MISERICÓRDIAS

DO TEXTO:
Rainha D. Leonor - Fundadora das Santas Casas

É por iniciativa da da rainha Dona Leonor (1458-1525), viúva de D. João II e irmã de D. Manuel I, senhora de grande fortuna e protectora de letrados e artistas (como Gil Vicente), que será fundada a primeira misericórdia, em Lisboa, no ano da graça de 1498 (mais exactamente a 15 de Agosto).
As Misericórdias vão-se multiplicando e estendendo a sua acção de bem-fazer a todo o País, incluindo os novos mundos descobertos entretanto, e é assim que, além de Portugal, se fundam misericórdias no Brasil, África, Índia, Japão, Arábia, Pérsia, Indochina, China e Indonésia. Ao longo dos tempos estas instituições souberam adaptar-se às necessidades sociais do tempo e adaptar as Obras de Misericórdia de forma a que, sem desvirtuar os objectivos da sua fundação, possam responder aos problemas sociais do seu tempo.
“Por estabelecer um carácter laico diante dos vários choques de interesse que a Igreja e o Estado tiveram ao longo dos séculos, as misericórdias chegam aos dias de hoje, apoiadas pelo espírito cristão da igreja católica e espalhadas pelas principais vilas e cidades portuguesas, como instituições particulares de solidariedade social”, sublinhando que “ainda hoje continuam a nascer misericórdias nas comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo, nomeadamente Paris, Luxemburgo, Canadá, Estados Unidos, Namíbia”.
-------------------------------------------------------
Existe uma Confederação Internacional das Misericórdias, identificada pela sigla CIM, constituída sob o patrocínio de Nossa Senhora da Misericórdia, é uma sociedade civil de âmbito mundial, apolítica, sem fins lucrativos, fundada em 27 de outubro de 1979, pelas misericórdias do Brasil e Portugal, com sede no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, estado do Rio de Janeiro. Hoje a Confederação abrange os cinco continentes.

A MISSÃO DA CIM É:
Incentivar a prática das sete obras de misericórdia espirituais e das sete corporais por todas as misericórdias, congregar em sua organização as misericórdias dispersas pelo mundo, estimular a criação de novas entidades de misericórdias, promover o desenvolvimento de métodos e técnicas de gestão avançadas que resultem em benefício dos seus assistidos, promover o intercâmbio internacional de idéias a experiências que possam contribuir para o fortalecimento e expansão das misericórdias pelo mundo, celebrar e incentivar a realização de congressos nacionais e internacionais para disseminar a civilização global do amor e da paz e para formação de profissionais e voluntários que trabalham nas misericórdias.
A CONFEDERAÇÃO DAS SANTAS CASAS DE MISERICÓRIDA, HOSPITAIS E ENTIDADES FILANTRÓPICAS – CMB é uma associação sem fins lucrativos ou econômicos, fundada no dia 10 de novembro de 1963, em Santos, São Paulo, está sediada em Brasília.Segue um pequeno histórico dos seus 45 anos de existência.

CMB 45 anos
Em 1963, o conceito de ajudar e guiar o desenvolvimento e a mudança social, preocupando-se com o cidadão, passou por uma transformação política. Por ocasião das comemorações do quarto centenário da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Santos, naquele ano, a data foi escolhida para a fundação da Confederação das Misericórdias do Brasil, posteriormente nominada Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB).
A instituição surgiu com o objetivo de atuar em defesa, proteção, representação e assistência dos interesses sociais e econômicos das entidades confederadas, além de colaborar com os poderes públicos na elaboração de políticas voltadas à solidariedade humana, social e econômica, diretrizes que ainda norteiam sua atuação.
Após 45 anos, a CMB é composta por 2.100 instituições hospitalares filantrópicas filiadas, 14 federações estaduais, 6 membros de diretoria, 6 membros no conselho fiscal e 8 funcionários. Por isso, hoje, aceitamos um novo desafio: a melhoria da gestão nos hospitais filantrópicos, através do Programa Mais Gestão. Demonstrando, dessa maneira, o avanço rumo às tendências de redução de desperdícios e capacitação humana essenciais para a sobrevivência das instituições que, infelizmente, sofrem com a falta de recursos financeiros.
Mas é tempo de enaltecer vitórias. Por isso, nesta edição, lançaremos o nosso selo comemorativo e apresentaremos o tema do XVIII Congresso Nacional, a ser realizado em Brasília. Que venham mais 45 anos!

