Se para
uns e outros ainda soava paradoxal o fato de Teresa Cristina, expoente da nova
geração do samba, surgida a reboque do movimento de revitalização da Lapa
carioca, há cerca de 15 anos, ser uma fã assumida de rock, com especial apreço
pelo heavy metal, seu novo disco atesta a amplitude de sua relação com a música.
Junto com a banda Os Outros, ela revisitou 14 temas extraídos da vasta
discografia de Roberto Carlos. E sim, é no clima roqueiro do grupo que a
acompanha que Teresa presta seu tributo ao Rei, com absoluta desenvoltura e a
tranquilidade de quem sabe muito bem o que está fazendo.
O
disco, na verdade, deriva de uma série de shows que fez com Os Outros, a convite
da banda, no Rio de Janeiro. São vários os méritos que ele guarda, a começar
pelo repertório, que inclui a fase áurea de Roberto Carlos, no período de
transição entre a jovem guarda e a black music, com temas como "Ilegal, Imoral
ou Engorda", "Não Serve Pra Mim" e "Quando", entre outras. Mas também há espaço
para os primeiros e ótimos passos do Rei no terreno do romantismo escancarado,
com "Proposta", "O Portão" e "Cama e Mesa".
Ao
bom repertório, que abarca temas menos conhecidos da discografia de Roberto,
como a coquete "I Love You", soma-se a voz forte e precisa de Teresa e o tom
entre respeitoso e atrevido que a banda imprime aos arranjos. O
atrevimento está, por exemplo, na levada de ska aplicada a "Do Outro Lado da
Cidade", ou nas guitarras carregadas, efetivamente roqueiras, de "O Moço Velho".
Por outro lado, a sonoridade do grupo guarda algo de passadista, com timbres
vintage pontuando aqui e acolá as músicas. Isso faz com que estejam moldadas à
maneira que o Rei as moldaria, sem estridência, com espaço para que a voz seja a
protagonista. Num
disco homogêneo e bom da primeira à última faixa, cabe destacar "Imoral, Ilegal
ou Engorda", "Como 2 e 2", "Nada Vai Me Convencer" e "I Love You" como as faixas
mais envolventes. O
Tempo - BH - MG - Magazine - 17/12/2012
Se para uns e outros ainda soava paradoxal o fato de Teresa Cristina, expoente da nova geração do samba, surgida a reboque do movimento de revitalização da Lapa carioca, há cerca de 15 anos, ser uma fã assumida de rock, com especial apreço pelo heavy metal, seu novo disco atesta a amplitude de sua relação com a música. Junto com a banda Os Outros, ela revisitou 14 temas extraídos da vasta discografia de Roberto Carlos. E sim, é no clima roqueiro do grupo que a acompanha que Teresa presta seu tributo ao Rei, com absoluta desenvoltura e a tranquilidade de quem sabe muito bem o que está fazendo.
O disco, na verdade, deriva de uma série de shows que fez com Os Outros, a convite da banda, no Rio de Janeiro. São vários os méritos que ele guarda, a começar pelo repertório, que inclui a fase áurea de Roberto Carlos, no período de transição entre a jovem guarda e a black music, com temas como "Ilegal, Imoral ou Engorda", "Não Serve Pra Mim" e "Quando", entre outras. Mas também há espaço para os primeiros e ótimos passos do Rei no terreno do romantismo escancarado, com "Proposta", "O Portão" e "Cama e Mesa".
Ao bom repertório, que abarca temas menos conhecidos da discografia de Roberto, como a coquete "I Love You", soma-se a voz forte e precisa de Teresa e o tom entre respeitoso e atrevido que a banda imprime aos arranjos.
O atrevimento está, por exemplo, na levada de ska aplicada a "Do Outro Lado da Cidade", ou nas guitarras carregadas, efetivamente roqueiras, de "O Moço Velho". Por outro lado, a sonoridade do grupo guarda algo de passadista, com timbres vintage pontuando aqui e acolá as músicas. Isso faz com que estejam moldadas à maneira que o Rei as moldaria, sem estridência, com espaço para que a voz seja a protagonista.
Num disco homogêneo e bom da primeira à última faixa, cabe destacar "Imoral, Ilegal ou Engorda", "Como 2 e 2", "Nada Vai Me Convencer" e "I Love You" como as faixas mais envolventes.
O Tempo - BH - MG - Magazine - 17/12/2012
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