Aos sábados, Retrospecto RC (7)

DO TEXTO:




 
Por: Carlos Alberto Alves

“VIVE LE ROI”
(Publicado em 21 de janeiro de 2011)

Terminada a publicação do livro que escrevi sobre a minha carreira (parte dela), vou preencher o espaço do sábado com retrospectos do que me debrucei sobre o Rei Roberto Carlos desde que iniciei a minha colaboração no Portal Splish Splash. Ao cabo o seguir a velha máxima: RECORDAR É VIVER! Um recurso ao arquivo do Splish Splash.

Quando eu era rapazote, já crescidinho – aí com os meus 15 anos de idade -, tinha, conjuntamente com outros amigos de infância e de estudo, o hábito – mau hábito? Talvez não... – de falar francês, não com o fito de impressionar as garotas, mas tão somente para mentalizar-me que valia a pena saber francês, sobre o básico para uma emergência, nomeadamente quando um dia deparasse pela frente com um cidadão oriundo de França que pretendesse uma informação. Estava longe do meu pensamento que os franceses um dia chegassem até aos Açores, concretamente à ilha das Flores e, também, que, ao chegar a jornalista (que naquela altura nem sonhava. Queria ser marinheiro, depois psicólogo. Sonhos de rapaz, apenas isto), passaria por Paris. Mas se, naquela fase de jovem, soubesse o que sei hoje em relação aos franceses, naturalmente que tinha optado por “meter-a-língua-noutra-língua”. É que os franceses são demasiado arrogantes, intoleráveis em termos de cortesia, coisa que eles não trouxeram do berço. Terá sido influência de Napoleão Bonaparte?

Bom... Retornando ao princípio, sempre usava esta frase quando queria brincar com um amigo: “Vive Le Roi”. Escusado será dizer que a dita frase foi pegando. E quando eu não dizia nada, lá estava o companheiro do outro lado, a gritar a amplos pulmões: “Vive Le Roi”.

Depois cresci, acabei os meus estudos, fui chamado para o serviço militar (dois anos em Angola) e nunca esqueci a célebre frase. Mas será que eu queria mesmo ser rei? Nada disso. Pretendia isso sim, um dia qualquer, encontrar um rei e, se possível até, o servir com o meu simples contributo no que concerne a trabalho, por exemplo. Em Angola, não encontrei o almejado rei, apesar de adorar muito o Duo Ouro Negro (já escrevi sobre eles). Passaram-se anos e, na lufa-lufa em Lisboa, num dado momento passei pela estação do Rossio e toquei na cabeça de uma jovem que estava sentada à entrada. Não sabia de quem se tratava e muito menos a sua nacionalidade. Contudo, veio logo a reacção: “vo cet”. Não completou a frase e com o dedo polegar apontou para a testa. Compreendi desde logo que estava perante uma jovem francesa e que ela queria dizer com meia-frase e o gesto que eu era doido. Ri que me fartei e ainda tive tempo de retorquir: “Vive Le Roi”.

Continuo o meu percurso de vida e, a dado momento, quando a televisão brasileira entra no nosso país, vou seguindo os programas do Jô Soares (ou “O Gordo” como preferirem) ele vem com a sua: “sois rei, sois rei”. Fiquei meio confuso, com tanto “rei” para o “O Gordo”. Meditei com os meus botões: não vou plagiar o “Jô Soares”. Jamais, Jô. Eu ainda vou encontrar o meu rei.

Anos e anos passados, finalmente encontrei a figura do meu rei e, por sorte minha, para servi-lo com a minha humilde escrita. Em Terras de Vera Cruz , onde me encontro, está o rei. E agora sempre que tiver oportunidade (tenho sempre, porque a procuro) apregoarei: Roberto Carlos “Vive Le Roi”, Roberto Carlos “Vive Le Roi”.

Eu tinha razão quando, menino e moço, era useiro e vezeiro a lançar o tão abençoado “Vive Le Roi”. E encontrei o meu verdadeiro rei.
Roberto Carlos “Vive Le Roi”.

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