Roberto Carlos Braga – Embaixador da Língua Portuguesa

DO TEXTO: Roberto Carlos, através da sua obra, não só incute o português a gentes de outras línguas como ensina a falar os da sua própria língua.
No momento atual em que muito se tem falado sobre os prós e os contras da unificação do idioma português, a terceira língua ocidental e a quinta mais falada do mundo

Por: Armindo Guimarães
https://www.portalsplishsplash.com/p/armindo-guimaraes.html

A minha pátria é a língua portuguesa
Fernando Pessoa

No momento atual em que muito se tem falado sobre os prós e os contras da unificação do idioma português, a terceira língua ocidental e a quinta mais falada do mundo, seguindo-se ao Inglês, ao Espanhol, ao Mandarim e ao Árabe, há que lembrar todos aqueles que têm contribuído para a sua divulgação e implementação e, neste aspecto, tirar o chapéu a escritores cujas obras foram o mote para que povos de outras línguas se interessassem por aprender português, quiçá para melhor conhecerem os respectivos autores e suas origens.

Mas não é só na literatura que isso acontece. As artes plásticas, o teatro, o cinema, o desporto, a música, têm tido importância análoga na propagação da língua lusa. E no que à música brasileira se refere, muitos são os intérpretes cujas vozes se tornaram internacionais, sendo que, nesses muitos, cremos não cair no erro ou no exagero se citarmos um que pelas suas características muito tem contribuído para a difusão e implementação da Língua Portuguesa pelos quatro cantos do mundo. Referimo-nos ao cantor e compositor Roberto Carlos Braga, o Rei da MPB - Música Popular Brasileira, cujo reinado, leia-se, carreira, já vai em meio século de existência espalhando a sua obra, que o mesmo é dizer a língua portuguesa, aqui e além fronteiras. De tal forma que muitos são aqueles de várias nacionalidades que se me têm dirigido dizendo que através dele conheceram Camões, Pessoa, Eça, Vinícius, Assis, Drummond e outros dinossauros da língua lusa. Isso acontece em países tais como a Argentina, Peru, Venezuela, México, Itália, Espanha, Rússia, Japão, Estados Unidos e outros países onde Roberto Carlos há muito leva a sua música e as suas letras, quais poemas à sua língua mater.

E, como se fosse pouco, Roberto Carlos, através da sua obra, não só incute o português a gentes de outras línguas como ensina a falar os da sua própria língua. Ensina a falar, é o termo, como se poderá constatar através da mensagem que recentemente recebi de uma sua fã portuguesa e que aqui reproduzimos:

“Podes não acreditar mas eu aprendi a falar com as músicas do Roberto: Calhambeque, Ana, Splish, Splash…”.

Lembro-me, agora, que sobre o assunto não cheguei a responder à autora da mensagem que por esta altura deve estar a pensar que eu não dei importância alguma à sua “confissão”, mal ela sabe que foi o mote para este texto e que resposta melhor do que esta não lhe poderia dar, ao contrário do que acontece com o grande cantor e compositor Roberto Carlos Braga que, pese embora não espere de ninguém resposta sobre o quanto tem dado à língua portuguesa, sabe que muitas entidades com responsabilidades na matéria só se lembram de São Jerónimo quando troveja.

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3 Comentários

Comentários

  1. Ola! Armindo,

    "Roberto Carlos, através da sua obra, não só incute o português a gentes de outras línguas como ensina a falar os da sua própria língua."

    Muito interessante esta colocação, porquanto confirmam-se verdades incontestes, qual seja, o Rei é sinônimo de cultura brasileira, não se restringindo a tão somente mais um cantor da Lingua Portuguesa.

    Também pudera né, Armindo, cantando a 50 anos o Amor e desejando a Paz entre os povos e nações! E também entre os animais e o homem!

    Aqui no Brasil, quando troveja, lembramos de São Pedro, aquele que tem a chave do Céu.

    Parabéns pela sua matéria, pá!

    Ficou fixe por demais!

    Abraços Robertocarlísticobraguianos!

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  2. Olá, Bottary!

    Dizes no teu comentário que aí no Brasil, quando troveja, é lembrado São Pedro, aquele que tem a chave do Céu.

    Pois bem. Aqui em Portugal, quando se trata do tempo bom ou mau, lembramos também o São Pedro.

    Porém, quando troveja, é lembrado São Jerónimo para acalmar trovões e relâmpagos. Lembro-me que quando criança a minha mãe ao ouvir trovejar, dizia: “São Jerónimo, Santa Bárbara Virgem”.

    Por isso é que para aqueles que só se lembram de alguém quando precisam dele ou quando ele morre, é que dizemos que só se lembram de São Jerónimo quando troveja.

    Entretanto, fiquei a pensar neste importantíssimo assunto :) e imediatamente fui pesquisar na net acerca do mesmo, constatando que, afinal, contrariamente ao que dizes os brasucas, face aos trovões, também apelam a São Jerónimo e a Santa Bárbara Virgem.

    Dedicado ao digníssimo Senhor Bottary, vou colocar no Splish Splashum post bastante elucidativo.

    Quem é amigo?!

    :)

    Abraços

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  3. Olá Armindo,

    Muito boa esta matéria!

    Fiquei muito lisonjeada por saber que uma simples e inocente confissão minha "podes não acreditar mas eu aprendí a falar com as músicas do Roberto Carlos: Ana, calhambeque, splish splah..." possa ter estado na origem deste post. Mas olhem que é mesmo verdade!!!

    Com pouco mais de 2 anos e ainda mal pronunciando as palavras, segundo relatos da minha mãe, cantava versos completos de Ana:

    "Todo o tempo que eu vivi, ploculando o meu caminho, xó cheguei á concuxão que não vou #lanchar# xóxinho oh oh Ana, Ana, Ana, oh oh oh oh Ana, que xaudade de voxe"!

    Era a atracção da familia, segundo dizem...pena não ter vocação prá música...ahahahahahah

    Quanto ao teu artigo, tens toda a razão, aliás está mais do que comprovado que o NMQT leva a nossa língua aos 4 cantos do mundo ajudando a divulgá-la de uma maneira muito bonita, com os seus versos bem colocados, a sua mensagem muito bem escrita, a sua linda e maravilhosa voz, pois a música entra no ouvido de qualquer um, mesmo a pessoa estando a fazer outra coisa, enquanto que para a leitura é preciso dispensar algum tempo!

    Obrigada Armindo pela matéria.

    Obrigada Roberto carlos pelas lindas músicas que cantas e que um dia me ensinaram a falar português, que é a minha língua materna!

    Beijos lisboetas

    Julia Panagiotopoulos
    Alverca - Lisboa - Portugal

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