Interferências anuncia programação completa - Festival acontece nos dias 15,16 e 17/9

O Interferências partiu de uma vontade de acolher, apoiar e incentivar a criação artística, procurando expandir as suas possibilidades, ao cruzar...
👍 Gosto
Cartaz alusivo ao Festival Interferências 2023.


Projecto da Companhia Olga Roriz de apoio à criação anuncia programação completa


A 3.ª edição do Interferências, festival bi-anual de apoio à criação da Companhia Olga Roriz, realiza-se de 15 a 17 de setembro, nos diferentes espaços do Palácio Pancas Palha, em Lisboa.

As portas abrem no dia 15 de Setembro às 17h e nos dias 16 e 17 de Setembro às 15h. 

O Interferências partiu de uma vontade de acolher, apoiar e incentivar a criação artística, procurando expandir as suas possibilidades, ao cruzar espectáculos, conversas de jardim e uma feira focada em edições realizadas por artistas.

O Interferências define-se pelo seu lado plural, experimental e transversal a várias práticas artísticas, numa lógica de relação horizontal entre público, artistas e programadores culturais, contribuindo assim para uma ampliação das escalas de visibilidade dos projectos seleccionados.

Segundo Bruno Alexandre, director do Interferências: "Ao pensarmos o Festival Interferências, reconhecemos que as palavras desejo e fragilidade estão presentes desde a primeira edição.

O desejo assenta na vontade de criar um espaço real, embora efémero, onde oito projectos artísticos possam expor o seu imaginário, fruto de uma residência artística de um mês, onde procuramos proporcionar as condições de trabalho para uma nova criação.

A ideia é transformar o Palácio Pancas Palha, espaço de trabalho da Companhia Olga Roriz, numa rede de intimidade onde o risco é vivido de uma forma colectiva, assumindo a interferência não como um ruído que afasta, mas como a vibração necessária e urgente que une o trabalho artístico.

E aqui chegamos à fragilidade, palavra que tem estado na linha da frente do estado de excepção permanente em que se vive na área da cultura, propondo que a olhemos com a instabilidade que a define, deslocando-nos para a possibilidade de a habitarmos em conjunto, seja na forma de um espectáculo, de uma conversa de jardim, ou de uma feira do livro imaginada por um conjunto de artistas.

Sabendo que é um privilégio poder continuar a insistir, continuaremos a fazê-lo, porque após duas edições, parece-nos importante manter um espaço que assume o compromisso e a urgência de ser casa de todxs aqueles que ainda não vimos e não conhecemos, questionando o porquê de não estarem aqui."

DESTAQUES - 
Residências Artísticas


Foram aceites 91 candidaturas e seleccionados 8 projectos que abrangem diferentes prácticas artísticas, nomeadamente a dança contemporânea, o teatro e a instalação sonora.
O júri deste ano foi constituido por: António Quadros Ferro, Bruno Alexandre, Maria Gil e Olga Roriz.

Os artistas seleccionados são: Alex & Pedro Russo, Daria Nowak, Francisca Pinto, Izabel Nejur, Joana Levi, Laura Ríos, Rina Marques e Sara Pinheiro & Artur Pispalhas. 

As residências artísticas começaram dia 14 de Agosto e culminam com as apresentações públicas nos dias 15, 16 e 17 de Setembro.

Todos os projectos tiveram uma bolsa de apoio à criação, para além do apoio técnico, logístico e de divulgação.

Alex & Pedro Russo 
OS DOIS IRMÃOS

Os dois irmãos estão numa viagem com o intuito de reconstruir a identidade de
Alex, após a sua perda de memória. Hoje não é um dia especial. Hoje é um dia como todos os outros. Cabe a Pedro tomar as decisões: Onde montar a tenda? O que comer? O que contar? O que esconder?

O público é convidado a juntar-se ao acampamento e a caminhar connosco. Neste
universo que abre brechas entre o banal e o poético paira a inquietação:
Será a memória a nossa identidade? Ou o que fazemos com ela?
Nazdrowia!
Um brinde às dúvidas.

Horários: 
15 de Setembro - 22h00 - no Corredor do Jardim 
17 de Setembro - 21h45 - no Corredor do Jardim 

Daria Nowak 
THE EMPTY SPACE. 

