MAB destaca a urgência de uma transição energética que priorize o povo e o meio ambiente
Transição energética não pode ser só tecnológica
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) tem levado à Cúpula dos Povos, que ocorre em paralelo à COP30 em Belém, a pauta da transição energética justa e popular. Inserido nos seis eixos de debate do evento, o MAB prioriza especialmente o terceiro eixo, voltado para alternativas energéticas que respeitem as comunidades e o meio ambiente.
O conceito de transição energética tem sido usado para substituir combustíveis fósseis por fontes renováveis, mas nem sempre contempla justiça social. Para o MAB, não basta mudar a tecnologia; é preciso questionar quem se apropria da energia e para quê ela é produzida. Dalila Calisto, da coordenação do movimento, afirma que uma transição justa exige redefinir o papel do Estado e das empresas estrangeiras, garantindo reparação às populações historicamente afetadas, como ribeirinhos, povos tradicionais e trabalhadores do setor elétrico.
A participação do MAB na Cúpula também se dá no contexto da defesa da legislação ambiental e da Política Nacional de Direitos das Populações Atingidas por Barragens (PNAB), ameaçadas pelo desmonte promovido nos últimos anos. O movimento defende a criação de um fundo permanente de reparação e destaca a necessidade de mudanças estruturais para que a energia beneficie o povo, não apenas o capital.
Durante o evento, o MAB denuncia que a transição energética proposta por transnacionais visa principalmente novas oportunidades de lucro, sem alterar a lógica de exploração. Fabíola Antezana, do Coletivo Nacional dos Eletricitários, reforça que a crise climática foi gerada pelo capital e que as soluções apresentadas muitas vezes favorecem os mesmos interesses que criaram o problema. A leitura crítica dessas propostas é essencial para formar lideranças capazes de promover uma transição justa, popular e inclusiva.
A Cúpula dos Povos envolve cerca de 1.000 atingidos pelo MAB, somados a delegados internacionais, e organiza sua agenda em seis eixos: defesa dos territórios e direitos dos povos; enfrentamento a grandes projetos do agronegócio e racismo ambiental; transição energética justa; luta contra opressões e defesa da democracia; questões urbanas e crise climática; e feminismo popular e protagonismo das mulheres. Nas próximas semanas, o site do MAB detalhará as propostas de cada eixo.
Nota do Editor - Portal Splish Splash:
A participação do MAB reforça a urgência de discutir energia de forma socialmente justa, garantindo que as populações historicamente afetadas sejam ouvidas e reparadas
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MAB destaca a urgência de uma transição energética que priorize o povo e o meio ambiente
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