A publicação "Odisseia da água - da geleira ao sertão", realizada com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura, será lançada em 25/03
Ao acordar após milhares de anos congelada, uma molécula d’água retorna ao ciclo hidrológico do planeta, “antes da hora combinada”, e percebe que tudo está muito diferente. Resultado de um bocado de pesquisa, algumas experiências e de um tanto de imaginação, esse é o início da narrativa do livro “Odisseia da Água - da geleira ao sertão” (Editora Quixote+Do, 2023), de autoria do jornalista Bruno Moreno e ilustrado por Conrado Almada, que será lançada em 25/3. A obra estará disponível na Quixote Livraria e Café, em Belo Horizonte, ao preço de 45 reais ou na Amazon (em breve, impresso e digital), e também na versão digital em inglês.
No início da história a personagem traz uma reclamação: o “combinado”, quando congelou, era que o tempo de “descanso” seria muito mais prolongado. No entanto, como o planeta está vivenciando as mudanças climáticas, que desencadeiam o descongelamento das calotas polares, a personagem “acorda” antes da hora.
Com muitas novidades a descobrir, a molécula d’água convida o leitor a acompanhá-la em sua jornada fluida da Antártida ao Nordeste brasileiro, desde o momento em que descongelou, até mergulhar no mar, voar enquanto nuvem, chover em Minas Gerais para, depois, navegar em um rio, pegar um atalho e alcançar uma pequena propriedade rural para matar a sede de animais de criação. A personagem interage com outras moléculas que vieram de diferentes lugares, como a Amazônia. Seguindo a jornada, ela passa por cursos d’água, chega a uma indústria, alcança estações de tratamento d’água, entra na casa de uma família, dá banho em um bebê, encontra o rio São Francisco e descobre o Nordeste brasileiro.
A publicação é a estreia de Bruno Moreno na literatura infantojuvenil, mas não na causa climática. Engajado na preservação do meio ambiente, ele escolheu a data de lançamento do livro na semana em que celebramos o Dia Mundial da Água, para dar mais voz ao tema. Quando já estava escrevendo o livro, em 2019, o termo 'Emergência climática' foi eleito 'Palavra do ano' pelo Dicionário Oxford. Ele, que já era envolvido com o assunto, ficou ainda mais disposto a concluir o trabalho.
Quatro anos depois, a temática continua urgente e atual. Tanto que uma pesquisa realizada neste ano, pela Undime (União dos Dirigentes Municipais de Educação), com apoio do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e Itaú Social, elegeu “Educação climática” como um dos 8 temas mais importantes para se trabalhar nas escolas em 2023.
Tendo como público-alvo as crianças e jovens, ao longo da narrativa a personagem assume características reflexivas e contemplativas, em linha com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da ONU ao abordar temas como as mudanças climáticas, o desmatamento e o processo de desertificação de grandes áreas.
“Na escola aprendemos o ciclo da água, normalmente com uma imagem que tem o mar, uma montanha e umas nuvens. No entanto, o ciclo hidrológico da Terra é muito mais complexo. Apresentar essa noção às crianças e jovens é fundamental para que possamos criar uma conscientização de que o planeta é um só, e tudo está integrado”, argumenta Bruno Moreno.
A origem
A ideia do livro surgiu em 2014, a partir de uma viagem do autor à Argentina. No retorno ao Brasil, ao observar as nuvens, pensou na logística reversa das moléculas d’água, chegando até a Antártida. À narrativa foram acrescentadas lembranças do autor, que morou em uma cidade siderúrgica em Minas Gerais, e a ideia do desfecho surgiu após uma viagem ao interior do Nordeste brasileiro, para reportar sobre a seca e a transposição do rio São Francisco.
O livro foi publicado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte, com patrocínio da MGS - Administração e Serviços S.A. O projeto cultural prevê sessões de contação de história em cada uma das nove regionais de Belo Horizonte e a gravação de um áudio-livro, que será disponibilizado às instituições e bibliotecas destinadas às pessoas com deficiência visual.
O Autor
Bruno Moreno é jornalista formado em 2002 pela PUC Minas. Em 2008, publicou o livro “Os Limites de Belo Horizonte e os Limites da Luz”. Trabalhou em eventos e megaeventos no Brasil, México, Inglaterra e Alemanha. Como repórter, conquistou alguns prêmios, com destaque para: VII Concurso Tim Lopes de Jornalismo Investigativo; 8º Prêmio Délio Rocha de Jornalismo de Interesse Público e o 6º Prêmio CDL de Jornalismo.
O lustrador
Conrado Almada é artista plástico e diretor audiovisual, com formação em Publicidade e Propaganda pela PUC Minas. Ilustra livros e revistas, pinta quadros e murais, dirige filmes publicitários, institucionais, videoclipes e animações. Ilustrou o livro do filme "O Palhaço", de Selton Mello, tendo feito também a animação de abertura e créditos do filme.