Festival A Porta celebra 10 anos com novas ideias e alma comunitária- 2 a 8 de junho

"A Porta" - Artistas notáveis como Ana Lua Caiano e Salvador Sobral estão programados para se apresentar, juntamente com um concerto colaborativo espe
Criação IA mostra através de uma porta, pessoas dançando e divertindo-se, sugerindo a alegria da música e da celebração.

Festival A Porta celebra 10 anos com novas ideias e alma comunitária
 

De Leiria para o mundo: abre-se a porta para sete dias de pura inspiração


O Festival A Porta começa já no dia 2 de junho, em Leiria e estende-se até domingo, dia 8, com concertos, exposições, workshops, oficinas, atividades para os mais pequenos e famílias, jantares entre desconhecidos, mercadinhos e feiras, conversas e atividades surpresa.

O Festival A Porta é casa das mais diversas formas de arte e é para todas as idades. Tem como centro nevrálgico a Rua Direita e suas transversais e desdobra-se por outros palcos nas imediações, entre o Jardim Luís de Camões, Atlas, Arquivo Livraria, antiga Pousada da Juventude, Centro Comercial D. Dinis e Jardim de Santo Agostinho.

Na música, Ana Lua Caiano, X-Wife, Filipe Sambado, Noko Woi de Salvador Sobral, Máquina ou Aunty Razor e Von Di são alguns dos nomes mais esperados, mas Unsafe Space Garden, Scúru Fitchádu, Travo, Vaague ou Rossana prometem não deixar créditos por mãos alheias. O cartaz completa-se ainda com Caio, Cremalheira do Apocalipse, Evaya, Veronica Fussaro, Sérgio Onze e Gardênia & Technofoguete, dos quais também se aguardam boas e inesperadas surpresas.

Destaque para o concerto que junta Surma e Larie, artistas muito familiares do público leiriense que levam a palco o resultado de uma residência artística com o carimbo A Porta. A peça musical que estão a criar junta Brasil e Portugal, numa viagem de drones, samples e ritmos que resultam de uma reflexão sobre a realidade das ruas e dos lares, nos dois lados do Atlântico, os desafios da vida moderna e a busca por um lugar para chamar de casa.

Teaser vídeo

Laboratório João Gago é novidade na 10ª edição d'A Porta

O Festival A Porta celebra este ano a sua décima edição com uma novidade no programa, a criação do Laboratório João Gago (LJG) que funcionará como um festival de pequenas dimensões, feito inteiramente por voluntários, integrado na programação d’A Porta. Foi criado em homenagem a João Gago, voluntário do festival e apaixonado pelo meio cultural e artístico, que nos deixou prematuramente em 2024.

Tem como objetivo, além da homenagem referida, acolher e capacitar jovens da região que, através do voluntariado, procuram oportunidades de experimentação nas áreas de criação, programação e produção cultural. Com um caráter dinâmico e mantendo a abertura a novas propostas e a artistas pré-emergentes, maioritariamente da região de Leiria, o LJG pretende manter vivo o espírito de participação e descoberta que marcou o percurso do próprio João Gago.

A primeira edição do LJG tem arranque marcado para terça-feira, dia 3, às 18:30 horas, na Pousada, com a inauguração do Habitat João Gago, um espaço artístico, intimista, em tributo ao próprio. Contará também com poesia pela voz do Coletivo Sisifus, Cláudia Pena com uma dinâmica Drink & Draw, concertos de FEMA e Talvez Inês, teatro com "U gato" e Yoga com Vera Sousa.

Casa Plástica ocupa Centro Comercial D. Dinis pela primeira vez

Num formato diferente do habitual, a Casa Plástica d'A Porta 2025, desdobra-se por vários lugares, desde o edifício da antiga Pousada da Juventude, à Rua Direita e suas transversais, passando pelo Atlas e, pela primeira vez, por lojas desocupadas do Centro Comercial D. Dinis, um dos mais antigos shoppings da cidade, onde as lojas vazias se têm notoriamente somado ao longo das últimas duas décadas.

Cumprindo o seu propósito base de chamar a atenção para espaços e lugares que, pelas mais variadas razões, se vêem votados ao abandono na cidade, o Festival A Porta junta-se à organização do Caldas Late Night, da vizinha cidade das Caldas da Rainha, que assumirá a programação de uma das lojas disponibilizadas. Haverá também uma maratona sonora de música no feminino. Um convite à escuta de 24 horas ininterruptas de música, em vinil, onde mulheres tocam música feita por mulheres. Noutra loja, Ricardo Graça expõe uma seleção de fotografias intitulada Leiria e os Leirienses. Uma história que celebra já 20 anos de disparos pela objetiva do fotojornalista.

Sem esquecer a Rua Direita e suas transversais que darão lugar a uma exposição comemorativa das 10 edições d’A Porta, destaque ainda para a construção artística que resulta da residência de Alexandra Saldanha, Maria Pinheiro aka Carlos Roxo, e Neuza Matias, no edifício da Pousada onde têm estado, em antecipação ao Festival, a tomar de assalto aquele espaço, explicando desta forma a sua intervenção: “O conceito que estamos a explorar parte de um mundo apertadinho — daqueles em que não há espaço para estar, parar ou, com sorte, respirar. Ficar calmo ou descansado? Só se for um luxo. A graça está no contraste: esses espaços absurdamente apertados coexistem com outros quase paradisíacos. É nesse equilíbrio meio torto, entre o sufoco e o paraíso, que as artistas começam o seu caminho.”

