Cantares ao desafio iniciam corrida a património imaterial da humanidade

DO TEXTO:

Primeiro o fado, depois o cante alentejano; agora são os cantares ao desafio a ambicionar o título de Património Imaterial da Humanidade. A candidatura está a ser trabalhada em Vila Verde, distrito de Braga, mas o objectivo é estender o processo a todo o país, uma vez que se trata de uma tradição existente em mais regiões, além do Minho.

O promotor da candidatura chama-se Carlos Silva, membro do Grupo Ideia Cinco, que recentemente organizou um evento em Vila Verde com mais de 30 especialistas na arte de cantar ao desafio. O presidente da autarquia local, António Vilela, mostra-se satisfeito com a iniciativa. Nas suas palavras é uma "candidatura ganhadora", pois além de se tratar de uma tradição que tem atravessado várias gerações, está relacionada "com a língua portuguesa e com tradições populares", presente em quase todas as romarias do Minho, bem como de outras regiões de Portugal. Os próximos passos consistem em alargar a candidatura a uma rede de parceiros fortes e criar uma comissão que comande a candidatura, confirma Carlos Silva.
Os artistas dos cantares ao desafio utilizam a concertina, muito usual na cultura tradicional portuguesa, para se desafiarem e provocarem mutuamente, através de rimas e quadras simples recheadas de muito humor. Com esta candidatura os amantes desta arte acreditam ser possível promover e valorizar ainda mais um património que consideram ser único no mundo. "Ou se nasce com o dom, ou nem adianta tentar", garantem os entendidos na matéria.
Em 2011, o fado foi considerado pelo Comité Internacional da Unesco como Património Imaterial da Humanidade, em Bali, na Indonésia. Uma candidatura que partiu do antigo presidente da Câmara de Lisboa, Pedro Santana Lopes, e que teve como embaixadores os fadistas Carlos do Carmo e Mariza. Segundo a Unesco, o fado é uma "tradição e expressão da identidade da cultura do país". Em fins de Outubro deste ano (2014) foi a vez do cante alentejano ser proclamado Património da Humanidade pela UNESCO. A candidatura foi considerada "exemplar" pelo comité de avaliação, dada a sua qualidade. São já três as candidaturas portuguesas a serem aclamadas internacionalmente pela UNESCO: em 2013 a dieta mediterrânica, numa candidatura em conjunto com Croácia, Itália, Grécia, Chipre, Espanha e Marrocos, também obteve a mesma distinção. 

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