Método evita traumas, acelera acordos e preserva vínculos familiares no divórcio
O tempo médio para a resolução de ações litigiosas ultrapassa cinco anos
"Quando o fim é inevitável, que ao menos seja com respeito e equilíbrio."
Vimara Porto
O número de divórcios no Brasil voltou a bater recorde em 2023, com 440.827 registros, segundo dados do IBGE. O aumento foi de 4,9% em relação a 2022, que já havia registrado um recorde anterior com 420.039 separações. Isso equivale, em média, a um divórcio a cada 72 segundos. Esses números confirmam uma tendência crescente de dissoluções matrimoniais no país.
Para a advogada Sabrina Nicoli, especialista em gestão de conflitos, a mediação surge como uma alternativa viável e necessária para transformar o divórcio em um processo mais humano, ágil e menos traumático.
"Separar não precisa significar brigar. A mediação cria um espaço seguro e equilibrado para que o casal consiga conversar sobre a dissolução do casamento e definir, juntos, o que é melhor para ambos e para os filhos, se houver. A decisão continua nas mãos das partes, e não de um juiz" , explica Sabrina.
Amparada pela Lei nº 13.140/2015, a mediação permite que o casal, com o auxílio de profissionais capacitados, construa o acordo de forma consensual, tratando de temas sensíveis como guarda dos filhos, pensão alimentícia e partilha de bens. O objetivo é evitar a judicialização do conflito ou, quando já judicializado, buscar uma solução mais célere.
Além de garantir privacidade e preservar o diálogo, o processo de mediação também reduz custos, tempo e o desgaste emocional. Enquanto um divórcio litigioso pode levar anos nos tribunais, a mediação pode ser concluída em poucas sessões, respeitando o tempo e o espaço de cada um dos envolvidos.
De acordo com o último levantamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Brasil registra mais de 80 milhões de processos em tramitação, sendo grande parte relacionada a questões de família. O tempo médio para a resolução de ações de divórcio litigioso ultrapassa cinco anos. "Esse cenário só reforça a importância da mediação como uma via que acelera acordos e evita que o rompimento de um relacionamento vire uma batalha judicial sem fim", complementa Sabrina.
A advogada destaca ainda que o foco da mediação é sempre preservar o futuro das relações familiares. "Mesmo separados, os pais precisam continuar convivendo por causa dos filhos. A mediação ajuda a construir esse novo modelo de relação, evitando mágoas e ressentimentos que só prejudicam a todos", finaliza.
Método evita traumas, acelera acordos e preserva vínculos familiares no divórcio
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