Rádios em Portugal desprezam música de língua portuguesa

DO TEXTO:

Composição com mapa de Portugal e microfone de rádio.

Maioria da rádios em Portugal que fazem regra do que devia ser uma excepção

 
Por: Armindo Guimarães
 
 
A minha pátria é a Língua Portuguesa
Fernando Pessoa


Concordarão comigo que por vezes lemos comentários a publicações que as completam e alguns até chegam a superá-las no que se refere ao âmago da questão.

Vem isto a propósito da minha recente publicação intitulada “Rádios em Portugal: E agora, para variar, vamos ter música portuguesa!”, através da qual, em jeito de sátira, a começar pelo próprio título, manifesto o meu descontentamento e protesto face à esmagadora maioria da rádios em Portugal que fazem regra do que devia ser uma excepção ao anunciarem, as que anunciam, “e agora, vamos ter um momento de música portuguesa”, de nada valendo a legislação que há anos o Governo publicou no sentido de pôr cobro ao exagero da difusão de música anglo-saxónica.

No mesmo dia, recebi de um habitual frequentador do Portal Splish Splash, um email com um comentário daqueles que superam as publicações, mas que o mesmo não pretendeu publicar por motivos que temos que respeitar, mas que nada nos impede de o difundir, anonimamente, é claro, como um valioso contributo à pátria de Fernando Pessoa.

“Houve realmente uma reviravolta grande na música que se escuta em Portugal.

Na verdade, ela é maioritariamente cantada em inglês, e vale a pena aprofundar um pouco mais essa coisa... ela aconteceu exatamente na mesma altura em que se deixou de ter no ensino secundário a opção de escolher, por exemplo, o francês como disciplina, para, obrigatoriamente, se aprender exclusivamente o inglês, certo?

Também na mesma altura se podia assistir no cinema a filmes franceses, espanhóis, italianos... e de mansinho, pois as gentes não se deram conta, só filmes falados em inglês passaram a ver-se na tela.

Não se ouve música portuguesa, mas por ventura passa nas rádios música francesa, espanhola ou italiana, como antigamente? Se formos falar com os franceses, os espanhóis, os italianos... os alemães, não se queixarão eles exatamente do mesmo que nós? Embora eu ache que em Portugal a coisa chegou ao exagero!

Onde quero chegar com esta conversa? É que tem havido uma forte colonização da cultura americana, a todos os níveis (não esquecer que a Inglaterra é a presença americana na Europa), e que o Império não dá ponto sem nó. Que esta colonização é política, e foi pensada e muito bem, para dominar, e quem eles quiseram logo conquistar foram os jovens, pois aí está o futuro de uma nação, além de que são realmente os mais permeáveis.”

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2 Comentários

Comentários

  1. Este Splish Splash está cada vez mais "saído"!!
    Gostei, Mindo!! Há que ir dizendo por aí uma verdades... para que não se abane apenas o capacete, mas também as mentes!!
    Beijinho....

    Natália Pires

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  2. Em tempos idos, debrucei-me sobre este assunto. Ao invés, muitas rádios de amigos meus nos Estados Unidos, não esquecem a nossa música. É patriotismo fora de portas, porque santos em casa é isso mesmo meu caro amigo Armindo.

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