Imagens Sonoras de França: Dukas, Debussy, Ravel e Saint-Saëns - CCB 8/6

O concerto, que ocorrerá no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, no dia 8 de junho de 2023, contempla uma conversa pré-concerto, enriquecendo a experi
Cartaz alusivo ao evento Imagens Sonoras de França, no CCB.

Uma viagem musical por quatro mestres franceses com António Rosado e a OSP


"Quatro compositores, um piano brilhante, uma orquestra — pura magia francesa."
Vimara Porto

Música Francesa
Orquestra Sinfónica Portuguesa
Piano António Rosado
Direção musical Antonio Pirolli
Coprodução Centro Cultural de Belém, OPART/Teatro Nacional de São Carlos


CCB . 8 de junho . domingo . 17h00 . Grande Auditório
Conversa pré-concerto às 16h30 com o musicólogo Rui Campos Leitão.
Atividade exclusiva para portadores de bilhete para o concerto.


PROGRAMA
Paul Dukas (1865-1935) O Aprendiz de Feiticeiro
Camille Saint-Saëns (1835-1921) Concerto n.º 5 em Fá Maior para Piano e Orquestra, op. 103 «Egípcio»
Claude Debussy (1862-1918) Prelúdio à Sesta de um Fauno
Maurice Ravel (1875-1937) Dáfnis e Chloé, Suite n.º 2

FICHA ARTÍSTICA
Piano António Rosado
Direção musical Antonio Pirolli
Orquestra Sinfónica Portuguesa

Quatro obras de compositores franceses exploram toda a riqueza tímbrica da orquestra para criar vívidas imagens.

100 anos após Goethe ter escrito Der Zauberlehrling, Paul Dukas (1865-1935) compôs uma obra sobre esse texto. O scherzo sinfónico de 1897 conta a história de um aprendiz que aproveita a ausência do mestre para lançar um feitiço sobre uma vassoura. Walt Disney reforçou o potencial narrativo da obra no filme Fantasia de 1940, intensificando o sucesso da peça.

Estreado em 1896, com o próprio compositor ao piano, o Concerto n.º 5 em Fá Maior foi o último concerto para piano de Camille Saint-Saëns (1835-1921) e ficou conhecido por «egípcio». António Rosado, o solista convidado desta tarde, pretende, com esta escolha, homenagear Aldo Ciccolini (1925-2014), que fez desta obra um dos seus «cavalos-de-batalha», tendo sido o primeiro a gravar os cinco concertos de Saint-Saëns. Mestre no grande repertório, foi também grande divulgador de inúmeras obras deslembradas, tendo ficado muito associado ao sucesso da integral de Erik Satie.

«A música deste prelúdio é uma ilustração muito livre do poema de Stéphane Mallarmé. Trata-se antes de sucessivos cenários através dos quais se movem os desejos e os sonhos do fauno no calor daquela tarde». Assim esclareceu Claude Debussy (1862-1918) nas notas ao programa da estreia do seu célebre poema sinfónico, em 1894. 

Maurice Ravel (1875-1937) criou igualmente uma obra profundamente visual no seu bailado Dáfnis e Chloé. Composto entre 1909 e 1912 para os Ballets Russes, Ravel explicou a sua intenção: «compor um vasto fresco musical fiel à Grécia dos meus sonhos, que se aproxima bastante da imaginada e retratada pelos artistas franceses no final do século XVIII». A 2.ª suite segue o 3.º quadro do bailado, que começa com o nascer do dia, continua com o encontro amoroso de Daphnis e Chloé e termina com um apoteótico bacanal sob o signo do deus Pã. 

António Rosado, piano
É um dos pianistas portugueses mais reconhecidos, com uma carreira nacional e internacional marcada pela versatilidade e profundidade interpretativa. O seu vasto repertório abrange compositores como Gershwin, Copland, Albéniz, Liszt, Debussy, Mozart e Beethoven. Foi o primeiro pianista português a interpretar integralmente os Prelúdios e Estudos de Debussy, bem como as sonatas completas de Mozart e Beethoven.

Natural de Évora, iniciou os estudos musicais com o pai e concluiu o curso superior de piano no Conservatório Nacional de Lisboa. Aos 16 anos, prosseguiu a formação em Paris, tornando-se discípulo de Aldo Ciccolini no Conservatório Superior de Música e participando em cursos de aperfeiçoamento em Siena e Biella, Itália.

Estreou-se em concerto em 1980 com a Orquestra Nacional de Toulouse, sob a direção de Michel Plasson, e desde então colaborou com diversas orquestras e maestros de renome internacional. Na música de câmara, destacou-se em colaborações com músicos como Maurice Gendron, Gerardo Ribeiro e Paulo Gaio Lima, com quem interpretou a integral da obra de Beethoven para violoncelo e piano.

A sua discografia inclui gravações de obras de Enescu, Vianna da Motta, Liszt, Schumann, Brahms, Rachmaninov e Fernando Lopes-Graça. Em 2022, lançou o álbum Goyescas, dedicado à suíte homónima de Enrique Granados. Esta gravação, realizada no Centro Cultural de Belém e editada pela Artway, foi amplamente elogiada pela crítica, destacando-se pela expressividade e domínio técnico de Rosado.

Foi laureado pela Academia Internacional Maurice Ravel e pela Academia Internacional Perosi, além de ter sido distinguido nos Concursos Internacionais Vianna da Motta e Alfredo Casella de Nápoles. Em 2007, recebeu do Governo francês o grau de «Cavaleiro das Artes e das Letras», reconhecendo a sua contribuição para a cultura. 
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