38.º Bate-papo entre Roberto Carlos e eu - O Paulinho de Sorocaba

DO TEXTO: Para te falar do Paulinho a que me vou referir, vais ter que recuar ao tempo do teu começo de carreira, quando ainda não tinhas banda fixa e para os

Composição: Armindo Guimarães e Roberto Carlos falando-se com telemóveis na junto ao ouvido.
 

O PAULINHO DE SOROCABA

 

Por: Armindo Guimarães
https://www.portalsplishsplash.com/p/armindo-guimaraes.html


24 de Agosto, terça-feira, 18,20h no Brasil, 22,20h em Portugal.
O meu telemóvel toca.
(música E por isso estou aqui do CD “Inesquecível” do maestro Eduardo Lages).
E eu atendo.

ARMINDO – Estou! És tu, pá?
ROBERTO CARLOS – Não. É o Papai Noel! Eheheheheh
ARMINDO – eheheheheh
ROBERTO CARLOS – Bicho, você me desculpe a demora, mas quando eu pensava que meu telefonema pro maestro Eduardo Lages iria ser rápido pra logo telefonar pra você pra continuarmos nosso bate-papo, não é que o Edu estava numa de contar pra mim como está correndo o samba-enredo que ele, o Erasmo e o Paulo Sérgio Valle comporam e que está entre os quinze finalistas! O samba-enredo se chama “A Simplicidade do Rei”. Cê já ouviu?
ARMINDO – Já ouvi no blog do Edu e até já coloquei no Splish Splash um vídeo com a apresentação do samba-enredo ao vivo. Está muito fixe, pá!
ROBERTO CARLOS – E por causa disso agora o Edu não fala noutra coisa, bicho! Ele sempre falando, falando, no celular, e eu ouvindo ao mesmo tempo que estava pensando nesse tal pacote de farinha Amparo que contém propriedades da Eterna Juventude. Esse tal de Paulinho, é de confiança, cara?
ARMINDO – Não, pá! O Paulinho é de Guimarães.
ROBERTO CARLOS – eheheheheh
ARMINDO – Porque é que te ris, pá?
ROBERTO CARLOS – Bicho, eu não me estava referindo à terra onde ele mora, mas sim quanto à sua seriedade.
ARMINDO – Ó Berto, agora és tu que me estás a confundir, pá! Eheheheheh Claro que o Paulinho é um gajo de confiança, ou não seja ele primo do Manel Lopes. Mas deixa que te diga que tu tens uma lata do carago, pá! Então o Edu estava entusiasmado a falar contigo no celular sobre o samba-enredo e tu em vez de prestar atenção ao que o gajo dizia estavas mas era a pensar no pacote de farinha Amparo? Eheheheheh
ROBERTO CARLOS – Mas é claro que não, bicho! Acontece que o Edu, estes últimos dias tem andado tão entusiasmado com o samba-enredo que se esquece que já é a quarta vez que me fala sempre da mesma coisa. Até parece que o gajo, digo, o cara, engoliu um gravador, mora! Eheheheheh Mas continue me falando desse tal de Paulinho.
ARMINDO – Olha, pá! Lembrei-me agora de um outro Paulinho que tenho a certeza que vais gostar que eu fale nele, pá!
ROBERTO CARLOS – Cê vai falar de meu genro Paulinho Ferreira, o guitarra da Banda RC9?
ARMINDO – Não, pá! Para te falar do Paulinho a que me vou referir, vais ter que recuar ao tempo do teu começo de carreira, quando ainda não tinhas banda fixa e para os teus shows tinhas que recorrer a este e àquele músico que estava mais à mão.
ROBERTO CARLOS – Puxa vida! Nós falando da Eterna Juventude e você de repente me falando desses tempos da Jovem Guarda, mora! Você está querendo me matar de saudade, é? Eheheheheh
ARMINDO – eheheheheh Quando um show era em Sorocaba-SP, lá ias tu procurar o Paulinho para aguentar a parada.
ROBERTO CARLOS – E que instrumento tocava esse Paulinho, bicho?
ARMINDO – Ó pá, o gajo tocava tudo! Eheheheheh Era o que se chama um pau para toda a colher, pois o gajo tocava violão, teclado e eu sei lá que mais. Eheheheheh
ROBERTO CARLOS – Pére aí, Mindo! Você tá falando do Paulo Valverde, um cara bem legal que a gente chamava de Paulinho.
ARMINDO – É esse todo, pá!