O círculo define o espaço e cria uma imagem do palco. É um convite para iniciar a ação. Corpo e mente estão presentes no espaço como um depósito cheio de hábitos enraizados e memórias naturais, prontos para iniciar uma relação. A improvisação é um processo de memória e lembrança de ações orientadas para o passado. Ao mesmo tempo, é uma profunda necessidade de refletir e observar atentamente o que já está presente.

Crio um espaço intimista onde o corpo que dança está aberto aos espectadores, onde não há diferença entre praticar no estúdio ou no palco. Encontramo-nos no meio da ação.

Horários: 
15 de Setembro - 20h30 - no Jardim Intermédio
16 de Setembro - 20h15 - no Jardim Intermédio

Francisca Pinto  
SOLOLO OU A ILHA

Sentada na ilha olho para baixo. Vejo os meus pés e as minhas pernas. Vejo os pés e as pernas de uma velhinha de 98 anos. Vejo os pés e as pernas de uma menina de 4 anos. Tudo no mesmo segundo. Talvez neste pedaço de chão já se tenha sentado uma mulher com muita idade em anos e outra com menos. Talvez por baixo de mim, ou por cima, do outro lado da Terra, esteja tudo a desmoronar ou, a erguer-se. 

Ondas de encantamento e desencantamento nas possibilidades infinitas do corpo, movem esta investigação sobre solidões acompanhadas, imaginação e a não linearidade do tempo. A ilha como um pequeno palco, uma arena onde ativo devaneios ora explosivos ora contemplativos que partem de outras danças, memórias, imagens, estados. Ser aqui e agora, ser mulher, ser invisível, mágica, ser bicho, ser rápida, ser forte. O que faz uma dança? O que faz uma dança de um corpo? Como uma dança de um corpo pode convocar invisível ou visivelmente outros corpos, outros tempos, conectar- se a, vibrar com? A dança não pode fazer tudo…ou pode?

A ilha como lugar de utopia, onde pode acontecer tudo, inclusive nada.

Horários: 
15 de Setembro - 18h45 - no Jardim Superior 
16 de Setembro - 19h15 - no Jardim Superior

Izabel Nejur 
GIGANTESCA

A partir de uma cartografia delirante, izabel nejur cria o mito da “mulher gigantesca” que surge em uma noite escura e esfumaçada .
Os sons que guiam essa figura e sua passagem são tecnomágico.
Nessa nova fase do jogo GIGANTESCA , a paisagem e os exercícios mudam
para os novos desafios da jogadora.

Horários: 
16 de Setembro - 22h30 - no Jardim Superior 
17 de Setembro - 22h45 - no Jardim Superior

Joana Levi 
PRIMÁRIAS E EXÓTICAS

Capítulo I – Companhia das Plantas

Primárias e Exóticas é um projeto de criação performativa, contextual, que propõe-se a fabular sobre a história das florestas em Portugal, como uma história a contrapelo da ocupação humana deste território. Por fabular, entende-se aqui entrar, cavar, subir no mato das palavras, emaranhando sentidos e visões, tecendo perspectivas e conversas entre línguas e mudas. No contexto do Interferências apresento “Companhia das Plantas”, um primeiro capítulo deste caminho-projeto que se avizinha das espécies que habitam os “jardins coloniais” do Palácio Pancas Palha.

Horários: 
16 de Setembro - 17h30 - no Estúdio Central + Jardim Dragoeiro 
17 de Setembro - 18h00 - no Estúdio Central + Jardim Dragoeiro 

Laura Ríos
SEMPRE QUIS DANÇAR CARMEN

Sempre quis dançar Carmen, é o desejo  e a tentativa de um corpo  poder interpretar, fazer o balé Carmen. Então, Sempre quis dançar Carmen, é uma re-interpretação, transcrição, uma tradução literal e ao mesmo tempo livre da primeira versão de Carmen do Ballet Nacional de Cuba em 1967.

Resumindo, Carmen, mulher fatal, caótica, louca, essa Carmen, poderia ser eu.

Horários: 
16 de Setembro - 21h00 - no Estúdio Central 
17 de Setembro - 20h00 - no Estúdio Central 

Rina Marques
ERMA

ERMA é sobre espreitar a solidão de uma mulher que está presa ao espaço que habita.
Há algo que a prende fisicamente, mas não só: há correntes invisíveis que atravessam o seu pensamento e a fazem ter o mundo todo na cabeça. O pensamento faz-se cada vez mais presente e transforma-a no seu estado, graça e decisão.