Antonio Brito
Presidente da CMB

Missão das Misericórdias
Escrito por CMB.org.br
As Misericórdias, representadas por Confrarias, Irmandades, Santas Casas, Fundações de Misericórdia, Entidades Beneficentes e Filantrópicas assumem-se como lídimas herdeiras do preceito divino de traduzir na prática, as sete obras de misericórdia corporais e as sete espirituais. São a expressão viva e operante do envolvimento solidário da comunidade na construção de uma Civilização Global do Amor e da Paz.
Testemunham o amor preferencial de Cristo para os pobres e doentes e todos os necessitados. Declaram publicamente adotar sua missão e colocar em prática os valores evangélicos nestes termos:

Sentido da Missão
No desenvolvimento da sua missão as Misericórdias têm por dever prestar todo tipo de apoio à recuperação e aprimoramento físico, intelectual, profissional, moral e espiritual dos seres humanos. Apoiar as sociedades que estes ajudaram a construir, manter e desenvolver no sentido da universalização do bem estar e da justiça em fraternidade. Envolver-se com a saúde preventiva e curativa. Zelar pela assistência social, bem como o socorro às vítimas de catástrofes e epidemias. Energizar o desenvolvimento econômico, científico, moral, cultural e de inclusão social.

Valores
As Misericórdias colocam a pessoa humana no centro de toda a sua ação direta e assistencial. Primam pelo respeito e defesa incondicional dos valores humanos e cristãos. Atestam a dignidade indivisível do ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus. Respeitam sua dimensão biológica, psíquica, social e espiritual, procurando promovê-la e, quando necessário, curá-la. Mostram-se particularmente sensíveis à promoção e defesa dos mais pobres, (quer indivíduos, grupos ou povos) tanto na sua vulnerabilidade quanto na sua qualidade de vida.

Valorização da Pessoa
As Misericórdias reconhecem e defendem a dignidade fundamental e os direitos a uma vida digna de todos os seres humanos. Testemunham o amor gratuito ao próximo sofredor e prestam-lhe atenção amorosa e fraterna, praticando e promovendo as obras de misericórdia em ambientes de humanidade e de cultura da solidariedade fraterna, da assistência social, da saúde e da evangelização.

Valorização dos Colaboradores
As Misericórdias valorizam de modo especial seus colaboradores, tanto os que exercem nelas sua atividade em caráter voluntário quanto os que estão ligados formalmente a elas, considerando-os parte integrante e verdadeiros agentes da sua atividade assistencial e seu principal e mais lídimo patrimônio. Empenham-se em propiciar-lhes um ambiente humano, de diálogo e de co-responsabilidade. Desenvolvem e aplicam uma política de recursos humanos que favoreça a realização pessoal, a motivação e a atualização na formação.
Promovem e favorecem a profissionalização, a competência, a interdisciplinaridade, a participação (voluntária), o trabalho em equipe e o ensino.

Valorização da Administração
As Misericórdias primam pela utilização racional dos recursos econômicos disponíveis em benefício das pessoas e da comunidade carente. Respeitam os valores éticos inspirados nos princípios da justiça e da equidade. Procuram manter transparência administrativa e gestão social. Preocupam-se em aplicar os recursos financeiros disponíveis na assistência e na melhoria dos conhecimentos técnicos, científicos, humanitários e cristãos. Não encaram a administração como um valor em si mesmo, mas como um excelente instrumento para a viabilização das suas atividades assistenciais e sociais, devendo ser revestido dos elementos indispensáveis à sua correta execução. Exigem que toda a composição financeira seja revestida da maior probidade.

Valorização Pastoral
As Misericórdias desenvolvem esforço participativo para uma nova evangelização. Sua atividade pastoral baseada nos princípios cristãos do pluralismo ecumênico e universalista envolve a todos: os enfermos hospitalizados ou em suas residências e seus familiares; os colaboradores que exercem sua atividade em suas obras; os pobres e marginalizados; os portadores de deficiência física e ou mental; os idosos e excluídos. Contam, para isto, com a colaboração irrestrita de toda a comunidade.

Valorização da Ética
As Misericórdias colocam em prática com o maior rigor, os códigos de ética das instituições que mantêm, envolvendo responsabilidades específicas concernentes à dignidade da pessoa em todos os estágios da sua vida; ao seu direito de determinar o que deseja ou aceita; à defesa da sua vida e à sua promoção social. Mantêm condições tecnico-profissionais suficientes para a pratica da melhor assistência possível. Consideram ilícita a interrupção de terapias e demais práticas que sustentam a vida.

Valorização da Comunidade
As Misericórdias são sempre um espaço aberto, generoso e inserido da comunidade, da qual emanam e de que são parte integrante e indissociável. Promovem a irradiação da cultura, da prestação de serviço entre as pessoas e da aliança para uma melhoria constante da qualidade de vida para todos. Favorecem a participação ativa dos voluntários procurando motivar e agregar o maior número possível de pessoas para seu ideal de servir. Incutem nas pessoas o espírito de altruísmo para a formação de verdadeiras falanges em prol da manutenção das suas obras e da expansão e melhoria das suas atividades.

Valorização dos Pobres
As Misericórdias desenvolvem suas atividades em favor sobretudo dos mais pobres, dos excluídos da comunidade e dos marginalizados, procurando prestar-lhes uma assistência digna e promovê-los e integrá-los humana e socialmente, dotando-os de condições para sua auto-realização. Favorecem iniciativas bilaterais, sobretudo com entidades da mesma natureza para que o apoio efetivo se torne, de fato e de direito, universal.

