14ª Edição do Escritor do Mês na Biblioteca Camões - REVISITANDO ANA PAULA TAVARES | CCCP Luanda 11 e 25/03

DO TEXTO:

Para onde eu vou
Ferve a luz
Debaixo dos tectos
Há ontem e amanhã
Amores com pele de liquen
Sonhos azuis pelas esquinas
Ali não é preciso nada
Guardamos o lugar
Com palavras
Olhamos uns para os outros
E vamos, cada vez mais pobres
Tapar o sol com a peneira
(“Para onde eu vou”  – Ana Paula Tavares)

O CAMÕES/CENTRO CULTURAL PORTUGUÊS, no quadro do seu desígnio de promoção da leitura e de divulgação de autores de língua portuguesa, criou na sua BIBLIOTECA um Núcleo de Leitura, que revisita autores consagrados de língua portuguesa, através da leitura colectiva de extractos das respectivas obras e biografias. Este Núcleo de Leitura, com momentos interactivos, conta com a participação activa de jovens, sobretudo, estudantes universitários e pré-universitários, utentes da Biblioteca.

Em dois dias de cada mês, a obra e a biografia do autor escolhido são revisitadas e analisadas.   

Na 14ª Edição/Março de 2019 do “Escritor do Mês na Biblioteca Camões”, nos dias 11 (2ª feira) e 25 de Março (2ª feira), a partir das 10H00, será revisitada a obra da Escritora angolana, ANA PAULA TAVARES, poeta, prosadora, professora, que nasceu no Lubango, Província da Huíla, em 1952. Viveu no Huambo, Gabela, Sumbe, Benguela e em Luanda. Iniciou o curso de História na Faculdade de Letras da Universidade Agostinho Neto em Luanda e concluiu a licenciatura na Universidade de Lisboa, onde também concluiu o Mestrado e Doutoramento em Literaturas Africanas de Língua Portuguesa. O seu vasto e diversificado percurso inclui incursões nas áreas da cultura, museologia, arqueologia, investigação científica e etnologia. Tem participado em comissões de estudo, simpósios e congressos. É membro da União Nacional dos Escritores Angolanos, da Associação Angolana do Ambiente e da Comissão Angolana da UNESCO. Actualmente, é docente na Universidade Católica de Lisboa e integra o grupo de investigadores que fazem o levantamento, nos arquivos portugueses, da documentação com importância para a história de Angola. Integra ainda o projecto “A Apropriação da Escrita pelos Africanos”. Colabora com a RDP África, com uma crónica semanal sobre assuntos nas áreas de História, Literatura e Cultura. A sua obra integra Antologias publicadas em Angola, Portugal, Espanha, França, Itália, Brasil e Alemanha.

Como poeta e escritora, tem dedicado uma particular atenção à condição da mulher em Angola. Entre a vasta obra de prosa e poesia publicada, cita-se “Ritos de Passagem” (poesia 2007), “Sangue da Buganvília” (crónicas 1998, “O Lago da Lua (poesia 1999), “Diz-me Coisas Amargas como os Frutos” (poesia 2001), “Ex-votos” (2003), “Manual para Amantes Desesperados (prosa 2004).    
Que avezinha posso ser eu
agora que me cortaram as asas
Que mulherzinha posso ser eu
agora que me tiraram as tranças
Que mãe grande mãe posso ser eu
agora que me levaram os filhos
(Ana Paula Tavares - “Mulher VIII”) 

POSTS RELACIONADOS:
Enviar um comentário

Comentários