Horários: 
15 de Setembro - 19h30 - no Estúdio Rio 
17 de Setembro - 19h15 - no Estúdio Rio 


Sara Pinheiro & Artur Pispalhas 
ADENTRO

Adentro é uma proposta de intervenção sonora no Palácio Pancas Palha que visa desenvolver uma comunicação entre os diferentes espaços e tempos do lugar, particularmente no que diz respeito às ressonâncias contidas na sua arquitectura e os seus diferentes materiais.
Os sons são recolhidos através desses materiais, usando técnicas de contacto e imersão auditiva. Depois de gravados são devolvidos aos mesmos materiais, procurando novas reacções acústicas. A partir desta relação, amplificam-se diferentes camadas sonoras no espaço.

Horários: 
15 de Setembro - 18h00 - no Jardim Intermédio 
16 de Setembro - 18h30 - no Jardim Intermédio 

DESTAQUES -
F.E.R.A. — Feira de Edições Realizadas por Artistas 


Logo após a abertura de portas do dia 16 de Setembro, o Interferências 2023 arranca com a F.E.R.A. - FEIRA DE EDIÇÕES REALIZADAS POR ARTISTAS. 
Uma mostra de publicações das artes performativas contemporâneas em Portugal, em que se apresentam artistas que fazem do registo das suas práticas e vivências artísticas um meio de produção de pensamento e partilha na esfera pública, em formatos diversos. Uma oportunidade para se refletir em conjunto sobre a importância destes processos e experiências na trajetória de artistas e colectivos, actividade que se inscreve na história da comunidade artística, permitindo que esta se construa, exista e permaneça. Memórias, pensamentos, anotações, partituras e imagens arquivadas são tão mais matéria viva quanto mais voltarmos a elas. Um património material e imaterial plural, feito da diversidade de entendimentos e aproximações ao fazer artístico, partilhado por quem faz.

Horário: 
16 de Setembro - 15h00-20h00 - Corredor do Jardim 

FICHA TÉCNICA

Projecto APNEIA COLECTIVA organizado em parceria com o Festival Interferências/COR 
Curadoria e coordenação Carlos Manuel Oliveira e Elizabete Francisca 
Artistas/Obras Ana Borralho & João Galante; Sara Anjo; Joclécio Azevedo; AND_Lab/Fernanda Eugénio & Ana Dinger; Alexandre Pieroni Calado, João Ferro Martins & José Miranda Justo; Real Pelágio; C.E.M./Isadora Dantas; Carlos Manuel Oliveira; Ana Trincão; Escola Provisória para Nada/Sara Vaz & Marcos Balesteros; Sofia Dias & Vítor Roriz; Biblioteca Interminável/Márcia Lança, Andrei Bessa & João Gonçalo; Miguel Teles & Daniel Pizamiglio; Teatro Praga; Paula Caspão; Associação Parasita/Rita Natálio; Dani d'Emilia/Coletivo Gestos Rumo a Futuros Decoloniais; MãoSimMão; Edições Ghost/David- Alexandre Guéniot.
Produção Apneia Colectiva Apoio Financeiro Festival Interferências/COR

DESTAQUES -
(Des)programar – Um encontro à volta da programação cultural


No dia 17 de Setembro às 16h00, Ary Zara, Bruno Humberto e Patrícia Portela, encontram-se para um diálogo à volta da programação cultural, imaginando ainda ser possível fantasiar para além da falta de financiamento e pensar em conjunto ideias de autoria, participação e modos de programar. 
Assim, juntamos três pessoas que cruzam o seu percurso artístico com o seu trabalho de programação, desvanecendo fronteiras entre territórios intimamente próximos.

Patrícia Portela 

Escritora e programadora. Foi diretora artística do Teatro Viriato, em Viseu. Licenciada em realização plástica do espetáculo pela Escola Superior de Teatro e Cinema, tem um mestrado Master of Arts in european scenography pela Central Saint Martins College of Arts, em Londres, em parceria com a Utrecht Faculty of Theatre e um mestrado em Filosofia pelo Instituto de Filosofia de Leuven. Fundadora e membro da direção artística da Associação Cultural Prado em parceria com Isabel Garcez e Helena Serra e membro fundador do coletivo O resto.