ROBERTO CARLOS – Bicho, me lembro que quando eu estava de férias em minha casa de Piracicaba, muitas vezes ia a Sorocaba e o procurava, sabe? Uma vez que estávamos dando show no circo Guaciara, o cara entrou no camarim levando garrafa de whisky para mim. Cê nem imagina como eu cantei bem nesse show! Eheheheheh
ARMINDO – Imagino. Eheheheheh
ROBERTO CARLOS – Rapaz, tem ainda uma outra história nesse circo Guaciara lá em Sorocaba, sabe? Um dos elementos que costumava tocar na minha banda um dia se enamorou da filha do dono do circo ficando lá pra sempre e me deixando a mim a ver navios tendo que procurar um substituto pro seu lugar para shows em outros locais. Agora a gente se ri lembrando a cena, mas naquele momento eu fiquei danado mas depois compreendi que eu no lugar do rapaz teria feito igual pois garotas como aquela não havia muitas, não. Uma brasa, mora! Eheheheheh
ARMINDO – É do baril, pá! Eheheheheh
ROBERTO CARLOS – Rapaz, mas como você conhece o Paulinho? O cara foi viver aí pra Portugal, é?
ARMINDO – Não, pá! O gajo ainda mora em Sorocaba. Atualmente trabalha na igreja fazendo de tudo um pouco, consertando isto e aquilo e tocando nas missas quando é preciso.
ROBERTO CARLOS – Mas então, como você sabe tanto do Paulinho?
ARMINDO – Sabes como é, pá! O administrador do blog mais melhor bom do mundo e arredores tem que estar por dentro de tudo, né?! Eheheheheh
ROBERTO CARLOS – Nossa! Tô vendo que você aí em Portugal consegue saber mais do que eu aqui no Brasil, mora! Diga pro Paulinho que no meu show de São Paulo, em novembro, gostaria muito de lhe dar aquele abraço. Na recepção ele só tem que chamar pelo Guto, dizendo que é o Paulinho de Sorocaba, viu?!
ARMINDO – Ó Berto, na certa que o Paulinho vai ficar contente por saber desse teu convite mas duvido que ele vá ao show de São Paulo. É que o gajo continua com aquela sua humildade de sempre que tu bem deves lembrar, pois até hoje nunca quis usar a tua amizade para com ele para com isso poder chegar perto de ti.
ROBERTO CARLOS – Puxa vida, Mindo! Você quando começa falando desse jeito logo eu me emociono demais, mora! Diga pra ele que não é um convite, mas sim um pedido, mora!
ARMINDO – Ó Berto, hoje de manhã fui dar uma olhada no teu site oficial e na tua agenda de shows não estava lá esse de São Paulo, em novembro, pá!
ROBERTO CARLOS – Não está? Então faça de conta que eu não falei pra você sobre esse show.
ARMINDO – Então quer dizer que quando passar para o computador este nosso bate-papo é melhor eu não mencionar o que me disseste, não é?
ROBERTO CARLOS – Não tem problema, bicho! Para todos os efeitos nossos bate-papos são fictícios. Você é que inventa tudo, né?! O que é importante é que você no final sempre escreva aquela frase do costume dizendo que tudo não passa de ficção. Quanto ao resto, deixe rolar, bicho!
ARMINDO – Tu és demais, pá! Eheheheheh
ROBERTO CARLOS – Mindo, tem outra coisa, cara! Enquanto o Edu estava falando pra mim no celular sobre o samba-enredo, além de eu estar pensando no tal pacote de farinha Amparo, também estava pensando por que motivo você disse “A mim até me dá jeito que telefones outra vez.”. Cê tinha que tratar de algum assunto, é?
ARMINDO – Não, pá! Acontece que como tu tiveste que desligar pra telefonares pro maestro Eduardo Lages, eu aproveitei e considerei o nosso bate-papo como sendo o 37.º e assim este passa a ser o 38.º
ROBERTO CARLOS – E isso que tem de especial?
ARMINDO – Pelos vistos tem muito, pois há uns meses eu propus a uma série de editoras portuguesas e brasileiras que fosse publicado em livro todos os nossos bate-papos e…
ROBERTO CARLOS – Pére aí, cara! Quem deu autorização pra você publicar nossos bate-papos?
