CCP Luanda Lançamento da Obra OS LIVROS DOS ANCESTRAIS de António Gonçalves - 09/05

DO TEXTO:

No dia 9 de Maio de 2018 (4ª feira), pelas 18H30, será lançada no CAMÕES/CENTRO CULTURAL PORTUGUÊS (AV. de Portugal nº 50), a  obra de Poesia “Os LIVROS DOS ANCESTRAIS”  do Escritor ANTÓNIO GONÇALVES. 

A obra OS LIVROS DOS ANCESTRAIS insere-se na Colecção ”TRONCOS DA LITERATURA ANGOLANA”,  que  integra obras inéditas de autores consagrados  angolanos, que têm contribuído para modernizar o mosaico literário nacional.  A Colecção resulta de uma parceria entre  Editora Acácias, Movimento Lev’Arte e Camões/Centro Cultural Português e  visa favorecer o encontro intelectual entre escritores  de diferentes gerações, bem como, promover a melhoria do conhecimento da língua, como  ferramenta   basilar da escrita.

SOBRE A OBRA

A obra  “OS LIVROS DOS ANCESTRAIS” é o trabalho poético mais recente do consagrado escritor e  poeta, ANTÓNIO GONÇALVES. A obra está dividida em duas Partes e reúne poesia escrita, entre 2015 e 2016, sobre temas que evocam raízes,  quotidiano, sentimentos,  lugares e pessoas.  Figuras que lhe serviram de inspiração para alguns poemas, aos quais dedica a obra, como António Pompilio, Man Jacy, Lisboa Santos, Chiquinho, Mário Santos e Egas Moniz da Rocha.

No registo de lugares, Sequele (Sekele) é  preponderante e dá título ao primeiro poema: “Icónico Postal do Sequele”

“O Sequele/Um céu altruísta / na  crista de uma montanha sacra.

Sua gente  diversa/Adicta às conversas ocasionais/Transformam revezes em avanços.

Com a mania de agradar/ constroem um novo amanhã/Na simpatia da quitandeira/Trabalhada ao pormenor/Por um inventor de sonhos pecaminoso.

Sua  mui gente/Consagra a geografia do lugar//Em que até os cães vadios/Transmutam a realidade/Que se torna uma encruzilhada de odores/Sob o olhar agridoce dos embondeiros.

(…)

Oh Sekele,/Seguirás sempre assim…/Um céu altruísta/Na crista de uma montanha sacra!”

Evoca também a Pátria, no Poema, com três Acordes,  a que deu o título de “Evocação Transcendental que Ilumina o Quadro”.  Remonta ao passado e questiona a Pátria que viu desfilar os dramas da  sua história. Quando os seus filhos “Foram enjaulados em navios negreiros/E transportados como amontoados sacos/Para outros mundos, chamados “novos””.  Quando “os irmãos desavindos  te incendiaram./ Foram conversas e acordos. Acordos e conversas/Que terminaram em morte e capitulação!?/Melhor seria que não te ofendessem tanto/Ó Pátria, imortalizada com sangue/Qual redentor glorificado”. Termina no terceiro Acorde, exaltando a Pátria “Este solo é oferenda de Tata n’gana Zambi./ Este solo foi banhado com sangue divino/Esta terra foi abençoada com riquezas celestiais/ Esta terra foi glorificada pelos doze profetas!/Neste lugar a natureza é mítica e mística/Neste lugar transborda o mistério das Origens!/Neste pomar saíram almas para povoar o mundo/Neste pomar nasceram Santos par evangelizar a Terra/Neste jardim os poetas são flores multicolores/Para harmonizar a aromatizar o planeta (…)”.

Na II Parte, a que deu o título de “Utíma (coração em umbundo) ou o Décimo Primeiro Livro dos Ancestrais”, começa com três Dedicatórias de Cortesia. A primeira, “Às mulheres do meu país”. A segunda, “Aos seres encarnados com a graça feminina”. A terceira, “Para aquelas que ousam tornar  a vida do homem menos penosa”. Vinte e um poemas de exaltação da  mulher, em toda a sua plenitude, na dimensão física e espiritual. Revisitada nas  particularidades que apresenta,  em cada lugar de Angola. Termina com 21º  Poema, que coloca a mulher (Utíma) uma dimensão transcendental,  conferindo-lhe poderes divinos, capazes de fazer ressuscitar mortos.   

SOBRE O AUTOR 

António Gonçalves nasceu em Luanda em 1960. concluiu o Curso Pré-Universitário de Ciências Físicas. Frequentou as Faculdades de Ciências e de Engenharia.   Com apenas 20 anos, foi mobilizado para o serviço militar, onde permaneceu durante cinco anos. Integrou a Brigada Jovem de Literatura em 1980.  É Membro da União dos Escritores Angolanos, da qual foi  Secretário Geral.  Durante dez anos, foi Conselheiro Cultural da Embaixada de Angola em Cuba.  É Membro da União de Escritores e Artistas de Cuba, da Organização Poetas do Mundo e do Movimento Poético  Mundial. É Director Adjunto do Instituto Nacional das Indústrias Culturais, sob Tutela do Ministério da Cultura.

Entre a sua vasta publicada, inclui-se, “Cenas que o Museke Conhece” (1978), que só veio a ser publicado em 2003, “Antologia – Caminho das Estrelas – Nova Poesia para Agostinho Neto (1980), “Gemido de Pedra” (1995), “Versos Libertinos” (1996), “Buscando o Homem” (2000), “La Quinta Estacion del Tiempo” (2007), “Umbral de Transmutações (2008),  “Emosentidos” (2011), “Canto Misterioso que me Acena com los Pés” (2011), “Antologia Arcoiris Negro, yo también  canto a América” (2012), “Sobre Asas e Fios de Rosa” (2014).

Tem obras publicadas em Angola, Cuba, Nicarágua, Venezuela, Costa Rica, Colômbia, Suécia, Espanha, Alemanha e Portugal.

Em 2008, Recebeu a Medalha de Reconhecimento “José Maria Herédia y Herédia, outorgada  pela Direcção Provincial da Cultura de Santiago  de Cuba.

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