Estamos precisando mais do que nunca de saúde.
Saímos de uma pandemia que ainda assombra muitas pessoas, passamos por
crises familiares, profissionais e financeiras, sem contar que a vida está
repleta de adversidades, deixando nossa mente inquieta. Não só os adultos mais
os jovens estão sendo afetados, cada vez mais podemos observar jovens com
problemas de inquietação chegando até a praticar atos inacreditáveis, pois sua
saúde mental está afetada. E qual é o primeiro sinal que nossa mente está
barulhenta? Dificuldade de uma boa qualidade de sono.
O Sono Está Dificultando a Aprendizagem?
Veja o que
a Neurociência Sugere Para Esse Problema
Todos sabemos da importância do sono, especialmente
depois de uma noite mal dormida. Afinal, passamos um terço de nossas vidas
dormindo.
Segundo Kandel, ganhador do Prêmio Nobel com
estudos sobre a memória, o sono é um “estado altamente organizado, gerado pela
ação cooperativa de muitos componentes comportamentais e neurais”. E, conforme
a neurociência vem descobrindo, sono e aprendizagem estão fortemente
relacionados.
A educadora, psicopedagoga e especialista em
neurociência Kátia Chedid, destaca que durante o sono, acontece a perda
reversível do estado de consciência, adotamos uma postura estereotipada
(deitados e de olhos fechados) e apresentamos um período de reduzida atividade
motora. Não sabemos exatamente porque dormimos, mas sabemos que a privação de
sono causa muitos transtornos, inclusive a morte.
De acordo com pesquisas da neurociência, dormir
pouco reduz a capacidade de manter a atenção em uma tarefa, afetando o
desempenho escolar; dificulta a realização de atividades cognitivas; aumenta a
sonolência diurna e altera o humor.
O sono noturno ajuda na consolidação das memórias
declarativas ou não-declarativas. A Academia Americana de Pediatria (AAP)
divulgou recentemente um documento de políticas públicas no qual orienta as
escolas a iniciarem as aulas dos adolescentes por volta das 8h30. Nesse
documento, pesquisadores afirmam que a falta de sono torna os adolescentes mais
propensos a desenvolver obesidade, diabetes e depressão, além de buscar
estímulo em bebidas com cafeína. Diversos especialistas comentam que começar a
escola uma hora mais tarde pela manhã, por exemplo, pode melhorar o humor dos
adolescentes e reduzir a depressão, o que consequentemente aumentaria o
desempenho da aprendizagem.
Memória, sono e aprendizagem dos adolescentes
“Na adolescência, passamos por um atraso no relógio
biológico de sono e vigília – nosso corpo quer ficar acordado até mais tarde e
acordar mais tarde. A liberação de melatonina, o hormônio que induz o sono
(cuja liberação é sincronizada com a diminuição da luz solar) é atrasada. O que
é um problema para os adolescentes e a escola.” comenta Kátia Chedid*.
A National Sleep Foundation recomenda que os
adolescentes durmam, no mínimo, 8 horas por noite. Segundo a mesma Fundação,
adolescentes que dormem menos que isso apresentam uma ou mais dessas
características associadas à alteração do sono e vigília:
- Sedentarismo;
- Uso excessivo de computadores, videogames e
mídias digitais por mais de 3 horas por dia;
- Fumam maconha ou cigarros, ou consomem álcool;
- Depressão por pressões acadêmicas.
A National Sleep Foundation dá algumas dicas para
os adolescentes, que as escolas podem difundir entre seus estudantes ao
discutir sono e aprendizagem:
- Vá para a cama na mesma hora todas as noites e
levante na mesma hora todas as manhãs;
- Certifique-se de que o seu quarto é silencioso,
escuro e possui um ambiente relaxante, que não é muito quente nem muito frio;
- Certifique-se de que sua cama esteja confortável
e use-a apenas para dormir e não para outras atividades, como ler, assistir TV
ou ouvir música;
- Remova ou desligue todos os televisores,
computadores e outros dispositivos do seu quarto;
- Evite grandes refeições algumas horas antes de
deitar."
Portanto, as escolas precisam criar espaços que
respeitem o relógio biológico dos estudantes durante todo o seu crescimento:
onde os alunos da Educação Infantil possam tirar um soninho e adolescentes
sejam acolhidos em suas peculiaridades. Sono e aprendizagem andam lado a lado
e, quanto antes a escola compreender isso, antes poderá se adequar para
potencializar o desempenho dos estudantes. As contribuições da neurociência
podem ajudar com argumentos, mas a discussão está apenas no início!” finaliza a
educadora Kátia Chedid.
*Mais sobre Kátia A. Kühn Chedid:
Educadora e especialista em Neurociência aplicada à
Educação. Pedagoga, psicopedagoga, especialista em gestão escolar, com extensão
em Neuropsicologia. Em 2020 recebeu o Prêmio Special Tribute International,
Categoria Best Practices in Education, and Health, Brazil-Europe, Projeto Cap
Sur Ecole Inclusive d’Europe. O prêmio foi conferido pela European Commission
Erasmus+.
Instagram @neurociencia_e_educacao
@katiachedidoficial
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