Começo a sentir um sentimento obscuro de desilusão em relação a uma sociedade em decadência. Sinto o desmoronar de um país sem rumo nem direção, em termos morais e éticos. A exatidão do momento lembra-me a espaços não muito longínquos o descalabro econômico e financeiro de um Portugal português.
A comparação deverá ser feita, apesar da distância de espaço e tempo existente. As relações entre a sociedade civil e as regras de conduta estão ultrapassadas, os valores são inexistentes. Hoje se cultua a não educação, por questões de puro populismo político e audiência televisiva.
Ser inculto é normal e essencial.
A sociedade caiu, sem reparo próprio, na banalidade e na baixaria.
As televisões mostram a violência como se ela devesse ser representada e ter voz representativa. Imagens são documentos da existência e do momento, conotadas com o distanciamento da paz, do amor e da vivência em sociedade.
A nossa equivocada e atrapalhada evolução culmina nos dias de hoje sem a noção exata de onde estamos e o que pretendemos das nossas vidas... Para onde vamos, sem a busca de um equilíbrio? Qual será a nossa razão de existência sem equilíbrio?
São questões que ao longo dos últimos tempos tenho colocado a mim mesmo, sem obter nenhuma resposta. Procuro uma orientação através do meu discurso, das minhas palavras e da necessidade de escrever.
Horizonte de mudanças drásticas sem positividade, sinergias difusas, mentalidades distorcidas. Falta orientação e orientadores.
Algo deve ser feito e urgentemente, não existe mais tempo a perder.
Procura-se dinamizar um país, através da mostra de realidades completamente opostas.
A distribuição de renda é escassa e desequilibrada.
Falta, ainda, o que de mais importante uma sociedade precisa: educação e formação. Sem educação não pode haver evolução.
Caímos na mesmice da retórica exclusivista e preconceituosa sobre o papel da educação na formação das gentes, que constituem esta tão nobre, mas por vezes confusa nação.
Erros crassos de dirigismo e centralização levam este país ao abandono, na maioria dos estados e cidades. Não existe planificação, nem estruturação, e isso dificulta a compreensão e a evolução.
Através desta inoperância centralizadora, que vem do núcleo decisório, nascem as deformações e aberrações (não culturais) que povoam o nosso cotidiano, as nossas casas e famílias, originando esta confusão que limita o processo evolutivo, em relação ao dia a dia de todos nós.
Algo deve ser feito e urgentemente.
Não percamos mais tempo, porque a mudança começa individualmente, dentro de cada um...
* Ricardo Ferreira é escritor, consultor empresarial e palestrante; nascido em Angola e criado em Portugal, mora no Brasil desde a década de 1990
SOBRE RICARDO FERREIRA
Ricardo Ferreira é escritor, consultor empresarial e palestrante. Nascido em Angola e criado em Portugal, mora desde 1994 em Salvador, Bahia. É autor da trilogia literária “O Grande Banquete” (composta pelos livros “A Transformação e o Templo”, “Viagens à Nossa Volta” e “Eles e Elas e os Risos do Fado”), em que faz viagens pela cultura e história dos três países que o formaram como cidadão e ser humano, em narrativas que transitam pelo limite entre a realidade e a ficção. Defensor da lusofonia, atua com o intuito de estreitar, a nível comercial, cultural e social, os laços entre Angola, Portugal e Brasil.
Começo a sentir um sentimento obscuro de desilusão em relação a uma sociedade em decadência. Sinto o desmoronar de um país sem rumo nem direção, em termos morais e éticos. A exatidão do momento lembra-me a espaços não muito longínquos o descalabro econômico e financeiro de um Portugal português.
A comparação deverá ser feita, apesar da distância de espaço e tempo existente. As relações entre a sociedade civil e as regras de conduta estão ultrapassadas, os valores são inexistentes. Hoje se cultua a não educação, por questões de puro populismo político e audiência televisiva.
Ser inculto é normal e essencial.
A sociedade caiu, sem reparo próprio, na banalidade e na baixaria.
As televisões mostram a violência como se ela devesse ser representada e ter voz representativa.
Imagens são documentos da existência e do momento, conotadas com o distanciamento da paz, do amor e da vivência em sociedade.
A nossa equivocada e atrapalhada evolução culmina nos dias de hoje sem a noção exata de onde estamos e o que pretendemos das nossas vidas... Para onde vamos, sem a busca de um equilíbrio? Qual será a nossa razão de existência sem equilíbrio?
São questões que ao longo dos últimos tempos tenho colocado a mim mesmo, sem obter nenhuma resposta. Procuro uma orientação através do meu discurso, das minhas palavras e da necessidade de escrever.
Horizonte de mudanças drásticas sem positividade, sinergias difusas, mentalidades distorcidas. Falta orientação e orientadores.
Algo deve ser feito e urgentemente, não existe mais tempo a perder.
Procura-se dinamizar um país, através da mostra de realidades completamente opostas.
A distribuição de renda é escassa e desequilibrada.
Falta, ainda, o que de mais importante uma sociedade precisa: educação e formação. Sem educação não pode haver evolução.
Caímos na mesmice da retórica exclusivista e preconceituosa sobre o papel da educação na formação das gentes, que constituem esta tão nobre, mas por vezes confusa nação.
Erros crassos de dirigismo e centralização levam este país ao abandono, na maioria dos estados e cidades. Não existe planificação, nem estruturação, e isso dificulta a compreensão e a evolução.
Através desta inoperância centralizadora, que vem do núcleo decisório, nascem as deformações e aberrações (não culturais) que povoam o nosso cotidiano, as nossas casas e famílias, originando esta confusão que limita o processo evolutivo, em relação ao dia a dia de todos nós.
Algo deve ser feito e urgentemente.
Não percamos mais tempo, porque a mudança começa individualmente, dentro de cada um...
* Ricardo Ferreira é escritor, consultor empresarial e palestrante; nascido em Angola e criado em Portugal, mora no Brasil desde a década de 1990
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