Por Sandra Gonçalves no Funchal, Madeira Adriana Calcanhotto tem um sonho. Qual? Cantar com Mick Jagger…ou com o Camané. O Diário Digital esteve com a cantora no Pestana Casino Park, hotel no centro do Funchal (Madeira) que foi projectado por Oscar Niemeyer. E foi com muita emoção que a artista começou a falar do arquitecto brasileiro, fazendo referência à contemporaneidade da sua obra, com primazia para espaços amplos e minimalistas.
A conversa decorreu no âmbito do Festival Literário da Madeira (FLM), que acontece até ao próximo sábado, mas este é apenas um dos exemplos de como um evento dedicado à literatura pode ser bastante mais abrangente.
Adriana, que apresentar-se-á pela primeira vez perante o público madeirense a 21 de Março (sexta-feira) no Casino da Madeira, onde irá promover o seu último trabalho, «Olhos de Onda», falou da sua infância. Nascida em 1965 em Porto Alegre (sul do Brasil), é uma mistura de italianos e portugueses. A mãe é bailarina e o pai músico. Em casa ouvia-se música erudita, instrumental, cool jazz, bossa nova, mas também música popular. Depois das aulas, afirmou, quando ia para casa, as suas amas sintonizavam a rádio AM e ouviam Roberto Carlos e outros músicos populares. E é devido a esta diversidade de géneros musicais que ouviu quando pequena que Adriana Calcanhotto diz hoje que não faz «hierarquização cultural». «Tudo é música» para a cantora.
Esta permanente envolvência artística no seio familiar fez com que aos 13 anos começasse a aventurar-se pelas canções. E a emancipação veio cedo; aos 18 anos decidiu «abandonar a escola» para começar a tocar em clubes. Os pais não aprovaram, foi «demasiado abrupto» e «ficaram preocupados», confidenciou. Mas com o tempo aperceberam-se de que a filha estava a fazer sucesso e começaram a apoiá-la. Adriana fala dos pais como uma grande referência na sua vida e carreira. «Têm um sentido crítico muito apurado e não têm problemas em apontar as minhas falhas.»
Esta não é a primeira vez que a artista está na ilha. Hesita, diz que por vezes falha a memória, mas tem a ideia que será já a terceira, embora das duas últimas vezes tenha sido para apresentar-se em concertos privados. Esta será a sua estreia para o público madeirense.
Sobre a Madeira, não poupa nos elogios; «gosta da sua geografia, da sabedoria dos ilhéus em relação à natureza, da paisagem, da água que é doce, da simpatia das pessoas, do sotaque, do facto de ter uma das maiores livrarias do mundo – a Esperança, do vinho licoroso da Madeira, do facto de ser a terra-natal do Cristiano Ronaldo»…e manifestou-se muito «contente por ver o centro histórico revitalizado». «Sempre que venho à Madeira fico mais consciente do mundo», enfatizou.
Quisemos saber o que Adriana Calcanhotto seria se não tivesse enveredado pela música. Riu-se. Em pequena, pensou ser arquitecta, veterinária, tenista ou até mesmo astronauta. Mas nasceu artista e «isso não se escolhe».
A propósito de geografias, perguntamos-lhe se ponderaria a possibilidade de viver noutro país que não no Brasil. Adriana, que está já há 25 anos no Rio de Janeiro, foi categórica: não! «O Brasil é um lugar único, em constante renovação, está sempre a inventar-se. É o novo mundo.» Reconhece que a democracia é um processo lento. Após 20 anos de ditadura, «os brasileiros não estão habituados à democracia, têm medo da política», mas mostra-se optimista, diz que é uma questão de tempo.
Quanto a projectos, por ora está a apostar em promover o seu novo trabalho. Para a cantora, «não há maior prazer do que compor e tocar violão» e poder apresentar o resultado ao público. «Há muita interacção, sou só eu em palco e tudo depende de mim e da plateia. É um momento muito íntimo e caloroso», concluiu.
Adriana Calcanhotto actua esta sexta-feira, às 21:30, no Centro de Congressos do Casino da Madeira. Os bilhetes (30 euros) estão à venda na FNAC e na bilheteira do casino.
