Um trabalho que explora a fragilidade, o efémero e a intensidade da experiência humana
"Música que nasce da vulnerabilidade e ecoa na universalidade."
Vímara Porto
O compositor e contrabaixista André Carvalho lança o seu novo trabalho, Of Fragility and Impermanence, uma exploração musical profundamente pessoal sobre a fragilidade e transitoriedade da vida.
Cada peça do álbum nasce como uma meditação independente, abordando diferentes perspectivas: a vulnerabilidade da parentalidade, a melancolia ligada ao desejo de regressar a um estado primordial de plenitude ou a beleza efémera de pequenos gestos quotidianos. Através desta lente, Carvalho cria música que convida à escuta atenta e à reflexão, evocando tanto delicadeza como intensidade emocional.
O álbum celebra a delicadeza do som e a efemeridade dos momentos, abraçando a vulnerabilidade como caminho para o autoconhecimento e capturando a essência fugaz da vida. Esteticamente, dá continuidade à busca do compositor por novas linguagens musicais, onde elementos acústicos e electrónicos se entrecruzam, explorando instrumentação pouco convencional e sons menos consensuais. Explora também o limiar entre composição e improvisação, criando fronteiras subtis que dificultam ao ouvinte distinguir o que é planeado do que é espontâneo. Nesse território, Carvalho trabalha os contrastes entre silêncio e densidade, clareza e ruído, o íntimo e o universal.
O álbum conta com a participação de José Soares (saxofone), Raquel Reis (violoncelo), Samuel Gapp (piano) e João Hasselberg (electrónica), músicos que se juntam a Carvalho para dar vida a esta exploração sonora. O trabalho resulta de uma residência artística realizada no Centro Musibéria (Serpa) e contou com o apoio da Antena 2 e da Fundação GDA.
O primeiro single, “No man crosses the same river twice, for it's not the same river and he's not the same man”, parte de uma reflexão de Heraclitus sobre a impermanência da vida. Carvalho traduz este pensamento numa composição em constante transformação, onde melodia, harmonia, ritmo e textura se reinventam sem nunca se repetirem. Com uma estética crua, a peça evolui para um solo colectivo fragmentado, retomando ideias já apresentadas, mas revelando novas nuances. O resultado é uma porta de entrada intensa e contrastante para o universo do álbum.
Depois de álbuns conceptuais aclamados, como Lost in Translation (Volumes I & II, 2021/2023) e The Garden of Earthly Delights (2019), Carvalho volta a mergulhar na intersecção entre narrativa e música, desta vez inspirado pelos temas da fragilidade e da impermanência da vida.
Paralelamente à sua actividade como contrabaixista, Carvalho tem desenvolvido uma carreira destacada como compositor para cinema e teatro, colaborando com realizadores como Gonçalo Almeida, Guilherme Daniel e Bruno Carnide. Criou bandas sonoras para curtas-metragens apresentadas em festivais de referência, incluindo Sitges (Espanha), Fantastic Fest (EUA), Short Shorts Film Festival (Japão), FEST (Espinho), MotelX (Lisboa) e Curtas Vila do Conde, tendo recebido diversos prémios pelas suas composições. Destaca-se, em particular, a curta Atom & Void, com banda sonora de Carvalho, nomeada para os Prémios Sophia 2025.
Com este novo trabalho, André Carvalho reafirma-se como uma das vozes mais singulares da música contemporânea portuguesa, com um percurso que cruza jazz, música erudita e experimentalismo.
Of Fragility and Impermanence será lançado a 7 de Novembro em digital, CD e LP através da Robalo Music, com apresentações no Guimarães Jazz 2025 (8 Novembro 2025), BOTA Anjos (28 Fevereiro 2026) e Teatro Municipal de Bragança (18 Junho 2026).
Um trabalho que explora a fragilidade, o efémero e a intensidade da experiência humana
Comentários
Enviar um comentário
🌟Copie um emoji e cole no comentário: Clique aqui para ver os emojis