Curso gratuito aposta em futuros mais justos com tecnologia

Com inscrições abertas até 6 de junho de 2025, o programa busca fomentar uma formação crítica sobre o papel das tecnologias na sociedade, promovendo u
 Criação IA de ampla sala de aula com muitos alunos sentados em frente a computadores portáteis.

Tramas Digitais propõe formação crítica para grupos minorizados e aliados


Com inscrições abertas até 6 de junho, Tramas Digitais: Tecendo Futuros, curso promovido pelo Olabi, é voltado a pessoas de grupos minorizados e interessadas em direitos digitais, inovação e transformação social

Mesmo em grande parte controladas pelas big techs, as tecnologias também podem ser campo de invenção, solidariedade e resistência. É nesse território de disputa – e de criação coletiva – que se insere o Tramas Digitais: Tecendo Futuros, projeto que aposta na formação crítica como ferramenta para transformar a relação com o digital.

Voltado a pessoas de grupos politicamente minorizados, o curso propõe um espaço de formação e troca para quem deseja compreender criticamente o papel das tecnologias na sociedade. O objetivo é construir futuros mais justos e plurais a partir da participação ativa da população na criação de políticas públicas e soluções inclusivas. Promovida pelo Olabi, organização com mais de dez anos de atuação na interseção entre tecnologia, diversidade e inovação social, a formação tem inscrições abertas de 12 de maio a 6 de junho de 2025.

A proposta parte do reconhecimento de que as tecnologias não são neutras: elas carregam valores, podem reforçar desigualdades e moldam as relações sociais. Por outro lado, também podem ser apropriadas, hackeadas e reinventadas a partir de experiências comunitárias, outros saberes e práticas de resistência – o que já vêm acontecendo nas periferias, nas redes autônomas e nas intersecções entre arte, política e cuidado.

Mas de que forma pode-se subverter a lógica extrativista das plataformas? Como construir autonomia e ampliar repertórios de imaginação? É possível disputar os rumos da IA, dos dados e da economia digital a partir de outros valores? Esses são alguns dos questionamentos que orientam o conteúdo das aulas.

A formação contará com nomes como Bianca Kremer, Polinho Mota, Kamila Camilo, Aline Os, Gu da Cei e Nina Desgranges, entre outros especialistas e ativistas que atuam na área junto a universidades, organizações e coletivos. A programação abrange temas como inteligência artificial, privacidade e proteção de dados, economia da atenção, vigilância, educação midiática e justiça socioambiental.

“A cada dia, novas discussões emergem sobre o impacto da tecnologia no cotidiano – da proibição de celulares em escolas ao crescimento das bets. Mas, ao lado dessas preocupações, há também um movimento vibrante, e crescente, de pessoas e coletivos criando alternativas”, explica Gabriela Agustini, codiretora executiva do Olabi. “Tramas Digitais é um convite a navegar por mares conhecidos e desconhecidos, na busca por conectar experiências, tecnologias e direitos. Queremos tramar, tecer redes, confabular em torno de narrativas que fortaleçam a imaginação, a esperança e práticas que estão desenhando futuros mais livres e plurais no agora”, completa Silvana Bahia, também codiretora executiva da organização.

O curso será realizado entre julho e outubro de 2025, com encontros semanais ao vivo às quartas-feiras, das 19h às 21h (horário de Brasília). A carga horária total é de 26 horas, com atividades teóricas e práticas. Ao final dessa etapa, 15 pessoas serão selecionadas para um ciclo de mentoria entre outubro e dezembro com uma bolsa mensal de mil reais para que desenvolvam seus próprios projetos.

Não é necessário ter experiência prévia na área: podem se inscrever pessoas vinculadas ou não a organizações sociais, coletivos ou movimentos, de qualquer região do país. 

As inscrições devem ser feitas pelo site tramasdigitais.olabi.org.br, onde também é possível acessar o edital completo. 

Grade completa da formação
14/07 – O que está em jogo no campo das tecnologias e direitos hoje?
Facilitadora: Bianca Kremer (CGI.br)
16/07 – Como os dados moldam o mundo e o que o meu CPF tem a ver com isso?
Facilitador: Polinho Mota (data_labe)
23/07 – Mas afinal, o que é inteligência artificial?
Facilitadores: Horrara Moreira (Curumin Erê) e Thiago Britto (Artista)
30/07 – Aceleração e presença: outros olhares para a nossa relação com tempos ansiosos
Facilitadoras: Gyssele Mendes (Olabi) e Talita Azevedo (Presente Histórico)
06/08 – Tecnologias e infância: por uma abordagem educativa
Facilitadora: Mariana Ochs (EducaMídia)
13/08 – Apostas virtuais: como chegamos a esse cenário?
Facilitadores: Mário Serra (Educador) e Nina Desgranges (PPGSA / UFRJ)
20/08 – Justiça socioambiental e mudanças climáticas: a tecnologia como aliada
Facilitadoras: Tâmara Terso (Vozes Negras pelo Clima) e Kamila Camilo (Instituto Oyá)
27/08 – A confirmar
03/09 - Hackeando a broligarquia: um olhar feminista para os direitos digitais
Facilitadores: a confirmar
10/09 – Solidariedade no mundo do trabalho: alternativas à uberização
Facilitadora: Aline Os (Señoritas Courier)
17/09 – Vigilância e direito à cidade: a arte como saída
Facilitador: Gu da Cei (Artista)
24/09 – Por uma educação em direitos
Facilitadoras: Débora Silva (Sim, Eu Sou do Meio - a confirmar) e Gave Cabral (Abaré Escola de Jornalismo)
01/10 – Narrativas de esperança: Tramando Futuros
Facilitadores: a confirmar

Sobre o Olabi
O Olabi é uma organização sem fins lucrativos que pensa e promove a tecnologia e a inovação em prol de uma sociedade mais ética, diversa e inclusiva. Nasceu em 2014 como um laboratório de experimentações e “fazimentos” – um makerspace – em resposta às inquietações daquele tempo. De lá para cá, o mundo mudou – e o Olabi também. Mas sua missão segue inabalável: trabalhar para reduzir as desigualdades por meio da inovação, da tecnologia e da experimentação. Faz isso escutando, conectando e capacitando pessoas, empresas e comunidades por meio de estudos, cursos, formações e consultorias. Saiba mais.
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