"Não é difícil largar as drogas, mas tem que querer"

DO TEXTO: João Flávio ao lado de Roberto Carlos. “Meu compadre fez a música ‘O Careta’ para mim, mas se afastou. Eu entendo. Mas tenho certeza de que ele...
Duas décadas após ser apontado como um dos homens mais elegantes do Brasil, o ex-empresário João Flávio Lemos de Moraes permanece vaidoso, mesmo depois de atravessar 26 anos sob dependência química de cocaína e crack.
 João Flávio com Roberto Carlos 
“Eu o acompanhava sempre nas gravações em Los Angeles”
Foto: Arquivo pessoal
 

Afastado dos negócios da família, João Flávio Lemos de Moraes quer encampar campanha contra entorpecentes e promete ajudar a filha

Duas décadas após ser apontado como um dos homens mais elegantes do Brasil, o ex-empresário João Flávio Lemos de Moraes permanece vaidoso, mesmo depois de atravessar 26 anos sob dependência química de cocaína e crack.

“Elegância é mais do que uma boa roupa, é atitude”, ele diz. “Mas não descuido do cabelo, gosto de me arrumar”, afirma, aos 60 anos, enquanto se prepara para a entrevista que concedeu ao iG no amplo apartamento, requintadamente decorado, onde vive de frente para o mar em Copacabana. “No mesmo prédio onde morou o ex-presidente Juscelino Kubitschek”, destaca ele, que costumava circular com famosos do jet set internacional.

Afastado dos negócios da família – que em 2004 alienou a Supergasbras, quando passou a representar a Scania na América Latina e a investir nos agronegócios – , João Flávio diz que acompanha tudo à distância. Discorda de “algumas decisões”, mas afirma, com fala pausada, às vezes arrastada, que não pensa em voltar à rotina do grupo. “Quero fazer uma campanha contra as drogas, com a música ‘O Careta’, que o Roberto Carlos fez para mim”. 

 
João Flávio ao lado de Roberto Carlos. “Meu compadre fez a música ‘O Careta’ para mim, mas se afastou. Eu entendo. Mas tenho certeza de que ele sabe que não uso mais"
Foto: Arquivo pessoal

Há cinco anos longe dos entorpecentes, segundo conta, e após enfrentar um diagnóstico de bipolaridade, João Flávio diz que faz tudo o que precisa para retomar a rotina – só não larga o cigarro que, educadamente, pede licença para fumar (em 40 minutos de entrevista foram acesos seis, de filtro branco). “Mas tem até uma esteira no meu quarto... Faço exercícios”, tenta ponderar. “Pouco tempo atrás eu namorei a Narcisa Tamborindeguy. Nessa época, saía mais. Acontece que a Narcisa é muito elétrica, a gente saía, eu ficava num canto e ela ia agitar. Aí resolvemos ser só amigos. Com o fim da relação, eu tenho ficado mais em casa, curtindo meus filhos”, explica.

Apoio ‘irrestrito’ a livro sobre intimidade de sua família

A “curtição” dos filhos inclui o apoio “irrestrito” ao livro que sua filha mais velha, Isabella Lemos de Moraes, pretende escrever para contar os dramas que a família atravessou em consequência de seu vício. “Dou os parabéns para minha filha e acho que ela vai contar tudo nesse livro. Tem que ser verdadeira não pode mentir em nada”, diz.

No que depender da ajuda do ex-empresário, Isabella vai expor as histórias que envolvem sua dependência química e também alguns bastidores dos negócios da família – que, segundo ele, influenciaram sua busca pelas drogas.

Embora não seja mais responsável pelos negócios da empresa WLM (siglas de Wilson Lemos de Moraes, seu pai, e fundador da Supergrasbras, morto no ano passado), João Flávio diz reprovar a venda de algumas empresas do grupo, como a própria Supergasbras. “Para dizer a verdade eu não concordo, não. Nós estávamos entre as 30 maiores empresas do Brasil. E meu pai comeu prego junto comigo para a gente fazer isso. Agora, o grupo ficou resumido”, critica. “Eu me afastei dos negócios, mas na minha cabeça eu continuo analisando tudo o que se passa lá”, afirma.

Para embasar as histórias do livro, João Flávio promete entregar documentos e até mesmo cartas escritas por sua mãe à filha Isabella, estudante do 4º ano do curso de Jornalismo na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Contudo, Isabella ressalva: “são apenas planos”.

03-03-2011

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Roberto Carlos - O careta


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1 Comentários

Comentários

  1. Olá maninho!

    Muito interessante essa reportagem. Ainda outro dia li algo sobre esse senhor, que como a reportagem, me transportou ao passado. Mas nunca poderia imaginar que foi amigo, compadre, do Roberto, o NMQT...

    Olhe só, nosso primeiro botijão de gás, há 50 anos atrás, era da Supergasbras...
    Continuamos com ele até que sumiu. Eram organizados, tinhamos um cartão, mudança de enderêço, tinhamos que notificar a firma...

    Bem dizem que o mundo é pequeno, de vez enquando nos deparemos com surpresas assim.Impressionante como mesmo indiretamente, Roberto está sempre ligado á algo em minha vida.
    Bom, né?

    Beijos maninho,
    Carmen Augusta

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