9.º Bate-papo entre Eduardo Lages e eu – Os Elton Jones do Brasil

DO TEXTO: Onde se fala dos elementos da orquestra de Roberto Carlos.


Por: Armindo Guimarães

OS ELTON JONES DO BRASIL

3 de Junho, quinta-feira, 15,53h em El Salvador, 22,53h em Portugal.

O meu telemóvel toca.

(música “E por isso estou aqui” do CD Inesquecível do maestro Eduardo Lages).

E eu atendo.

ARMINDO – Estou!
EDUARDO LAGES – Oi, Armindo! Tudo bem, com você?
ARMINDO – Ó Roberto, o que é que se passou, pá?
EDUARDO LAGES – Armindo, não é Roberto quem tá falando. Sou eu, o Eduardo Lages!
ARMINDO – O Mestre Maestro?!
EDUARDO LAGES – Tô aqui em uma Geladaria de San Salvador com Roberto e alguns caras da equipe e pensei que o momento seria bom pra telefonar pra você pois faz tempo que estou devendo essa mas não tem dado, não.
ARMINDO - ?!
EDUARDO LAGES – Oi, Armindo! Eu sei que você quando fica batendo papo com Roberto tem sempre algo pra lhe dizer e comigo você nunca sabe o que dizer, mas não precisa de ficar tão calado assim. Eheheheheh
ARMINDO – Ó Mestre Maestro, estou a ver que além de um grande maestro e compositor, já para não falar nas suas qualidades humanas, é também um psicólogo de se lhe tirar o chapéu!
EDUARDO LAGES – Psicólogo, eu? Já me têm chamado muitos nomes, mas esse foi a primeira vez. Eheheheheh
ARMINDO – Caramba, Maestro! Lembra-se daquela primeira vez que me telefonou e que eu de início até pensei ser alguma brincadeirinha de alguém? Depois o Mestre Maestro sugeriu que de futuro poderíamos utilizar o Skipe para falarmos mais à vontade, esquecendo-se que estava a falar com um portuga que pensava que Skipe era uma marca de automóvel. eheheheheh
EDUARDO LAGES – eheheheheh Armindo, esse não foi o nosso primeiro bate-papo telefónico, mas sim o oitavo que tivemos em 20 de Agosto do ano passado, isto já pra não falar dos bate-papos que depois tivemos aproveitando quando o Roberto telefona pra você. Eheheheheh
ARMINDO – É isso, Maestro. Eu disse o primeiro, mas queria dizer o oitavo.
EDUARDO LAGES – Tô entendendo! eheheheheh A palavra primeiro é muito parecida com a palavra oitavo e errar é próprio do homem, né? Eheheheheh
ARMINDO – Ó Mestre Maestro, por falar em errar, agora quando o Roberto está dando show, há muito que já não tem havido aquele problema com o microfone dando retorno de som. Já resolveram o problema, foi?
EDUARDO LAGES – Isso começou acontecendo desde que Roberto começou usando fones nos ouvidos, mas nossa equipe técnica de som já resolveu esse problema e agora isso jamais acontecerá.
ARMINDO – É pena pois quando isso acontecia o Roberto tinha que sair de cena e nos bastidores aproveitava sempre pra me telefonar e agora…
EDUARDO LAGES – Olhe aí, Armindo! Precisamente eu tô lhe telefonando por dois motivos e um deles é pra lhe contar que em nossos shows de Toronto, nos dias 23 e 24 do mês passado, antes soubemos que a comunidade portuguesa iria estar em peso. Então, eu falei pra Roberto, dizendo: “Oi, Roberto, cê sabia que no Massey Hall vamos ter portugas pra caramba assistindo a nossos shows?” – Ao que Roberto me respondeu: “Puxa vida! Como é possível isso acontecer, mora!? Vai ver que foi seu sócio portuga que andou por aí apregoando aos quatro ventos…”
ARMINDO – Ele disse isso? Eheheheheh
