tenho uma ideia!
EDUARDO LAGES (falando com Roberto) – Roberto, o Mindo quer falar com você. Tá dizendo que teve uma ideia.
ROBERTO CARLOS (respondendo em surdina a Eduardo Lages) – Como se um portuga tivesse ideia! Eheheheh
EDUARDO LAGES (rindo da saída do Roberto) - eheheheheh
ROBERTO CARLOS (pegando no celular) – Oi, Mindo, qual é a sua ideia, bicho?
ARMINDO – Ó Roberto, o que foi que disseste ao maestro, que eu não percebi?
ROBERTO CARLOS – Táva dizendo pro Edu que um portuga tem sempre ideias geniais.
ARMINDO – Então porque foi que o maestro se riu, carago?
ROBERTO CARLOS – Se deixe de coisinha e conte aí sua ideia, mora! Cê sabe que o Edu tá ficando como você, se rindo por tudo e por nada, mora!
ARMINDO – Ó pá, estava a pensar que este nosso bate-papo telefónico foi muito emocionante e que por isso devia acabar em grande com Emoções.
ROBERTO CARLOS – Com emoções? Cê quer mais emoções do que aquelas que tivemos dentro do banheiro? Minha nossa!
ARMINDO – Ó Roberto, eu estou a referir-me à tua música “Emoções”. A malta podia terminar o bate-papo ao som da “Emoções”. Que dizes à ideia?

Fundo musical:
“Emoções” de Roberto Carlos.
Roberto Carlos e toda a sua equipa cantando em coro.

Emoções

Quando eu estou aqui
Eu vivo esse momento lindo
Olhando pra você
E as mesmas emoções
Sentindo...

São tantas já vividas
São momentos
Que eu não me esqueci
Detalhes de uma vida
Histórias que eu contei aqui...

Amigos eu ganhei
Saudades eu senti partindo
E às vezes eu deixei
Você me ver chorar sorrindo...

Sei tudo que o amor
É capaz de me dar
Eu sei já sofri
Mas não deixo de amar
Se chorei ou se sorri
O importante
É que emoções eu vivi...

São tantas já vividas
São momentos
Que eu não me esqueci
Detalhes de uma vida
Histórias que eu contei aqui...

Mas eu estou aqui
Vivendo esse momento lindo
De frente pra você
E as emoções se repetindo
Em paz com a vida
E o que ela me trás
Na fé que me faz
Otimista demais
Se chorei ou se sorri
O importante
É que emoções eu vivi...

Se chorei ou se sorri
O importante
É que emoções eu vivi...



AVISO:

O texto que acabaram de ler é fictício.
Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência.

A ficção revela verdades que a realidade omite
Jassemin West

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1 Comentários

Comentários

  1. Querido Armindo!

    "Quem escreve constrói um castelo, quem lê mora nele", e morar nesse castelo de palavras que nos traz tanto encanto, é maravilhoso, é fantástico!
    Adorei esse Bate-papo e me diverti muitíssimo, ao ver todas as trapalhadas que aprontas deixando em apuros, não só o NMQT, mas toda a galera envolvida, inclusive o Caetano, eheheheheh...
    E o local que se desenrola a conversação foi surpreendente...dentro de um banheiro, eheheheh!!!
    E ainda colocas a canção do Nosso Rei, que se encaixa certinha com a situação vivida no momento!
    Todo o texto espetacular, mereces um Troféu!
    Armindo, tu és uma pessoa muito iluminada e muito espirituosa!
    PARABÉNS!
    APLAUSOS!

    Beijinhos,
    Alba Maria


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