Primeiro jogo do Brasil no Mundial 2018 - Empate (1-1) frente à Suíça

DO TEXTO:

Com uma fase ascensional deveras brilhante no apuramento e também nos jogos de preparação que se seguiram, o Brasil partiu para a Rússia com a enorme vontade de, finalmente, chegar ao HEXA, situação que lhe fez negaças em 2006, 2010 e 2014, respectivamente, na Alemanha, África do Sul e no seu próprio país onde, tristemente, foi goleado (7-1) pela Alemanha. Mas agora é outro Brasil, comandado pelo melhor técnico. Na verdade, Tite trouxe ao futebol da “canarinha” uma lufada de ar novo. E os resultados (competição e amistosos) falam por si. Uma seleção com admirável espírito de conquista, unida e praticando um futebol consentâneo com a técnica dos seus próprios jogadores, facto que não se constatou no tempo de Dunga. É por isso é que eu digo sempre por brincadeira que, entre Dunga e Zunga (alcunha do cantor Roberto Carlos), eu prefiro mil vezes o Zunga com todas as EMOÇÕES. Emoções verdadeiras que Tite trouxe à “canarinha”. Nem mais... 


Na estreia, o Brasil tinha como adversária a seleção da Suíça que, no apuramento, foi segunda classificada no grupo de Portugal que, como se sabe, foi o primeiro. Um adversário ao alcance do Brasil, mas sabe-se, por outro lado, que o futebol constitui sempre uma negação do impossível e, como tal, nada de confiar no “escudo invisível” dos suíços.

Adiante-se que, no primeiro jogo deste grupo, a Sérvia venceu a Costa Rica por 1-0. A Costa Rica que, na próxima sexta-feira, defronta o Brasil. Mas a "zebra" (se assim se poderá dizer) deste dia foi a derrota da Alemanha no confronto com o México. Alemãs dançaram "La Cucaracha", mas sabe-se que perder uma batalha nunca significou perder uma guerra. E não será o futebol uma negação do impossível?

O JOGO BRASIL - SUÍÇA - Antes de mais, referir que Tite manteve a mesma escalação em relação ao jogo amistoso com a Áustria disputado no passado domingo em Viena: Allison, Danilo, Miranda, Tiago Silva e Marcelo, William, Paulinho, Casimiro e Coutinho, Gabriel Jesus e Neymar. 

A Suíça iniciou o jogo com muita serenidade, não se impressionando com a elevada cotação do adversário, apontado como favorito, mas nesse sentido tinha que o justificar com um futebol que, dentro da sua reconhecida evolução, abrisse o sistema defensivo dos helvéticos. Por outro lado, a Suíça foi afoita quando se apoderava da posse da bola. E claro que para o Brasil também era questão de marcar um golo cedo, o que quase aconteceu aos 11 minutos com Paulinho a falhar o remate, aliás, rematou de forma muito frouxa. A fase em que o Brasil já controlava o jogo. Como dizem os brasileiros "tá chegando, tá chegando". E chegou mesmo aos 19 minutos com um belo chuto de Coutinho. Que golaço. Estavam abertas as hostilidades, corolário da continua pressão  do Brasil. E nas arquibancadas a galera animada com a frase "o campeão voltou".

A Suíça esteve longe de baixar os braços, mas era mais do que o axiomático que o Brasil estava bem atento às saídas dos suíços e, por sua vez, impunha o seu ritmo quando iniciava as jogadas de ataque, ora pela direita ora pela esquerda, mais pela esquerda onde deambulava Neymar que, diga-se, estava a ser muito policiado, tratando-se da maior estrela da "canarinha". De resto, William não aparecia muito no jogo, revelando alguma dificuldade para acompanhar o lateral-esquerdo quando este se incorporava no ataque. E não foram poucas as suas saídas, sobretudo no período em que a Suíça estava a gostar mais do jogo.

O SEGUNDO - TEMPO - Para o Brasil seria sumamente importante chegar aos 2-0 para, assim, não permitir veleidades aos suíços que se mantinham vivos no jogo, espreitando sempre alguma brecha para levar a bola junto da área de jurisdição de Allison. E foi na sequência de um pontapé-de-canto que a Suíça chegou à igualdade com um golpe de cabeça e sem que a defesa brasileira esteja isenta de culpas. Mas em nosso entender houve empurrão nas costas do central Miranda. Lance irregular e que, paradoxal que possa parecer, não houve intervenção do vídeo-árbitro. Porquê? 

Manda a verdade dizer que, com a obtenção do golo de empate, a Suíça empertigou, acreditando na possibilidade de passar para a frente do marcador, situação que o Brasil se apercebeu, voltando a impor mais velocidade no seu jogo. E foi então que Tite fez sair Casimiro para a entrada de Fernandinho, uma forma de dar maior apoio ao ataque, sendo Fernandinho mais versátil, mas também é bem verdade que o Brasil começou a errar muito nos passes, daí mais uma mexida no meio campo entrando Renato Augusto para o lugar de Paulinho.

Com a Suíça cada mais fechada (o empate agradava, pelos vistos), o Brasil procurava a todo o transe chegar ao segundo golo. E mais uma vez uma falha de arbitragem quando Gabriel Jesus foi agarrado dentro da pequena área. Incrível que, mais uma vez, o vídeo-árbitro não foi chamado ou não fez por isso junto do juiz. 

O tempo passava e Tite procede à última alteração, tirando Gabriel Jesus entrando para o seu lugar Firmino. Avançado por avançado, teria sido a melhor opção? Ou meter Firmino ao lado de Gabriel Jesus, tirando um dos alas? O que é certo, porém, é que nada se alterou em termos de resultado, apesar de, nos derradeiros dez minutos (mais cinco de compensação), o Brasil ter apertado o cerco.

Um empate que não satisfez as hostas brasileiras e que acabaria por ser agradável para os suíços. Mas temos que dizer que a arbitragem teve influência no resultado, prejudicando claramente o Brasil em dois lances capitais.                                                                                                                                     
POSTS RELACIONADOS:
Enviar um comentário

Comentários