ARMINDO – Ó pá, sou eu que tenho o trabalho de passar para o papel e pro computador todos os bate-papos e por isso não preciso de pedir autorização a ninguém para que sejam publicados em livro. Ou tenho?
ROBERTO CARLOS – Claro que tem, bicho! Ou você quer que eu também processe você judicialmente por publicar livro falando de minha intimidade sem previamente me falar?
ARMINDO – Ó Berto, mas os nossos bate-papos não têm nada sobre a tua vida íntima. Então…
ROBERTO CARLOS – Então, aí é que você se engana, cara! Tem e muito! Tem aquela cena de quando eu telefonei pra você do banheiro lendo o almanaque do Tio Patinhas deixando sem querer cair meu celular no sanitário e outra cena também no banheiro ficando lá preso com Edu, Caetano Veloso, Genival, Paulinho, Ana Lúcia e Jurema. Enfim, coisas intimas demais pra serem publicadas em livro, né?
ARMINDO – Mas ó Berto, não te esqueças que no livro vai constar a tal frase de que tudo é fictício. Por isso, não vejo onde está o problema, pá!
ROBERTO CARLOS – Cê tem razão, cara! Eu e você às vezes nos esquecemos desse importante pormenor, né?! Mas por que motivo nenhuma das editoras portuguesas e brasileiras que você enviou proposta, aceitou publicar o livro?
ARMINDO – Ó pá, isso eu não sei. Só sei que algumas responderam e outras não. As que responderam, a maioria deu como desculpa o facto de terem muitas edições já agendadas e outras disseram que a ideia de um livro de bate-papos com o Rei Roberto Carlos era boa mas que no momento actual não era oportuno publicar livro fosse do que fosse, devido à crise.
ROBERTO CARLOS – Puxa vida! Nem uma se mostrou interessada?
ARMINDO – Por acaso houve uma que estava e está interessada mas atendendo ao facto de tu estares a comemorar os 50 anos de carreira, propôs-me que escrevesse rapidamente mais bate-papos até atingir os 50, ou seja, cinquenta anos de carreira, cinquenta bate-papos. Estás a topar, Roberto?
ROBERTO CARLOS – Mas é claro que eu tô topando. E você que respondeu pra editora?
ARMINDO – Ó pá, o que é que eu havia de responder? Que os meus bate-papos entre o Roberto e eu não podiam ser feitos por encomenda, assim sem mais nem menos, ou seja, para que eles pudessem ser escritos tu tinhas que me telefonar e o problema é que tu só me telefonavas de longe a longe e por isso dificilmente eu chegaria aos 50 bate-papos tão rapidamente como eles queriam. Por isso, ficou tudo sem efeito.
ROBERTO CARLOS – Bicho, isso significa que eles ficaram sabendo que os nossos bate-papos afinal são verídicos. Você não tinha dito pra eles que todos os nossos bate-papos eram fictícios, ou seja, fruto da sua imaginação de fã doido demais?
ARMINDO – Ó Berto, essa de fã doido demais, escusavas de dizer, pá! Tu é que me metes nestas embrulhadas todas e depois eu é que tenho que me desenrascar sujeito a ainda por cima ouvir tu a chamares-me fã doido demais. É lógico que eu disse à editora o que disse a todas as outras, ou seja, que os bate-papos eram fictícios, mas acontece que algumas acreditaram e outras não. Essa tal editora foi uma das que não acreditou que os nossos bate-papos eram fictícios e vai daí propôs-me escrever mais bate-papos até atingir os 50. Eu ainda lhes respondi dizendo que não podia ser eu a telefonar-te mas sim tu a mim, pois logo desde o primeiro bate-papo recusaste dar-me o número do teu celular com receio que eu o divulgasse aos outros fãs e por isso quando recebo telefonema teu aparece sempre chamada anónima. Então…
ROBERTO CARLOS – Pére aí, Mindo!

Chamada desligada.


AVISO:
 
O texto que acabaram de ler é fictício.
Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência.

A ficção revela verdades que a realidade omite
Jassemin West

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