A espondiloartrose afeta milhões e compromete gravemente a qualidade de vida
Dor na coluna não é normal — é um sinal de que algo precisa mudar
São Paulo – julho 2025 - A artrose de coluna, também conhecida como espondiloartrose, é uma das formas mais comuns de osteoartrite e afeta milhões de brasileiros, comprometendo diretamente a mobilidade, a autonomia e, consequentemente, a qualidade de vida. “Essa condição é caracterizada pelo desgaste progressivo das cartilagens que recobrem as articulações da coluna vertebral – as chamadas facetas articulares – e pela degeneração dos discos intervertebrais. Com o passar do tempo, esse processo pode provocar o surgimento de osteófitos (os populares ‘bicos de papagaio’), inflamação local, rigidez e dor crônica. Esse quadro é agravado por fatores como o envelhecimento natural, o sedentarismo, a má postura, a sobrecarga mecânica e doenças associadas, como a obesidade”, explica o Dr. Fernando Jorge* (@dr.fernandojorge), ortopedista, especialista em Intervenção em Dor (Hospital Albert Einstein) e em Medicina Intervencionista em Dor (Faculdade de Medicina da USP - Ribeirão Preto), membro efetivo da SBED (Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor).
Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 15 milhões de pessoas no Brasil convivem com algum tipo de artrose, sendo que a forma que acomete a coluna representa uma parcela significativa desses casos, especialmente entre adultos com mais de 60 anos. “A espondiloartrose é uma das principais causas de dor lombar crônica no Brasil. A dor, geralmente descrita como profunda e persistente, tende a piorar com o movimento e a aliviar com o repouso, mas em estágios avançados pode tornar-se constante, interferindo até mesmo nas atividades mais simples do cotidiano, como caminhar, levantar-se da cama ou permanecer sentado por longos períodos”, diz o médico.
Do ponto de vista fisiopatológico, o médico explica que a artrose da coluna decorre de um desequilíbrio entre a regeneração e a degradação da cartilagem articular. “Com o tempo, o tecido cartilaginoso perde a capacidade de se renovar, levando ao atrito direto entre os ossos das vértebras. Além da dor, esse processo pode comprometer as raízes nervosas adjacentes, gerando sintomas neurológicos como formigamento, fraqueza e até perda de sensibilidade nos membros, o que caracteriza uma complicação mais grave da doença chamada de estenose espinhal”, explica.
O impacto na qualidade de vida é amplo. “Para muitos pacientes, a dor crônica não apenas limita fisicamente, mas também afeta o bem-estar emocional. Há uma associação direta entre doenças osteoarticulares crônicas e transtornos como ansiedade e depressão, resultantes da perda de funcionalidade e do isolamento social. Essa limitação pode ser ainda mais significativa em idosos, que já enfrentam um risco aumentado de quedas e fraturas, tornando a artrose de coluna um fator de fragilidade relevante nessa população”, explica o Dr. Fernando Jorge.
O diagnóstico é clínico, apoiado por exames de imagem como a radiografia e a ressonância magnética, que revelam o grau de comprometimento articular. “O tratamento, por sua vez, envolve uma combinação de abordagens. Fisioterapia, fortalecimento muscular, analgesia, mudanças no estilo de vida e, em alguns casos, infiltrações ou cirurgia, compõem o arsenal terapêutico disponível. Recentemente, pesquisas têm avançado no uso de terapias biológicas e células-tronco, embora essas ainda estejam em fase experimental no Brasil”, completa o Dr. Fernando Jorge.
O enfrentamento da artrose de coluna exige, portanto, não apenas uma abordagem médica, mas também uma mudança de paradigma no cuidado com a saúde da coluna desde a juventude. “Manter-se ativo, adotar posturas corretas, controlar o peso e buscar atendimento precoce diante dos primeiros sinais de dor são medidas essenciais para evitar a progressão da doença”, finaliza o Dr. Fernando.
*DR. FERNANDO JORGE: Médico ortopedista, especialista em cirurgias do Joelho e cirurgias do Quadril (HSL-RP), em Medicina Regenerativa (Orthoregen-BR/USA), em Intervenção em Dor (Hospital Albert Einstein) e em Medicina Intervencionista em Dor (Faculdade de Medicina da USP - Ribeirão Preto). Membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), da Sociedade Brasileira de Médicos Intervencionista da Dor (SOBRAMID), da Associação Brasileira de Medicina Regenerativa (ABRM), da Sociedade Americana de Medicina Regenerativa (ASRM) e do Conselho Americano de Medicina Regenerativa. Especialista em Tratamento Médico por Terapia por Ondas de Choque e membro da SMBTOC (Sociedade Médica Brasileira de Tratamento por Ondas de Choque). Além disso, é membro efetivo da SBED (Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor) e Mestre em Biomecânica do aparelho locomotor (BIOENGENHARIA) pela Faculdade de Medicina da USP. Professor, palestrante e mentor nas áreas em que atua. @dr.fernandojorge
A espondiloartrose afeta milhões e compromete gravemente a qualidade de vida
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