A luta por direitos e reconhecimento: A realidade das trabalhadoras domésticas no Brasil

DO TEXTO: A advogada Thaís Inácia, especialista em direito trabalhista, conta a história de uma trabalhadora doméstica que, por 10 anos, dedicou seu tempo e...
Mulher limpando persianas.

Apenas 40% das trabalhadoras domésticas possuem carteira assinada


De acordo com dados de 2017  da Organização Internacional do Trabalho, cerca de 7 milhões de pessoas dedicam seu tempo e energia ao trabalho doméstico, uma força laboral essencial para o funcionamento de muitos lares e para a economia do país. No entanto, a realidade para muitas dessas trabalhadoras é marcada pela precarização e pela falta de reconhecimento.

Além disso, apenas 40% das trabalhadoras domésticas possuem carteira assinada. É o que apontam os dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em material especial sobre a situação do trabalho doméstico no Brasil, com base nos dados da Pnad Contínua, do IBGE. 

Isso significa  que a maioria delas não tem acesso a direitos básicos como seguro-desemprego, aposentadoria, FGTS e auxílio-doença. Essa situação as coloca em uma posição de extrema vulnerabilidade social e econômica, perpetuando desigualdades e comprometendo sua qualidade de vida.

Gráfico a 2 cores.

Outro aspecto preocupante é a interseccionalidade entre gênero, raça e classe social no mercado de trabalho doméstico. As mulheres negras e pardas são maioria nesse segmento, o que evidencia a intersecção entre as opressões de gênero e raça, que as colocam em uma posição ainda mais desfavorável.

Nesse cenário, as trabalhadoras sem carteira ganham 40% a menos do que as com carteira, e as negras recebem 20% menos do que as não negras. O estudo também mostra que aumentou o número de trabalhadoras domésticas chefes de família, de 50,6 em 2019 para 51,6% em 2021.

Gráfico a 4 cores.

A jornada de uma empregada doméstica e a luta por justiça

A advogada Thaís Inácia, especialista em direito trabalhista, conta a história de uma trabalhadora doméstica que, por 10 anos, dedicou seu tempo e energia à mesma família. Sem carteira assinada, ela recebia apenas R$700 por mês, um valor irrisório que a obrigava a trabalhar de segunda a sábado, das 8h às 17h, para sobreviver. 

Em um domingo, enquanto limpava sua própria casa, Maria sofreu um acidente doméstico. A queda da própria altura resultou em uma fratura na coluna, que a deixou impossibilitada de trabalhar por um ano. Sem a proteção da carteira assinada, ela foi negada do auxílio-doença pelo INSS, ficando à mercê da própria sorte para arcar com as despesas médicas e a sua recuperação.

A história desta trabalhadora é um retrato cruel da desvalorização e da falta de amparo legal que as trabalhadoras domésticas enfrentam. A informalidade, presente em 60% dos casos, priva essas mulheres de direitos básicos como seguro-desemprego, aposentadoria, FGTS e auxílio-doença, deixando-as vulneráveis a situações de extrema dificuldade.

O caso também evidencia a necessidade de conscientização da sociedade sobre a importância do trabalho doméstico. Essas profissionais, muitas vezes invisibilizadas, são peças fundamentais para o funcionamento de muitos lares e para a economia do país. Elas merecem ser tratadas com respeito e ter seus direitos garantidos.

Diante da precarização do trabalho doméstico e da falta de amparo legal, a busca por justiça se torna ainda mais desafiadora. É nesse contexto que o software jurídico ADVBOX surge como uma ferramenta poderosa para auxiliar na defesa dos direitos dessa categoria. 

A advogada Thais Inacia destaca como o ADVBOX pode ser crucial em diferentes etapas do processo. “Desde o primeiro atendimento até a distribuição da demanda, o sistema permite o registro detalhado de todas as informações relevantes”, disse.

Além disso, o sistema facilita a busca por um advogado especializado em casos de trabalhadoras domésticas, garantindo que a demanda seja direcionada para o profissional mais adequado.

A plataforma também permite que advogados acompanhem o andamento do processo em tempo real, monitorando prazos, recebendo intimações e notificando o cliente sobre cada etapa.

Por fim, o sistema facilita a comunicação entre advogados e clientes, por meio de notificações automáticas sobre o andamento do processo, eliminando a necessidade de ligações constantes e garantindo que a cliente esteja sempre informada.

Em suma, o software jurídico ADVBOX se apresenta como um aliado fundamental na luta pelos direitos das trabalhadoras domésticas. Ao otimizar o processo legal e facilitar a comunicação entre advogada e cliente, a ferramenta contribui para um atendimento mais célere e eficaz, aumentando as chances de sucesso na busca por justiça.

A luta por um futuro mais justo para as trabalhadoras domésticas: o que fazer?

A luta por melhores condições de trabalho e por uma vida digna para as trabalhadoras domésticas é uma responsabilidade de todos. Nesse sentido, é importante estar atento a alguns detalhes:

1. Exija a assinatura da carteira de trabalho para serviços domésticos:

A formalização do trabalho é fundamental para garantir os direitos das trabalhadoras domésticas, como seguro-desemprego, aposentadoria, FGTS e auxílio-doença. Ao exigir a assinatura da carteira de trabalho, é possível garantir condições mais justas de trabalho para estes profissionais. 

2. Denuncie casos de trabalho informal:

Ao presenciar um caso de trabalho doméstico informal, denuncie às autoridades competentes. A denúncia pode ser feita pelo telefone 100 do Ministério dos Direitos Humanos ou pelo site do Ministério do Trabalho e Previdência.

3. Apoio a entidades que lutam pelos direitos das trabalhadoras domésticas:

Existem diversas entidades que lutam pelos direitos das trabalhadoras domésticas. É possível apoiar essas entidades doando recursos, participando de campanhas e mobilizações ou se voluntariando para realizar atividades. 

POSTS RELACIONADOS:
Enviar um comentário

Comentários