de Marguerite Duras, a partir de um conto de Henry James
Miguel Loureiro, encenação
Filipe Duarte e Margarida Marinho, interpretação
Marguerite Duras, autoria
Miguel Loureiro, encenação
João Paulo Esteves da Silva, tradução
Tomás Colaço, cenografia
José António Tenente, figurinos
Daniel Worm, desenho de luz
Pedro Costa, sonoplastia
Mirró Pereira e Rafael Rodrigues, assistência de encenação
Nuno Pratas, produção executiva
Filipe Duarte e Margarida Marinho, interpretação
A Fera na Selva (The Beast in the Jungle, Henry James, 1903) recria em conto a angústia de dois seres em vertigem sobre o grande espanto que é viver. A ansiedade, o medo, a cautela perante o que virá, vai assim modulando uma relação cúmplice, um tempo dilatado de convívio, um quase-ritual-quase-iniciático, aos meandros de uma escuridão que também é nossa, dos leitores.
Duras apoiando-se na adaptacão dramática do texto, de James Lord (com quem colabora numa primeira versão, nos anos sessenta), recria na sua Fera final (1981), este labirinto psíquico de revelações e ocultações, de simulacros e frustrações, que habita também toda a sua escrita.
O trabalho de encenar este texto, e interessa frisar que mais do que um espectáculo, A Fera na Selva será um trabalho de texto, prende-se não só com o prazer de reconhecer os rostos de John Marcher e Catherine Bertrham em dois actores singulares, Margarida Marinho e Filipe Duarte, mas sobretudo em praticar em cena as paisagens emocionais, os vocábulos superlativos de James, filtrados na lendária música durasiana que nos deu India Song ou Savanah Bay.
A fera que no fim surgirá da densa selva e nos saltará ou não para cima, hedionda, inqualificável e implacável na sua predação, continua à espreita. À nossa espreita. –
📑 ÍNDICE DE ARTIGOS DOS AUTORES DO PORTAL
📑 ÍNDICE DAS PUBLICAÇÕES POR TEMAS
Comentários
Enviar um comentário