Morre Vida Alves, protagonista do 1º beijo da TV brasileira Ela também participou do primeiro beijo gay da TV nacional.
Morreu, aos 88 anos, a atriz Vida Alves, considerada pioneira na televisão do Brasil. A atriz estava internada desde 29 de dezembro no Hospital Santa Maria Maggiore, em Higienópolis, na capital paulista. Ela teve falência múltipla dos órgãos e morreu às 22h de ontem (3).
O corpo da atriz é velado no Cemitério do Araçá, zona oeste, desde as 7h. O enterro está marcado para as 16h. Vida exerceu as funções atriz, autora, produtora, diretora e um dos grandes nomes da Era do Rádio.
A atriz lutou pela criação oficial do Museu da Televisão Brasileira, que, por 13 anos, funcionou dentro de sua casa. Fundou, em 1995, a Associação dos Pioneiros da Televisão Brasileira, que mudou de nome para PRÓ-TV. A entidade será comandada, agora, por Thais Alves, filha de Vida.
Além de Thais, ela deixa o filho Heitor, três netos (a cantora Tiê, o músico Gianni e a psicóloga Carina) e três bisnetas (Lys, Amora e Violeta).
Primeiro beijo
Além de prêmios no rádio e na televisão, Vida protagonizou, ao lado de Walter Forster, o primeiro beijo da televisão brasileira, em 2 de fevereiro de 1952, um escândalo para a época. Vida ainda deu o primeiro beijo homossexual da televisão brasileira, junto a Geórgia Gomide, durante o teleteatro Calúnia, na TV Tupi, em 1963.
A atriz nasceu em Itanhandu (MG), em 15 de abril de 1928. Com seis anos de idade, mudou-se para São Paulo. Aos dez anos, Vida participou de um programa de rádio, mas a sua carreira começou no Clube do Papai Noel, de Homero Silva, na Rádio Difusora de São Paulo.
A atriz iniciou como cantora e gostava de imitar Carmem Miranda. Fez também um papel de menino na novela A Vingança do Judeu, dirigida por Oduvaldo Viana, na Rádio São Paulo. Vida passou a integrar o elenco radioteatral da Rádio Panamericana, em 1944. Teve passagem pelas rádios Cosmos, Cruzeiro do Sul, Standard Propaganda e Cultura.
Televisão
Aos 18 anos, foi contratada para a Rádio Tupi, após ser aprovada em um teste feito por Lima Duarte. Na emissora, em que ficou 22 anos, conheceu a televisão trazida por Assis Chateaubriand. Em 1949, casou-se com Gianni Gasparinetti, engenheiro italiano, contratado para erguer a Tupi, no Brasil. A carreira de Vida cresceu quando começou a escrever para o rádio e para a televisão - foram 14 novelas, além de inúmeras participações como atriz.
A atriz escreveu os livros Vida…Uma Mulher! (2002), TV Tupi: Uma Linda História de Amor (2008), Televisão Brasileira: O Primeiro Beijo e Outras Curiosidades (2014) e Todas as Marias (2015). Ela foi tema da biografia Vida Alves: Sem Medo de Viver (2013), de Nelson Natalino, e escreveu textos especiais para obra Gabus Mendes: Grandes Mestres do Rádio e Televisão (2015). De 2005 a 2015 dedicou-se a redigir mais de 5 mil biografias de profissionais da televisão brasileira de todas as épocas.
Morre Vida Alves, protagonista do 1º beijo da TV brasileira
Ela também participou do primeiro beijo gay da TV nacional.
Primeiro beijo
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