Galeria Nara Roesler | São Paulo apresenta "Meu corpo: território de disputa" - 9/2

DO TEXTO: A mostra se organiza em três eixos principais, intitulados: A liberdade também é um combate, Fabular uma anatomia experiencial, e Corpo-floresta em de
Composição com o título Artes & Ofícios.



Exposição coletiva que abre o calendário 2023 da galeria reúne uma seleção de 27 artistas mulheres


Dia 09 de fevereiro, 18h-21h (19h30, visita guaida com a curadora)
Em cartaz até 18 de março de 2023

Nara Roesler São Paulo tem o prazer de inaugurar seu calendário anual de exposições com mais uma edição do Roesler Curatorial Project. A coletiva Meu corpo: território de disputa, com curadoria de Galciani Neves, reúne 27 artistas mulheres expoentes de diferentes gerações, cujos trabalhos evocam as experiências vivenciadas por corpos reconhecidos como de mulher. Meu corpo: Território de disputa abre ao público no dia 11 de fevereiro de 2023, quando a curadora realizará uma visita guiada marcada para o meio-dia. 

“Viver em um corpo reconhecido como um corpo de mulher é saber que este corpo pode ser apalpado, violado, avalizado subitamente. Viver em um corpo reconhecido como um corpo de mulher é viver um corpo-escudo, um corpo-flama, apto ao embate. Estamos em estado de combate e defesa” afirma Galciani Neves, ao definir as inquietações que deram origem a seu projeto curatorial.

Enquanto as estatísticas se revelam assombrosas pela crueza dos fatos – o Anuário Brasileiro de Segurança Pública aponta que uma mulher é vítima de feminicídio a cada 7 horas, no país – Neves apresenta um conjunto diverso de estratégias poéticas desenvolvidas pelas artistas, que encaram esse cenário a partir da crítica, da fabulação, da autoafirmação e do reconhecimento de ser mulher no Brasil. Propondo uma corporeidade centrada no desejo, na espiritualidade e na ancestralidade, as artistas fazem do corpo um espaço de luta, resistência, força e gozo.

A mostra se organiza em três eixos principais, intitulados: A liberdade também é um combate, Fabular uma anatomia experiencial, e Corpo-floresta em desbunde. Na primeira sessão figura Quando todos calam #2 (2009), trabalho icônico de Berna Reale, na qual a performer se deita, nua, coberta por vísceras, sobre uma mesa a céu aberto no Mercado Ver o Peso, em Belém. Reale, que também atua como perita criminal, conhece a materialidade da violência em toda sua brutalidade. Outras formas de violência visíveis, como aquela instituída pelas representações da história da arte, aparecem no trabalho de Anna Bella Geiger, assim como a dos padrões de beleza, criticados no sedutor, mas perigoso, vestido de navalhas de Nazareth Pacheco.

A linguagem desponta como estratégia que permeia a exposição na construção de narrativas elusivas e angustiantes, como as bandeiras das Terroristas del amor, o letreiro neon de Lívia Aquino, os desenhos-anotações de Letícia Parente, e a colagem de notas fiscais e fotografias de Renata Felinto. As imagens também se guiam pela criação de ficções poéticas e irônicas, como no trabalho Identidade é ficção (2019), de Sallisa Rosa, goiana radicada no Rio de Janeiro; também pela fabulação acerca de ataques e violências, como em Memória demarcada (2020), da carioca Sumé Vasconcelos (Yina); assim como pelo registro de processos ritualísticos apresentado em Dissoluções (2021), de Rubiane Maia, capixaba radicada no Reino Unido.

Como não poderia deixar de ser, o corpo, como força de autoria, e sua anatomia, como estratégia de resistência, aparece como um dos principais temas dos trabalhos. Os objetos poéticos de Brígida Baltar se destacam pela estranheza das formas corporais distorcidas, e dialogam com as esculturas de Josi e pela organicidade minimalista presente nas obras de Flávia Vieira. Já os trabalhos de Djanira, Tadaskia e Hariel Revignet discutem temáticas relacionadas à ancestralidade. A dimensão política, por sua vez, perpassa todos os trabalhos, com destaque para os retratos de Guerrilheiras, da série Alma de Bronze de Virgínia de Medeiros. Durante meses, a artista conviveu com as lideranças femininas do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), fotografando-as em seus lares. Como é comum na prática de Medeiros, o corpo não é só o individual, mas também é um corpo coletivo, um corpo político que constrói, com o outro, o reconhecimento.

Artista participantes: Anna Bella Geiger, Berna Reale, Brígida Baltar, Djanira, Daiara Tukano, Eneida Sanches, Fernanda Gassen, Flávia Vieira, Hariel Revignet, Isabella Beneduci, Josi, Laura Berbet, Letícia Parente, Lívia Aquino, Maré de Matos, Monica Ventura, Nazareth Pacheco, Renata Felinto, Regina Parra, Rubiane Maia, Sallisa Rosa, Sumé Vasconcellos, Tadáskía, Terroristas del Amor , Vânia Medeiros e Virginia de Medeiros.

SERVIÇO:
Coletiva: Meu corpo: território de disputa
De 09 de fevereiro a 18 de março de 2023
Galeria Nara Roesler | São Paulo
Av. Europa, 655
Jardim Europa – São Paulo – SP
T 55 (11) 2039 5454
info@nararoesler.art
Seg a Sex | 10h–19h
Sáb | 11h–15h 

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