Carminho traz ao Brasil show com músicas de Tom Jobim

DO TEXTO:


Fadista canta 'Sabiá' e 'O que tinha de ser' na redação do GLOBO RIO

Rio - Lançado em dezembro no Brasil, o disco "Carminho canta Tom Jobim" foi o mais profundo mergulho da fadista portuguesa de 32 anos nas águas da MPB.

Acompanhada por alguns dos músicos que integraram a Banda Nova do maestro soberano (entre eles, o seu filho, o violonista Paulo Jobim), a cantora entrou na seara do risco ao buscar o seu próprio Jobim. Aquele que, como ela disse em entrevista na redação do GLOBO, transmitida pelo Facebook (veja abaixo, na íntegra), "deve ser um bocadinho diferente daquele que foi o pai do Paulo".

E é esse Jobim que ela vem ao Brasil para apresentar em uma turnê do disco, que começa esta quarta em Porto Alegre (no Teatro do Bourbon Country) e chega na sexta ao Rio (no Vivo Rio), sábado a São Paulo (Tom Brasil) e domingo a Belo Horizonte (Palácio das Artes).

As primeiras canções de Tom Jobim que conheci foi pelas novelas da Globo, quando era criança, e eu nem sabia que eram dele. Eu gostava mais da trilha sonora do que das histórias das novelas — revelou a cantora na entrevista, durante a qual também cantou "Sabiá" e "O que tinha de ser" acompanhada por Paulo Jobim.

A gênese de "Carminho canta Tom Jobim" se deu de forma natural, numa das várias visitas que ela veio fazendo ao Brasil desde 2012.

Num jantar em que estava a Ana Jobim, mulher do Tom, cantei essas canções dele com o sotaque português que eu trago, e do jeito que eu já pensava em interpretá-las. E a Ana disse: "Carminho, você tem que fazer um disco de Tom Jobim!" No iniício, fiquei a pensar que era só o entusiasmo de um momento simpático — contou.

ORIENTADA PELA LÍNGUA

A sugestão que recebeu dos amigos foi a de que fizesse o disco com a ajuda de Paulo Jobim. No primeiro encontro, ele deu à cantora um calhamaço de partituras de Tom:

Conheci várias coisas que não conhecia, mas tive que estabelecer alguns critérios para selecionar o repertório, e um deles foi o da língua. Busquei canções que tivessem um português mais próximo daquele que falo. Tive que deixar para trás temas fabulosos.

Nisso, ela descobriu ligações entre aquelas canções de Tom e a música que ouvia desde criança por causa da mãe, a fadista Teresa Siqueira.

O Tom Jobim vem de uma outra época, suas influências vêm de uma música brasileira mais proxima de um fado. As letras eram sempre muito definitivas, tinham um drama — contou ela, que vai incluir no show uma música só de Vinicius de Moraes, "Saudades do Brasil em Portugal". — É um fado autêntico, que Vinicius compôs quando esteve em Portugal. Ele encontrou no fado um instrumento para traduzir essa saudade de casa.

            

Paulo Jobim aproveitou uma deixa para avalizar a sua mais nova parceira musical:

— Tem mil cantoras que gravaram essas músicas e que fizeram diferentes interpretações. Com a Carminho, não. É outra visão, é uma novidade.

Na semana em que foi lançado em Portugal, "Carminho canta Tom Jobim" foi parar no primeiro lugar da parada de discos do país. Em terceiro lugar, estava "Até pensei que fosse minha", álbum em que outro jovem fadista, António Zambujo, cantava músicas de Chico Buarque.

Foi uma coincidência termos feito esses dois discos e lançado os dois ao mesmo tempo, foi coisa que deu vontade de rir — admitiu Carminho. — São duas interpretações completamente distintas, mas uma forma de levar até Portugal parte de um repertório que chegou um bocadinho aos pedaços através das novelas.

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