Doom, post-punk e terror tropical se fundem no denso EP de estreia da banda baiana
"O sombrio é a matéria-prima do novo ritual sonoro."
Vímara Porto
Diretamente da noite tropical e maldita de Salvador (BA), a banda Carcarás apresenta seu primeiro trabalho de estúdio: o EP Libertação. Com três faixas autorais, o lançamento mergulha em uma sonoridade ritualística, densa e hipnótica, em que o gótico e o doom se entrelaçam para narrar temas como o oculto, a melancolia poética e o terror como linguagem estética.
Fundada em 2024 pela baixista, vocalista e letrista Max, a Carcarás completa sua formação com o guitarrista Daniel França e o sintetista Shirtsleeves, consolidando um power-trio que funde o peso visceral do Blackened Doom com a atmosfera etérea e decadente da Darkwave e do Post-punk. O resultado é uma obra sonora obscura e dilacerante, em que riffs agressivos e ambientações densas criam um espaço sonoro carregado de simbolismo, dor e beleza.
Libertação é, acima de tudo, um ritual. Cada faixa evoca uma dimensão sensorial distinta, transitando entre a morbidez lírica e a decadência existencial. Fortemente influenciado pela literatura e pelo cinema de horror, o EP reverencia o sombrio como matéria-prima criativa — uma estética cultivada a partir de influências que vão de Electric Wizard, Depeche Mode e Sisters of Mercy a nomes contemporâneos como Selofan, Dark e Twin Tribes.
A Carcarás surge como “uma obra maldita para corações atormentados” — um projeto que entende a arte como provocação e ritual, fundindo música, performance e poética sombria em uma estética gótica visceral. Libertação é o primeiro passo dessa jornada profana.
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