Lançamento da obra de Contos "O ÚLTIMO DOS SONHADORES" de Sérgio Fernandes | CCCP Luanda 21/03

DO TEXTO:

CAMÕES/CENTRO CULTURAL PORTUGUÊS
Parceria com a “ASAS DE PAPEL EDITORA”

Divulgação de Jovens Escritores
Publicação de Primeira Obra Literária   

O ÚLTIMO DOS SONHADORES   
Contos
de
SÉRGIO FERNANDES

Prefácio de José Luís Mendonça  
Apresentação por Cíntia Gonçalves

No dia 21 de Março de 2019 (5ª feira) pelas 18H30, no CAMÕES/CENTRO CULTURAL PORTUGUÊS (Av. de Portugal nº 50), será lançado a obra de Contos O ÚLTIMO DOS SONHADORES da autoria de SÉRGIO FERNANDES. O lançamento ocorre no âmbito de uma Parceria com “ASAS DE PAPEL EDITORA”, no quadro da “Divulgação de Jovens Escritores – Publicação de Primeira Obra Literária”, criada pelo Camões/Centro Cultural Português para dar oportunidade a jovens autores de se darem a conhecer e dar conhecer a sua primeira obra literária.        

SOBRE A OBRA

O ÚLTIMO DOS SONHADORES reúne 15 contos que têm como pano de fundo a realidade da história recente de Angola. O denominador comum, da maioria das história narradas, são deserdados da sorte, aqueles para quem a vida, pouco mais significa que o caminho de infortúnio. Mães obrigadas a pôr as filhas à venda, para “ajudar a família e dar de comer aos irmãos”. Homens que desesperam de impotência perante a luta pela sobrevivência. Homens que pecam por sonhar “com um mundo de paz e igualdade, sem ricos, nem pobres”. Homens impedidos de pisar a relva e contemplar a natureza, porque o destino lhe retirou esse privilégio. Telhados de chapa de zinco a aflorar recorrentemente, denunciando a humildade das gentes que habitam a narrativa. Gente que, só raramente, pode esperar davida “um final feliz”.

Uma obra marcada por um profundo traço de solidariedade humana.  

Citando o escritor e jornalista José Luís Mendonça, que fez o Prefácio da obra, “A escrita de Sérgio Fernandes enquadra-o no raro grupo de escribas que sabem que não basta contar uma estória. Também é importante saber contá-la. O “Também” tem a ver com duas propriedades da narrativa literária: a primeira é a estória em si; a segunda é a forma de contar a estória. (…) Sérgio Fernandes dá-nos esse brinde, essa magia de inventar vidas vividas, com aquele carácter simbólico-imagético da narrativa mítica. Mas não bastam aquelas duas propriedades do discurso para termos um bom texto narrativo. Este terá ainda de derramar sobre o olhar do leitor, em doses suficientes, as misérias e grandezas da alma humana. E só as derrama no texto quem as traz na própria alma de escriba, quem é filósofo e humanista e se preocupa com a sorte das outras pessoas (…). Enfim, temos uma obra que vai à vida buscar mil e uma impossibilidades de se (re)desconstruir o dia de todos nós, de ter o amor desejado às costas, de aceitar a mudança política com uma certa ironia e colocar um aviso a dizer “Sorria, você está ser filmado”, no quadro do combate à corrupção.

Aqui temos um livro que nos leva a submergir nos subterrâneos da nossa própria memória, a questionar o destino comum da Humanidade e, o que é mais impressionante, engendra uma espécie de Maiêutica, em que cada conto é um Sócrates de palavra na boca a questionar-nos a nós mesmos. Da guerra, às eleições, em Angola, todas as nuances do confronto político foram e continuam a ocorrer na esfera do não lógico, do eterno retorno do sofrimento. E é isto que dói. E o que dói na alma é o que alimenta a grande literatura”. 

SOBRE O AUTOR

SÉRGIO FERNANDES nasceu em Março de 1984 em Luanda, onde fez grande parte da sua formação e concluiu a licenciatura em Relações Internacionais. Foi docente universitário durante dois anos. Posteriormente, desempenhou funções de Oficial de Informação e Análise no Serviço de Migração e Estrangeiros. Em 2011, com uma bolsa de estudo Fulbrigt, concluiu o Mestrado em Política Internacional na Universidade de Monterey, na Califórnia – EUA. Actualmente, reside em Luanda, onde divide o seu tempo entre a assessoria Política e Económica e a escrita.

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