11ª Edição – dias 10 19 de Dezembro de 2018 a partir das 10H00
DAVID MOURÃO FERREIRA
"Entre vento e navalha escolho o vento/ Entre verde e vermelho aquele azul/ que até a morte me servirá de espelho/ ao vento que por dentro me deslumbra
Entre ventre e cipreste escolho o Sol/ Entre as mãos que se dão a que se oculta/ Entre o que nunca soube o que já sobra/ Entre a relva um milímetro de bruma”
(“ Escolha” - David Mourão Ferreira)
O CAMÕES/CENTRO CULTURAL PORTUGUÊS, no quadro do seu desígnio de promoção da língua portuguesa e de divulgação de autores de língua portuguesa, criou na sua BIBLIOTECA um Núcleo de Leitura, que revisita autores consagrados de língua portuguesa, através da leitura colectiva de extractos das respectivas obras e biografias. Este Núcleo de Leitura, com momentos interactivos, conta com a participação activa de jovens, sobretudo, estudantes universitários e pré-universitários, utentes da Biblioteca.
Em dois dias de cada mês, a obra e a biografia do autor escolhido são revisitadas e analisadas.
Na 11ª Edição/Outubro de 2018 do “Escritor do Mês na Biblioteca Camões”, nos dias 10 (2ª feira) e 19 de Dezembro (4ª feira), a partir das 10H00, será revisitada a obra do Escritor português, DAVID MOURÃO FERREIRA, considerado um clássico do modernismo no panorama literário português, pelo culto do lirismo neobarroco.
DAVID MOURÃO FERREIRA nasceu em 1927 em Lisboa. Licenciou-se em Filologia Românica na Faculdade Letras da Universidade de Lisboa, onde, mais tarde foi professor. Foi director dos Jornais “A Capital” e “O Dia”. Foi Secretário de Estado da Cultura, entre 1976 e 1979. Foi crítico literário, ensaísta e tradutor de peças teatrais. Foi responsável por vários programas literários na radiotelevisão, como “Imagens da Poesia Europeia”. Colaborou em vários jornais e revistas, como Diário de Notícias, Diário Popular, Diário de Lisboa, Seara Nova, Colóquio Letras e Journal des Poètes, entre outros. Participou na elaboração do Dicionário de Literaturas Portuguesa, Galega e Brasileira. Foi Director do Serviço e Bibliotecas Itinerantes da Fundação Calouste Gulbenkian. Deixou uma vasta obra publicada de poesia, prosa e ensaio. Recebeu vários prémios literários, designadamente Prémio da Crítica, em 1981, Prémio Delfim Guimarães, em 1954, Prémio Ricardo Malheiros, em 1960, Prémio de Teatro da Casa da Imprensa, em 1965, e Prémio Nacional de Poesia, em 1971. Faleceu em 1996.
“Rangem os barcos na sombra,/ como portas mal fechadas, / noite adiante quebradas / no segredo que as deslumbra.
Rangem os barcos, e o vento, / com sua voz incompleta, / a chicoteá-los, inquieta / o corpo todo sangrento
Da praia que longe, absorta,/ já não se move – mas grita, / na solidão infinita / de uma deusa quase morta.”
(“Nocturno de uma praia no Inverno” – David Mourão Ferreira)
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