Valorização das suas Atividades
As Misericórdias estabelecem estratégias e meios de apreciar constantemente o próprio desempenho. Apreciam permanentemente os resultados obtidos, as dificuldades enfrentadas e o universo assistido e desassistido. Favorecem a melhoria constante das suas atividades, a expansão dos seus serviços e a renovação do seu desempenho. Inovam a própria estrutura para acompanhar os sinais dos tempos e as necessidades de cada lugar.

Valorização da Solidariedade Institucional
As Misericórdias, conscientes do universalismo da sua vocação e história, assumem a solidariedade e entreajuda, em todos os Continentes e países onde existem ou possam ser criadas, como forma de serem fautoras e promotoras de uma civilização do Amor e de Globalização da Solidariedade.

Trabalho elaborado a partir de matérias publicadas no livro Epopéia das Misericórdias, compilado pelo Dr. Ivo Arzua Pereira, do Código de Ética do Hospital Filantrópico.
Texto gentilmente enviado pela Irmã Eneide Silva
Amiga do Splish-Splash

POSTS RELACIONADOS:
3 Comentários

Comentários

  1. Querido Armindo e amigos do Blog Splish, Splash!

    Depois de muitos dias sem publicar matérias e comentar os posters dos amigos, por problemas de saúde, para minha grande alegria, ao entrar hoje aqui, deparo-me com esta matéria importantíssima, sobre a origem das Santas Casas de Misericórdias, e que presta grande serviço, social e junto à comunidade carente do local onde ela está inserida.

    Para aumentar o meu contentamento, estive a ler na matéria, que as Santas Casas tivera origem em Lisboa Portugal e depois instalada no Brasil, pelos lusitanos.

    Falou em Portugal, já lembramos do nosso grande amigo e patrão o Sr. Armindo Guimarães que tanto queremos bem e o admiramos.

    Quando fui lendo a matéria me chamou a ateção pelo fato de minha irmã trabalhar nas Santas Casas há muitos anos e continuando a leitura, chego ao término e vejo que a matéria tinha sido enviada por ela para o Armindo e no final tinha: Mensagem enviada gentilmente por Ir. Eneide Silva, amiga do Splish, Splash.

    A Minha querida mana, Ir. Eneide, é freira da Ordem Vicentina das Filhas da Caridade, com sede mundial em Paris França, onde a mesma já teve oportunidade de participar de congregações, juntamente com outras irmãs do mundo e do Brasil.

    A Ir. Eneide, desde jovem, renunciou a vida de uma pessoa comum e passou a dedicar-se aos pobres, que é a meta prioritária das Irmãs das Filhas da Caridade.

    Já com trinta e sete anos de vida religiosa, hoje ela trabalha como diretora da Santa Casa em Aracati no Ceará, onde é muito querida e amada por todos daquela comunidade.

    Graduada em Enfermagem e em Administração Hospitalar, também especializou-se em Gestão Hospitalar pela Universidade Estadual do Ceará.

    Através dessa excelente matéria poderemos conhecer a origem, a sua propagação pelo mundo, onde a partir de Portugal e Brasil outros países foram aderindo ao movimento de interesses sociais e econômicos que juntamente com o governo e voluntários e outras instituições, voltada à solidariedade humana.
    hoje está espalhada pelos cinco continentes, cujo alvo é a comunidade carente.

    Sabemos que as Santas Casas, estão enfrentado grandes dificuldade, pois falta verbas e ajudas voluntárias para seu melhor funcionamento.

    Agradeço ao Meu amigão Armindo, por ter prestado essa solidariedade às Santas Casas em nome da Ir. Eneide, publicando aqui em seu blog esta matéria que será uma forma de divulgar essa entidade que tem prestado grande benefício à Comunidade Carente.

    Um beijo para o Armindo e outro pra minha mana Ir. Eneide.

    Mazé Silva

    ResponderEliminar
  2. Irmã Irene:

    Amiga Mazé:

    Agradecidos estamos nós todos por termos tido a oportunidade de publicar aqui este importante texto sobre as Misericórdias espalhadas pelos quatro cantos do mundo e que há século vêm prestando um importante serviço de utilidade pública às populações carenciadas.

    E tudo o que se faça por aqueles que mais precisam, e tudo o que se escreva por aqueles que dão o melhor de si pelos outros, é de louvar.

    Por isso, o meu obrigado à Irmã Eneide.

    Abraços

    ResponderEliminar
  3. Mazé obrigada pelo comentario. Voce escreveu muito e falou muito de mim, não precisava tanto!A primeira parte foi do Armindo, gostei ele ter ilustrado e enriqueceu mais a materia.
    Parabéns pelo comentario. Vou passar um e-mail para ele agradecendo.
    Abraço da mana.

    ResponderEliminar