Como prevenir e tratar a hérnia de disco, que afeta milhões de adultos
Hérnia de disco pode causar dor intensa ao se movimentar, dificuldade para caminhar, formigamento ou dormência nos braços, mãos, pernas e pés, além de fraqueza muscular
São Paulo – julho 2025 - A hérnia de disco é um problema comum e estima-se que até 20% dos adultos enfrentarão o problema em algum momento da vida. “Imagine que sua coluna é formada por vários ossos empilhados, chamados vértebras. Entre esses ossos, existem ‘almofadinhas’ chamadas discos intervertebrais. Esses discos funcionam como amortecedores, permitindo movimento e absorvendo o impacto do dia a dia - como andar, correr ou até se curvar para pegar algo no chão. Agora, pense nesses discos como se fossem um sanduíche de gelatina: por fora, têm uma capa mais firme (o anel fibroso) e, por dentro, uma parte mais mole, como um gel (o núcleo pulposo). A hérnia de disco acontece quando essa parte interna escapa ou vaza por uma rachadura na parte externa do disco. Quando isso acontece, esse gel pode pressionar os nervos da coluna, o que causa dor, formigamento, fraqueza ou perda de sensibilidade. Essa dor pode ficar só nas costas ou até irradiar para os braços ou pernas, dependendo da região afetada”, explica o ortopedista Dr. Fernando Jorge* (@dr.fernandojorge), especialista em Intervenção em Dor (Hospital Albert Einstein) e em Medicina Intervencionista em Dor (Faculdade de Medicina da USP - Ribeirão Preto), membro efetivo da SBED (Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor).
O médico explica que entre as principais causas da hérnia de disco estão o envelhecimento natural, o sedentarismo e a má postura. “Com o envelhecimento, os discos perdem água e flexibilidade, ficando mais frágeis. Além disso, músculos fracos por sedentarismo ou má postura não sustentam a coluna adequadamente”, diz o médico. “Mas movimentos repetitivos ou esforço excessivo também podem causar a hérnia de disco, assim como carregar peso de forma errada e torcer o corpo com frequência (ex: em certos trabalhos ou esportes). Quedas, acidentes ou impactos na coluna também estão relacionados com o problema, além da genética e obesidade, quando fatores hereditários ou o excesso de peso sobrecarregam os discos”, explica o ortopedista. “O estilo de vida moderno, com pessoas que ficam muito tempo sentadas, em má postura no celular/computador, além da falta de exercícios, tudo isso pode enfraquecer a musculatura que protege a coluna”, comenta.
Quanto às limitações, o médico explica que a hérnia pode causar: dor intensa ao se movimentar, sentar ou ficar em pé por muito tempo; dificuldade para caminhar, levantar objetos ou praticar atividades físicas; formigamento ou dormência nos braços, mãos, pernas ou pés (dependendo da região da hérnia); e fraqueza muscular, afetando até mesmo tarefas simples, como segurar um copo. “Hoje o diagnóstico é mais preciso e temos exames como a ressonância magnética, que identifica hérnias que antes passavam despercebidas”, comenta.
O médico explica que a boa notícia é que a maioria das hérnias não precisa de cirurgia. “Existem tratamentos não cirúrgicos e cirúrgicos. A maioria das pessoas melhora sem cirurgia em algumas semanas. O tratamento não cirúrgico (90% dos casos) começa com repouso curto mais medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos, mas pode precisar de fisioterapia com exercícios para fortalecer músculos e melhorar a postura e infiltrações na coluna (para reduzir inflamação). A cirurgia é indicada em casos graves, se houver perda de força, dor incapacitante ou falta de melhora após 6 semanas. Técnicas modernas são minimamente invasivas”, completa o Dr. Fernando Jorge. “A recuperação completa é possível, mas varia conforme a gravidade. Alguns podem ter dores ocasionais e precisam manter hábitos saudáveis. Além disso, a prevenção é essencial: exercícios regulares, controle de peso e evitar movimentos que sobrecarreguem a coluna reduzem o risco de nova hérnia”, diz o médico. Quanto antes o problema for diagnosticado, melhor o resultado. “Por isso, não ignore dores que persistem, principalmente aquelas que irradiam para braços ou pernas. Cuide da sua coluna, pois ela é o eixo da sua qualidade de vida”, finaliza o médico.
*DR. FERNANDO JORGE: Médico ortopedista, especialista em cirurgias do Joelho e cirurgias do Quadril (HSL-RP), em Medicina Regenerativa (Orthoregen-BR/USA), em Intervenção em Dor (Hospital Albert Einstein) e em Medicina Intervencionista em Dor (Faculdade de Medicina da USP - Ribeirão Preto). Membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), da Sociedade Brasileira de Médicos Intervencionista da Dor (SOBRAMID), da Associação Brasileira de Medicina Regenerativa (ABRM), da Sociedade Americana de Medicina Regenerativa (ASRM) e do Conselho Americano de Medicina Regenerativa. Especialista em Tratamento Médico por Terapia por Ondas de Choque e membro da SMBTOC (Sociedade Médica Brasileira de Tratamento por Ondas de Choque). Além disso, é membro efetivo da SBED (Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor) e Mestre em Biomecânica do aparelho locomotor (BIOENGENHARIA) pela Faculdade de Medicina da USP. Professor, palestrante e mentor nas áreas em que atua. @dr.fernandojorge
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