EDUARDO LAGES – Disse, Armindo! Mas é claro que isso foi só pra pegar comigo, né?! Ele sabe bem que a malta, digo, a galera portuga tá em tudo quanto é sítio. Então, ficou acertado Roberto incluir “Coimbra” em seu repertório, coisa que como você sabe só é costume acontecer em Portugal.
ARMINDO – E os portugas gostaram?
EDUARDO LAGES – Você ainda pergunta? Demais!!! Não preciso dizer que lembrei de você, né? Aliás, eu estou lhe telefonando porque me lembrei que hoje é uma boa oportunidade de o Roberto bater um papo com você. Estamos aqui numa Geladaria transando sorvete e Roberto está neste momento falando ao celular com Caetano Veloso. Logo que ele termine o bate-papo com o Caê, eu vou dizer pra ele que você está aqui em meu celular.
ARMINDO – Maravilha! Faz tempo que eu não falo com o Roberto, carago!
EDUARDO LAGES – Antes de Roberto estar falando com Caê ele estava no celular falando com um cara que por uns instantes me deu a sensação de ser você, mas não. Roberto me disse ser um cara que curiosamente também dava por Caê. Coincidências, né?!
ARMINDO – É mesmo, Mestre Maestro!
EDUARDO LAGES – Armindo, em Toronto não aconteceu só o detalhe de Roberto ter incluído em seu repertório “Coimbra” em honra da malta, digo, da galera portuga. Também houve outro detalhe que nosso Roberto quando viu culpou você. Eheheheheh
ARMINDO – Culpou-me a mim? De quê?
EDUARDO LAGES – Armindo, imagine que Aurino, Clécio, Jorge Berto, Ubaldo, João e Nahor, foram num shoping e se lembraram de comprar óculos.
ARMINDO – Ó Mestre Maestro e isso o que tem de especial?
EDUARDO LAGES – Não teria nada de especial se eles a seguir não se tivessem lembrado de entrar no palco do Massey Hall de óculos escuros. Cê tá imaginando os seis tocando seus instrumentos de sopro com óculos escuros? Eheheheheh
ARMINDO – Ó Mestre Maestro, isso foi verdade? É do baril! Eheheheheh
EDUARDO LAGES – Só queria que você visse a cara de espanto de Roberto quando viu os seis entrando em palco de óculos escuros. Eheheheheh Se dirigiu a mim, me perguntando: “Edu, que foi que aconteceu com aqueles, mora?!” – E eu respondi: “Roberto, sei tanto como você!”.
ARMINDO – Gostava de ter estado lá só pra ver a cara do Roberto. Eheheheheh
EDUARDO LAGES – E a coisa pegou pois no segundo show Os Seis Magníficos voltaram a usar seus óculos escuros. Eheheheheh
ARMINDO – Os Seis Magníficos? Eheheheheh E o Roberto que disse?
EDUARDO LAGES – Se riu da figura deles, dizendo que mais pareciam os Elton Jones do Brasil. Eheheheheh
ARMINDO – Essa dos Elton Jones do Brasil foi boa! Eheheheheh
EDUARDO LAGES – Foi então que Roberto culpou você, viu?
ARMINDO – Mas que tive eu a ver com os óculos ou com os Elton Jones?
EDUARDO LAGES – Nada. Mas Roberto me disse que suspeitava que toda a equipa andava ficando com pensamentos esquisitos desde que permitiu eles falarem com você durante seus bate-papos telefónicos e que por isso só iria telefonar pra você quando ninguém estivesse por perto. Eheheheheh
ARMINDO – A sério?
EDUARDO LAGES – Ora bem, ele disse isso, né?! Mas eu acho que ele vai esquecer, viu?
ARMINDO – Hum!...
EDUARDO LAGES – Como dizia o Jô Soares: que mais irá acontecer? Eheheheheh
ARMINDO - eheheheheh
EDUARDO LAGES – Armindo, Roberto já terminou o bate-papo com Caê. Vou dizer pra ele que você está em meu celular. – “Oi, Roberto, dou um doce pra você se souber me dizer quem tá aqui em meu celular.”