Ary Zara

Argumentista e realizador de cinema destacado com o filme “Um caroço de Abacate”, diretor criativo do Queer Art Lab, performer no coletivo BRABA e ativista pelos direitos trans.
Ary, como artista multidisciplinar, procura a construção de novas narrativas que possibilitem a abertura de consciência trabalhando pontos de vista menos explorados sobre identidades trans.
Como diretor da plataforma Queer Art Lab procura formas de suporte e capacitação de artistas LGBTQI+.

Bruno Humberto

Estudou e lecionou no mestrado de Performance Making, na Goldsmiths College, em Londres. Autor de The Camus Incident (performance site-specific finalista do Oxford Samuel Beckett Theatre Trust Award), o solo Holding Nothing, a peça no tecido urbano Land, as performances A Morte da Audiência, Carbo, Peças, entre outras. É atualmente programador cultural no Museu Arpad Szenes - Vieira da Silva, trabalha como co-editor da revista de arte contemporânea Wrong Wrong e faz ainda curadoria de performance, fotografia e instalação. A exposição Acts of Disappearance, premiada pelo Parallel award foi apresentada, entre outros, na edição 2019 do Photo London.

DESTAQUES -
Conversa de Jardim


No dia 17 de Setembro às 17h00, convidamos Patrícia Portela, escritora portuguesa e autora de diversos projetos artísticos transdisciplinares, a partilhar as suas experiências profissionais e pessoais, num modelo de conversa intimista e cúmplice.

A partir de uma caixa de perguntas, colocada à disposição do público, propomos um dispositivo de conversa em que o guião é imprevisível e errático e em que as próprias perguntas estarão prontas a ser transformadas, repensadas ou afastadas. Não deixará de ser, de alguma forma, uma simples aproximação do que poderá ser um processo de trabalho artístico ou a própria vida.

DESTAQUES -
Encerramento


No dia 17 de Setembro entre as 00h00 e as 03h00, recebemos a DJ Alice Selecta. 
Selecta Alice é uma das impulsionadoras e pioneira da World Music em Dj set em Portugal. Curadora do palco do Sacred Fire no Boom Festival, Selecta Alice homenageia nos seus sets a cultura da festa e da celebração da vida através da música e do ritual da dança. Os ritmos de África, América Latina, Balcãs e Índia são paragens obrigatórias nas suas viagens sonoras à volta do mundo – Worldbeat –, música do mundo em estado puro ou em fusão com a linguagem electrónica, partilhada em sets ao vivo ou nos programas mensais na Rádio Groovalizacion e na Rádio Quântica.


ALINHAMENTO INTERFERÊNCIAS 2023

Dia 15

17h00 – Abertura de portas
18h00 – Sara & Artur – jardim intermédio
18h45 – Francisca Pinto – jardim superior
19h30 – Rina Marques – Estúdio Rio
20h30 – Daria Nowak – Jardim Intermédio
22h00 – Alex & Pedro – Corredor

Dia 16

15h – Abertura de portas
15h00 às 20h – F.E.R.A – Feira do Livro – Corredor
17:30 – Joana Levi – Estúdio Central + Jardim Dragoeiro
18h30 - Sara & Artur – Jardim Intermédio
19h15 – Francisca Pinto – Jardim Superior
20h15 – Daria Nowak – Jardim Intermédio
21h00 – Laura Rios – Estúdio Central
22h30 - Izabel Nejur - Jardim Superior

Dia 17

15h – Abertura de portas
16h00 – (Des)programar – Um encontro à volta da programação cultural
17h00 – Conversa de jardim com Patrícia Portela - Corredor
18h00 – Joana Levi – Estúdio Central + Jardim Dragoeiro
19h15 – Rina Marques – Estúdio Rio
20h00 – Laura Rios – Estúdio Central
21h45 – Alex & Pedro - Corredor
22h45 – Izabel Nejur – Jardim Superior
00h às 3h00 – Dj Alice Selecta

REDES SOCIAIS

Gostou do post ou tem sugestões?

✍️ Deixe aqui a sua opinião
Enviar um comentário

Comentários