Do jornalista João Rocha

DO TEXTO:



Vasco Granja, o senhor 
que nos dava macaquinhos
                                                                     
                                                                        

À tarde, aos sábados, o ritual repetia-se: a miudagem das décadas de setenta/oitenta era cumprimentada na televisão por um cordial “olá, amiguinhos”.
O autor da saudação era um simpático senhor, de nome Vasco Granja, que dava algo que nos divertia a valer – macaquinhos, isto é, desenhos animados.
Além da exibição os bonecos produzidos nos países de Leste, Granja, falecido com 83 anos, a 4 de Maio de 2009, apresentava-nos personagens que depressa passavam a fazer parte do nosso quotidiano na capa de heróis.
O pitosga Magoo, o irrequieto Bugs Bunny e a irresistível Pantera Cor-de-Rosa, cuja banda sonora tanto irritava o meu pai, encantavam as crianças de uma época em que sonhar puxava mesmo pela criatividade.
Para não ser acusado de parcialismo, basta afirmar que a imaginação do telespectador é que pintava a dita pantera com tons rosa, uma vez que o ecrã só difundia imagens a preto e branco.
O programa de Vasco Granja, “Cinema de Animação”, que durou 16 anos, constitui referência para várias gerações e possibilitou mostrar trabalhos cuja origem não se limitava ao tradicional mercado norte-americano.
Nos dias de hoje, Ruca, Noody e o carro “Faísca” preenchem o fascinante mundo de fantasia da miudagem.
Nada de comparações. Os macaquinhos contemporâneos fazem o mesmo papel do que os do “meu tempo”, dando boleia à sempre mais do que necessária viagem à “Terra do Nunca”.
Mas, mesmo assim, e nostalgia à parte, observar as aventuras da Pantera Cor-de-Rosa a preto e branco era uma experiência deveras singular e que me faz constatar, de forma cristalina, que já não vou para novo…

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