Wanderléa celebra os 50 anos de carreira e da Jovem Guarda

DO TEXTO:


A mineira de Governador Valadares Wanderléa Charlup Boere Salim nem precisou usar pseudônimo para se tornar artista. O talento veio do berço. Aos 9 anos, já era contratada da poderosa CBS, aos 15, crooner de uma das mais conhecidas orquestras de baile do País, a do maestro Astor Silva, aos 16, gravou o primeiro disco e, com 22, comandava, com Roberto Carlos e Erasmo Carlos, o programa mais influente e popular da história da televisão brasileira, o Jovem Guarda, aos domingos, na TV Record de São Paulo.

 De hoje a sábado, Wanderléa apresenta­se no Caixa Cultural do Recife. “Eu soube que o local é pequeno. Então faço, pela primeira vez com um trio, este show de celebração de meus 50 anos de carreira. Não caberia a banda inteira no palco. Canto com Lalo Califórnia, guitarra e violão. Na batera, Armando Cardoso e Cristiano Oliveira, no baixo. O som fica redondinho”, diz a cantora.

 “Por favor, pare, agora/senhor juiz, pare, agora” (de Pare o Casamento) e “Esta é uma prova de fogo/você vai dizer, se gosta de mm (de Prova de Fogo), são versos de dois dos maiores sucessos de Wandeca no auge da Jovem Guarda. Para boa parte dos brasileiros, a carreira dela se resumiu a esta fase e a sucessos ocasionais, anos mais tarde, como Na Hora da Raiva, composta para ela pelos “maninhos” Roberto e Erasmo, em 1981.

 Porém esta trinca é apenas a ponta de um iceberg que engloba pelo menos duas dezenas de hits e álbuns recordistas de vendas em 50 anos de carreira ­ data que ela arredondou, já que começou a frequentar as paradas do País em 1964, com Meu Bem Lollipop, versão de My Bop Lollipop, primeiro ska gravado no Brasil (e primeiro sucesso internacional do gênero).

 Foi pelo sucesso que fazia desde 1963, quando lançou o primeiro LP, que Wanderléa foi convidada para compor o trio de apresentadores do programa Jovem Guarda. O impacto arrebatador durou pouco: de agosto de 1965 a dezembro de 1968. “Nem deu para pensar que havia acabado porque os compromissos ainda eram tantos. Ainda hoje são, continuo assim”, diz Wanderléa, que depois da Jovem Guarda, virou ídolo dos alternativos, com discos que flertavam com o udigrudi.

 Os néo-­hippies que cultuam a psicodelia dos anos 1970, podem incluir na discoteca básica, quatro álbuns da época: Em Maravilhosa (1972), ela gravou A Locomotiva, nonsense de Jorge Mautner, em Feito Gente (1975) fez interpretação antológica da música homônima, do vanguardista Walter Franco, e lançou a esquecida Que Besteira, de João Donato e Gilberto Gil. Parte destas canções está nos shows que ela faz no Recife.

 Show com Wanderléa. Caixa Cultural. Hoje e amanhã, 20h, no sábado, . Avenida Alfredo Lisboa, 505, Bairro do Recife. Ingressos: R$ 20. Fones: 3425­1900/1915

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