Botulínica Além da Beleza: 3 Usos que Vão te Surpreender

Pesquisa revela aplicações da toxina botulínica para tratar enxaqueca, fascite plantar e dermatite seborreica, indo além da estética.
 Cartaz médico informativo sobre usos da toxina botulínica para enxaqueca, fascite plantar e dermatite seborreica

Da enxaqueca à caspa: descubra como a toxina trata dores e problemas dermatológicos


Alívio para dores crônicas e controle da dermatite seborreica


São Paulo – 20/10/2025 - A toxina botulínica, conhecida popularmente como Botox, é uma proteína purificada obtida da bactéria Clostridium botulinum. “Quando injetada em pequenas doses, ela bloqueia a liberação de acetilcolina, o neurotransmissor responsável pela contração muscular. Isso promove o relaxamento da musculatura, suaviza linhas de expressão e previne a formação de novas rugas”, diz a dermatologista Dra. Flávia Brasileiro*, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Esse uso para a estética é muito conhecido, mas o uso médico da toxina botulínica por outras especialidades além da Dermatologia é cada vez mais comum. Abaixo, veja três usos que crescem nos consultórios:

Enxaqueca – As dores de cabeça podem ser tratadas com a toxina botulínica. Segundo o Dr. Tiago de Paula*, neurologista especialista em Cefaleia, membro da International Headache Society (IHS) e da Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBC), a toxina botulínica, quando aplicada em pontos nervosos específicos, reduz a sensibilidade do cérebro à dor, ajudando no controle da doença enxaqueca. “Essa redução da hiperexcitabilidade modula receptores cerebrais da periferia do sistema nervoso central para região do encéfalo, ajudando, assim, no controle da enxaqueca. Esse é o principal tratamento para ‘descronificar’ os pacientes que temos hoje”, comenta o médico. A aplicação, segundo o Dr. Tiago, é feita de três em três meses por, no mínimo, oito ciclos. “A cada aplicação, há melhora progressiva dos sintomas. Depois que controlamos a doença, vamos para o tratamento de manutenção, que pode ser mais espaçado”, diz o neurologista.

Fascite plantar – Dores como na sola do pé, que causam dificuldade para andar, são comuns em atletas, em pacientes mais idosos e também em mulheres que usam salto alto com frequência. “Uma das técnicas de tratamento é o uso da toxina botulínica, que é encarada como uma alternativa terapêutica promissora no tratamento de fascite plantar, especialmente em casos resistentes às abordagens convencionais”, explica o ortopedista Dr. Fernando Jorge* (@dr.fernandojorge), especialista em Intervenção em Dor (Hospital Albert Einstein) e em Medicina Intervencionista em Dor (Faculdade de Medicina da USP - Ribeirão Preto). “A toxina botulínica atua promovendo o relaxamento muscular e reduzindo a tensão sobre a fáscia plantar. A toxina é aplicada por infiltração (injeção) diretamente na musculatura da panturrilha, principalmente no músculo gastrocnêmio (mais frequentemente) ou no músculo sóleo, para aliviar a tensão no tendão de Aquiles, reduzindo a sobrecarga da fáscia plantar. A aplicação é guiada por ultrassonografia, garantindo assim segurança ao procedimento”, diz o médico. Além de indicado para casos crônicos, a toxina também tem função preventiva em pessoas com risco aumentado, como aquelas com encurtamento muscular significativo.

Dermatite seborreica – A famosa caspa também pode ser tratada com a toxina botulínica. No tratamento do couro cabeludo, geralmente são necessários aproximadamente 25 pontos de aplicação, segundo a médica Dra. Lilian Brasileiro*, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. “Embora o mecanismo de ação ainda não tenha sido completamente elucidado, há evidências de que a toxina botulínica promova uma diminuição da produção de sebo, o que acarreta na melhora da dermatite seborreica. Existem múltiplos mecanismos relatados e possivelmente envolvidos, sendo o principal deles o bloqueio na liberação de um neurotransmissor chamado acetilcolina entre os terminais nervosos e as glândulas sebáceas”, explica a Dra. Lilian Brasileiro. “A frequência de aplicação da toxina botulínica depende, dentre outros fatores, da resposta individual de cada paciente. Mas sabemos que a produção de sebo vai progressivamente recuperando os níveis normais ao longo de aproximadamente 16 semanas. Assim, o intervalo entre as aplicações é geralmente de 4 a 6 meses”, acrescenta a Dra. Lilian.

*DR. TIAGO DE PAULA: Médico neurologista especialista em Cefaleia pela Escola Paulista de Medicina (EPM/UNIFESP), membro da International Headache Society (IHS) e da Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBC). Tem especialização em Neurocefaleia pela EPM/UNIFESP, onde também realizou a graduação em Medicina e a residência médica em Neurologia. Atuou como preceptor dos ambulatórios de enxaqueca infantil, enxaqueca do adulto e migrânea vestibular da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e atualmente integra o corpo clínico do Headache Center Brasil, em São Paulo (SP). Pesquisador sobre dores de cabeça, o médico também é palestrante em congressos nacionais e internacionais e autor de artigos, capítulos, livros e publicações científicas. CRMSP 168999 | RQE 18111 | Instagram: @drtiagodepaulahttps://renascencedermatologia.com.
*DR. FERNANDO JORGE: Médico ortopedista, especialista em cirurgias do Joelho e cirurgias do Quadril (HSL-RP), em Medicina Regenerativa (Orthoregen-BR/USA), em Intervenção em Dor (Hospital Albert Einstein) e em Medicina Intervencionista em Dor (Faculdade de Medicina da USP - Ribeirão Preto). Membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), da Sociedade Brasileira de Médicos Intervencionista da Dor (SOBRAMID), da Associação Brasileira de Medicina Regenerativa (ABRM), da Sociedade Americana de Medicina Regenerativa (ASRM) e do Conselho Americano de Medicina Regenerativa. Especialista em Tratamento Médico por Terapia por Ondas de Choque e membro da SMBTOC (Sociedade Médica Brasileira de Tratamento por Ondas de Choque).  Além disso, é membro efetivo da SBED (Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor) e Mestre em Biomecânica do aparelho locomotor (BIOENGENHARIA) pela Faculdade de Medicina da USP. ⁠Professor, palestrante e mentor nas áreas em que atua. @dr.fernandojorge
*DRA. FLÁVIA BRASILEIRO: Dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, com mais de 20 anos de atuação em Dermatologia e Cosmiatria. Formada em Medicina na Universidade do Oeste Paulista, de Presidente Prudente (SP), fez Residência em Clínica Médica na Irmandade Santa Casa de São Paulo e em Dermatologia na Universidade do Oeste Paulista. Foi docente da Faculdade de Medicina da Universidade do Oeste Paulista, de 2007 a 2014. A médica participa periodicamente de Congressos, Workshops e Simpósios nacionais e internacionais. Instagram: @flaviabrasileirodermato / @renascencedermatologiapp
*DRA LILIAN BRASILEIRO: Médica, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. É coordenadora e palestrante em eventos como Congresso Brasileiro de Dermatologia, Congresso Brasileiro de Cirurgia Dermatológica e Medical Technology Congress, sobre tratamentos capilares e laser, além de autora de um capítulo do livro Cirurgia Dermatológica Cosmiátrica e Corretiva, publicado no Brasil, sobre rejuvenescimento, dermatologia clínica, laser e tecnologias. CRM 156908 | Instagram @lilianbrasileiro.dermato
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