Jantares com desconhecidos e TransPorta-te durante a semana

Como já é tradição n'A Porta, este ano não faltarão os jantares que reúnem desconhecidos à mesa, em casas particulares. Sobre os jantares os comensais sabem apenas o nome do chef e a ementa. O local do evento e o artista que abrilhanta o serão ficam no segredo dos deuses até ao momento final.

Da mesma forma funcionam as atividades TransPorta-te que já levaram os participantes por experiências como assistir a concertos dentro de um jacuzzi ou a fazer um passeio noturno por um vale repleto de pirilampos. O que o Festival A Porta tem preparado para este ano não pode ser revelado, mas é garantido que será mágico.

Estas atividades acontecem nos dias 3 e 4 de junho, têm lotação limitada e são sujeitas a reserva prévia. Para isso é preciso estar atento à abertura de inscrições nas redes sociais do Festival A Porta e entrar rápido na corrida por um lugar.

Portinha e 1001 Portas com espetáculos e atividades para todas as idades

Dentro d'A Porta haverá, como sempre, a Portinha, com programação criada para os mais pequenos. Com garantia de muita brincadeira, a cor e os sentidos terão o protagonismo entre histórias cantadas, desenhos com tesouras, ilustração, música, manipulação de objetos e muito mais, onde a espontaneidade e criatividade infantil são cabeças de cartaz.

A programação 1001 Portas, concentrada nos dias 7 e 8 de junho oferece, este ano, o regresso de Rui Paixão, “um palhaço da pior espécie” que desta vez traz KINSKI, inspirado na figura de Klaus Kinski. Página Solta também volta este ano, numa versão mais alargada que junta poesia, teatro e comédia. O projeto de Maria Beatriz e Rita Isabel de talentos múltiplos, incluindo música, dança e tudo o que o pós-dramático tem para oferecer, dinamizarão também o workshop de teatro, Solta a tua página. Julia Morelli, artista natural de Pombal, lança o desafio ao público d'A Porta que passa pela Rua Direita para explorar “Três espaços vazios, três montras adormecidas no coração da cidade.” Nesta intervenção para A Porta, intitulada Era Uma Montra, ocupam-se montras abandonadas com perguntas, desenhos, sonhos e papéis em branco à espera de um traço. Petúnio (Wandré Gouveia) abrilhantará o espaço do Jardim de Santo Agostinho com Monotrux, um andarilho que leva consigo apenas um carrinho repleto de cacarecos tecnológicos que recolhe pelo caminho. Uma performance que mistura comicidade física, música, equilibrismo e teatro de animação. O protagonista dinamizará também um workshop de mímica e comicidade física. E porque o brincar não tem idade, A Porta desafiou Ana Lopes-Mesquita, fundadora do Projeto Kalambaka, a criar o Atelier do Brincar para Adultos. Este atelier promete acordar as vivências que nos conectam com a nossa essência. Haverá também o Atelier do Brincar para Crianças, um espaço para o brincar espontâneo, com recurso a materiais de fim aberto onde a criatividade, a iniciativa, o risco, a escala e o processo ganham destaque.

Conversas na livraria Arquivo

A programação do festival inclui ainda três painéis de conversas que pretendem trazer a debate temas que tocam diretamente no futuro cultural da cidade de Leiria. Acontecem na Livraria Arquivo, às 17:00 horas dos dias 3, 4 e 5 de junho.

O primeiro painel debruça-se sobre o tema do voluntariado cultural e conta com as oradoras Leonor Atalaia, responsável pela direção dos Voluntários do Festival Bons Sons, Filipa Rodrigues, professora do IP Leiria e Matilde Marques, voluntária d’A Porta.

No dia seguinte, debate-se o futuro da cidade, com os contributos de Joana Ferraz, com ligações familiares ao centro histórico e proprietária de um restaurante local, Miguel Ferraz, membro da direção do Festival A Porta e morador do centro histórico e João Rino que tem integrado diversos projetos e ações de dinamização cultural em Leiria.

O terceiro painel coloca três oradores a lançar ideias sobre como revitalizar os centros comerciais abandonados no centro das cidades. Sentam-se à mesa João Mota, diretor da VOID, empresa tecnológica sedeada no Centro Comercial D. Dinis, Lino Ferreira, presidente ACILIS e vice-presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, entidade que acaba de lançar um plano para promover a recuperação de centros comerciais nos centros das cidades portuguesas e Nicola Henriques, co-fundador do SILOS Contentor Criativo, nas Caldas da Rainha, protagonista de uma história de ocupação artística de sucesso.

Menu A Porta em parceria com a restauração local

A Porta lançou um desafio aos comerciantes do setor da restauração, com negócios instalados na zona de abrangência do festival, para criarem uma iguaria a incluir no Menu A Porta e que conta já com algumas dezenas de espaços aderentes. Assim, nos dias 6 e 7 de junho, os festivaleiros poderão circular por esses restaurantes, cafés, pastelarias e espaços de venda de produtos alimentares e deliciar-se com as sugestões do menu, a preços especiais. Para abrir o apetite, no Menu A Porta há salgadinho brasileiro, focaccia, spicy edamame, bifanas e seitanas, tirinhas de choco, pokes, burritos, pizzas, brisas do lis e muito, mas mesmo muito mais. O link para aceder ao Menú A Porta será divulgado brevemente.

Nota adicional: As atividades inicialmente programadas para os jardins da Villa Portela, por razões alheias à nossa organização, foram reorientadas para o Jardim Luís de Camões (concertos de sexta e sábado à noite) e Jardim de Santo Agostinho (piquenique de encerramento, no domingo).

FESTIVAL A PORTA na web
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