A primeira fase, iniciada em julho de 2025, atua em Santarém (PA) com cerca de 150 produtores em 15 mil hectares — dos quais 8,5 mil já estão sob manejo sustentável, sistemas agroflorestais ou em conservação. O objetivo é mapear cadeias produtivas, capacitar as comunidades e garantir que a receita da venda de créditos de carbono chegue diretamente aos produtores, com parte dos recursos reinvestida nas próprias comunidades.
O presidente do Sebrae, Décio Lima, resumiu o propósito: “O carbono social é mais do que um ativo ambiental: é uma nova rota de desenvolvimento inclusivo, que reconhece e remunera quem cuida da floresta e do solo.”
Para o diretor técnico do Sebrae, Bruno Quick, o projeto funciona como uma ponte entre quem preserva e quem compensa emissões, com plano de escalar o modelo para outros territórios e biomas do país.
Segundo a Ecam, o modelo já opera em regiões do sul da Bahia e do sul do Paraná, onde produtores vêm sendo remunerados por serviços ambientais. A metodologia integra mensuração de carbono com indicadores sociais (renda, género, bem-estar comunitário) via plataforma ReSeed, garantindo validação, rastreabilidade e certificação dos créditos.
Como funciona — passo a passo
• Mapeamento das propriedades e identificação das áreas preservadas.
• Medição do estoque de carbono com dados de campo e imagens de satélite.
• Validação e rastreabilidade dos dados na plataforma digital da ReSeed.
• Transformação do carbono registado em créditos certificados.
• Venda dos créditos e retorno direto da receita às comunidades e produtores.
O Carbono Social será apresentado num evento internacional sobre investimentos em florestas e biodiversidade, em Londres, reforçando o papel das soluções amazónicas na economia de baixo carbono. O lançamento contou com autoridades nacionais, representantes regionais e enviados especiais da COP30, que acontece em novembro em Belém.
O caráter inédito do projeto está em unir contabilidade de carbono — com padrões internacionais — a um impacto social mensurável e rastreável, abrindo caminho para que práticas sustentáveis de pequenas propriedades se convertam em ganhos económicos e fortalecimento comunitário.
Nota do Editor do Portal
O Carbono Social merece atenção: combina técnica e justiça económica ao recompensar quem protege a floresta. Resta acompanhar a implementação prática — sobretudo a transparência na divisão da receita e a efetiva participação das comunidades nas decisões. Se o modelo cumprir o prometido, será um exemplo de como políticas climáticas podem promover inclusão rural. E sim — conservar pode pagar a conta.
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Projeto piloto remunera pequenos produtores da Amazônia por conservação florestal
Uma romântica que acredita no amor eterno. Redatora do Portal Splish Splash. VER PERFIL
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