Quem é quem na CCBP - Fadista Maria João Quadros

DO TEXTO: Até sei os fados que cantei e cantei em tudo o que era sitio: casas de fado, A Toca, Clube dos Lisboetas, festas de caridade (mil) Movimento Nacional
Maria João Quadros



Membro Efetiva da nossa Confraria Cultural Brasil - Portugal
A fadista Maria João Quadros em pequena entrevista





Lembra-se de quando e onde começou a cantar o fado?

Poderia me esquecer, sim. Aconteceu há 50 anos, profissionalmente, no Rádio Clube de Moçambique (em ainda Lourenço Marques), com 16 anos, por muito estranho que pareça, com a orquestra típica do maestro António Gavino, entre muitos instrumentos, guitarra e viola de Alves Martins e António Fonseca.  Até sei os fados que cantei e cantei em tudo o que era sitio: casas de fado, A Toca, Clube dos Lisboetas, festas de caridade (mil) Movimento Nacional Feminino, etc. até hoje!

Sei que tem uma casa de fados que tem tido muito sucesso, em que consiste o projeto?

Tive já variadíssimas casas, comecei em Luanda e por cá outras tantas: Desassossegos, Pindéricos, Mariquinhas, etc. A Mariquinhas já não é minha. Passei-a para outras mãos, embora lá continue a trabalhar. Todas elas, as casas, foram com o mesmo fito: trabalhar, cantar e deixar cantar quem precisasse, quisesse ”treinar“, mostrar o que era capaz, e lançar muita gente que nas minhas casas começou a cantar e a tocar. Cansei-me. E como a idade embora seja um rico ”posto”, ela não perdoa. Avó de 6 netos, bisavó de um bisneto (já há 6 aninhos), tornou-se exaustivo tanto trabalho, mas nunca digo ”não volto“. Sabe Deus!

Para si o fado é triste?

O fado foi sempre, é será, o meu estado de alma, com a minha alegria de viver que me caracteriza, quase sempre cantei os melhores fados quando estava triste, (e estou muitas vezes), mas há fados lindos e alegres, e marchinhas lindas, etc., mas o fado é mais (para mim) cantado com certa tristeza por razões variadíssimas.

Para além de si, na sua opinião quais as 3 principais fadistas portuguesas?

Do antigamente, Maria do Rosário Bettencourt, Teresa Tarouca, Beatriz da Conceição, Fernanda Maria, Odete Mendes, Maria da Fé, Lucília do Carmo, Hermínia Silva e a grande Amália fica de fora, era a maior diva, a maior em tudo o que há de bom, mas não me fez nunca esquecer as grandes fadistas que mais me tocaram, as que disse e as que não disse da atualidade, sem dúvida nenhuma a Carminho, a Ana Moura e a Raquel Tavares.

Termino com a pergunta da praxe. Maria João, a mulher é que manda?

Bem, mandar não sei, mas que leva sempre a dela avante, leva.

Beijinhos, querida Mónica!

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NOTA – Mónica, é a autora destas perguntas à fadista Maria João Quadros.

Maria João Quadros - Fado Santa Luzia

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