Pequenos negócios apoiam licença-maternidade

Pesquisa do Sebrae mostra que pequenos negócios apoiam a licença-maternidade e reacende o debate sobre ampliar a licença-paternidade.
Ilustração sobre a licença-maternidade e o debate da licença-paternidade no Brasil

Maioria dos empreendedores não vê entrave no benefício e reacende debate sobre licença-paternidade 


O dado reacende o debate sobre a ampliação da licença-paternidade no Brasil 

A mais recente pesquisa do Sebrae, realizada com mais de seis mil pequenos negócios, revelou que a licença-maternidade está longe de ser um problema para os empreendedores brasileiros. De acordo com o levantamento, 65% das pequenas empresas afirmaram não encontrar dificuldade alguma na concessão do benefício, sinalizando uma visão mais madura sobre a importância da maternidade no ambiente laboral. Entre as micro e pequenas empresas, 53% também consideram o benefício positivo ou neutro em relação às operações do negócio.

Mesmo em setores tradicionalmente mais desafiadores, como o agronegócio, metade dos entrevistados afirmou não ter dificuldades em cumprir a lei. Nos serviços, 52% relataram a mesma percepção, e apenas uma minoria — cerca de 13% — declarou enfrentar grandes entraves administrativos.

Para Margarete Coelho, Diretora de Administração e Finanças do Sebrae Nacional, os dados refletem um avanço social importante. “Os pequenos negócios já reconhecem o cuidado como parte essencial da economia. Isso mostra que estamos prontos para avançar também na licença-paternidade, fortalecendo a igualdade entre homens e mulheres e valorizando o tempo dedicado às pessoas como um investimento no futuro.”

O debate sobre a licença-paternidade estendida ganha força. A Coalizão Licença Paternidade (CoPai), grupo apartidário que reúne pessoas, empresas e instituições, defende a regulamentação da medida como política pública. A proposta em tramitação na Câmara dos Deputados prevê que o custo seja coberto pelo Estado, nos mesmos moldes da licença-maternidade, para não onerar o empregador.

Camila Bruzzi, presidente da CoPai, explica que “o salário pago aos pais durante o período de ausência seria integralmente restituído pela previdência, garantindo segurança às empresas e aos trabalhadores”.

Mesmo sem regulamentação, muitas empresas já adotam a licença-paternidade estendida por iniciativa própria. Segundo a consultoria Mercer Marsh Benefícios, 56% das companhias brasileiras oferecem o benefício. O impacto é notável: estudos do Boston Consulting Group e da Ernst & Young apontam que 70% das empresas relataram maior motivação entre os pais e 80% observaram melhor desempenho profissional após a ampliação da licença.

Para a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBS), a questão vai além do trabalho — é um direito da criança. A entidade reforça que a presença paterna nas primeiras semanas é essencial para o desenvolvimento emocional e para o sucesso do aleitamento materno. “Cinco dias de licença é um modelo ultrapassado e em desacordo com as evidências científicas”, defende a SBS em carta pública.

Atualmente, a licença-paternidade no Brasil é de cinco dias corridos. Contudo, 76% dos brasileiros acreditam que esse tempo deve ser ampliado. A CoPai apoia dois projetos de lei que propõem aumentar o benefício para 30 dias inicialmente, com crescimento gradual para 45 e 60 dias ao longo dos próximos cinco anos.

“Uma licença-paternidade de 60 dias é uma política pública essencial, com impacto positivo para as crianças, as famílias, as empresas e toda a sociedade”, conclui Camila Bruzzi.

Sobre a Coalizão Licença Paternidade (CoPai) A Coalizão Licença Paternidade é um grupo apartidário de pessoas, empresas e instituições que trabalham pela regulamentação da licença-paternidade estendida, obrigatória e remunerada no Brasil. Por meio da atuação em relações governamentais e fomento da opinião pública, buscam influenciar na regulamentação do tema, acreditando que a licença-paternidade estendida será uma das principais alavancas de transformação em desafios críticos e urgentes na sociedade brasileira atual.  Conheça mais e saiba como apoiar. 
Nota do Editor – Portal Splish Splash: Os resultados da pesquisa do Sebrae mostram um amadurecimento notável na forma como as empresas encaram o equilíbrio entre vida profissional e familiar. A ampliação da licença-paternidade, longe de ser um luxo, é uma medida de justiça social e eficiência económica. Afinal, investir em famílias é investir no futuro.
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