ROBERTO – Edu, sua pergunta vem com resposta, mora! Essa expressão de dar doce sei bem de quem é, viu? Pra mais, eu estou mesmo de saída. Diga pro gajo, digo, pro cara, que logo mais telefono pra ele, tá?
EDUARDO LAGES – Oi, Armindo! Roberto disse que logo mais telefonava pra você, tá?
ARMINDO – Imagino que esse “logo mais” deve ser no dia de São Nunca à tarde! Eheheheheh
EDUARDO LAGES – eheheheheh Armindo, antes que a gente termine nosso bate-papo você vai ter que falar um pouco do Enrico senão estou tramado que tenho de ouvir suas lamentações dizendo: “Vovô, puxa vida! O titio Mindo lá de Portugal se esqueceu de mim. Quando tá batendo papo telefónico com você nem um abraço me manda como antes!”.
ARMINDO – eheheheheh
EDUARDO LAGES - É caso pra dizer que já não se fazem titios como antigamente!
ARMINDO – Mestre Maestro, diga pro meu sobrinho Enrico que a culpa não é minha mas de seu vovô que nunca me telefona quando o seu netinho está presente. Exatamente como o Roberto que há pouco me disse que doravante só me telefonava quando não estivesse presente ninguém da sua equipe para evitar confusões.
EDUARDO LAGES – Armindo, eu ouvi bem, você dizendo que o Roberto telefonou há pouco pra você?
ARMINDO – Eu disse “hà pouco”?
EDUARDO LAGES – Me parece que foi o que eu ouvi você dizendo, mas...
ARMINDO – Queria dizer quando o Roberto me telefonou da última vez.
EDUARDO LAGES – Pois. E essa última vez bem que poderia ter sido há pouco, né?! Eheheheheh Está se passando aqui coisas estranhas que eu não tô entendendo. Já nem sei quem é que anda arrumando confusão, se é você ou o Roberto...
ARMINDO – E o Enrico como é que vai com as mágicas?
EDUARDO LAGES – Você é um perito mudando de assunto quando a conversa não está lhe interessando. Eheheheheh
ARMINDO – Não é isso, Maestro! É que sem querer desviamo-nos da conversa que estávamos a ter sobre o Enrico e às tantas esquecíamo-nos outra vez dele e depois o titio é que era o culpado.
EDUARDO LAGES – eheheheheh Como cê sabe Enrico tem apenas 5 anos. Já está aprendendo a ler e a escrever as primeiras letras e já está tentando ler algumas mágicas do titio. A mágica que ele mais gosta de fazer é a dos discos do vovô que magicamente trocam de cor. Já fez essa mágica mais de quinhentas vezes e pelo mesmo número de vezes ele exige que a gente bata palmas pra ele. Eheheheheh
ARMINDO – Mágico exigente é assim mesmo! Eheheheheh
EDUARDO LAGES – Armindo, agora vamos terminar nosso bate-papo. Um abração pra você, sua família e toda a galera robertocarleana.
ARMINDO – Melhor dizendo, galera robertolageana! Eheheheheh
EDUARDO LAGES – É isso! Eheheheheh
ARMINDO – Boa sorte pro show de logo à noite aí em San Salvador e um grande abraço pra você, pra Dona Mércia e toda a família, em especial pro meu sobrinho Enrico para quem eu mando aquele abração mágico.
EDUARDO LAGES – eheheheheh Xau, Armindo! Até próxima vez, viu?
ARMINDO – Xau, Mestre Maestro!


AVISO:

O texto que acabaram de ler é fictício.
Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência.

A ficção revela verdades que a realidade omite
Jassemin West

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1 Comentários

Comentários

  1. Olá maninho!

    Magnifico! Adorei!
    Não sei de onde você tira tanta criatividade!

    Parabéns!

    Beijos,
    Guta

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