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Por Sandra Gonçalves no Funchal, Madeira
Adriana Calcanhotto tem um sonho. Qual? Cantar com Mick Jagger…ou com o Camané. O Diário Digital esteve com a cantora no Pestana Casino Park, hotel no centro do Funchal (Madeira) que foi projectado por Oscar Niemeyer. E foi com muita emoção que a artista começou a falar do arquitecto brasileiro, fazendo referência à contemporaneidade da sua obra, com primazia para espaços amplos e minimalistas.
A conversa decorreu no âmbito do Festival Literário da Madeira (FLM), que acontece até ao próximo sábado, mas este é apenas um dos exemplos de como um evento dedicado à literatura pode ser bastante mais abrangente.
Adriana, que apresentar-se-á pela primeira vez perante o público madeirense a 21 de Março (sexta-feira) no Casino da Madeira, onde irá promover o seu último trabalho, «Olhos de Onda», falou da sua infância. Nascida em 1965 em Porto Alegre (sul do Brasil), é uma mistura de italianos e portugueses. A mãe é bailarina e o pai músico. Em casa ouvia-se música erudita, instrumental, cool jazz, bossa nova, mas também música popular. Depois das aulas, afirmou, quando ia para casa, as suas amas sintonizavam a rádio AM e ouviam Roberto Carlos e outros músicos populares. E é devido a esta diversidade de géneros musicais que ouviu quando pequena que Adriana Calcanhotto diz hoje que não faz «hierarquização cultural». «Tudo é música» para a cantora.
Esta permanente envolvência artística no seio familiar fez com que aos 13 anos começasse a aventurar-se pelas canções. E a emancipação veio cedo; aos 18 anos decidiu «abandonar a escola» para começar a tocar em clubes. Os pais não aprovaram, foi «demasiado abrupto» e «ficaram preocupados», confidenciou. Mas com o tempo aperceberam-se de que a filha estava a fazer sucesso e começaram a apoiá-la. Adriana fala dos pais como uma grande referência na sua vida e carreira. «Têm um sentido crítico muito apurado e não têm problemas em apontar as minhas falhas.»
Esta não é a primeira vez que a artista está na ilha. Hesita, diz que por vezes falha a memória, mas tem a ideia que será já a terceira, embora das duas últimas vezes tenha sido para apresentar-se em concertos privados. Esta será a sua estreia para o público madeirense.
Sobre a Madeira, não poupa nos elogios; «gosta da sua geografia, da sabedoria dos ilhéus em relação à natureza, da paisagem, da água que é doce, da simpatia das pessoas, do sotaque, do facto de ter uma das maiores livrarias do mundo – a Esperança, do vinho licoroso da Madeira, do facto de ser a terra-natal do Cristiano Ronaldo»…e manifestou-se muito «contente por ver o centro histórico revitalizado». «Sempre que venho à Madeira fico mais consciente do mundo», enfatizou.
Quisemos saber o que Adriana Calcanhotto seria se não tivesse enveredado pela música. Riu-se. Em pequena, pensou ser arquitecta, veterinária, tenista ou até mesmo astronauta. Mas nasceu artista e «isso não se escolhe».
A propósito de geografias, perguntamos-lhe se ponderaria a possibilidade de viver noutro país que não no Brasil. Adriana, que está já há 25 anos no Rio de Janeiro, foi categórica: não! «O Brasil é um lugar único, em constante renovação, está sempre a inventar-se. É o novo mundo.»
Reconhece que a democracia é um processo lento. Após 20 anos de ditadura, «os brasileiros não estão habituados à democracia, têm medo da política», mas mostra-se optimista, diz que é uma questão de tempo.
Quanto a projectos, por ora está a apostar em promover o seu novo trabalho. Para a cantora, «não há maior prazer do que compor e tocar violão» e poder apresentar o resultado ao público. «Há muita interacção, sou só eu em palco e tudo depende de mim e da plateia. É um momento muito íntimo e caloroso», concluiu.
Adriana Calcanhotto actua esta sexta-feira, às 21:30, no Centro de Congressos do Casino da Madeira. Os bilhetes (30 euros) estão à venda na FNAC e na bilheteira do casino.
Diário Digital
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