Lesão de LCA: como é a recuperação após cirurgia que reconstrói ligamento rompido do joelho

A lesão do ligamento cruzado anterior (LCA) é comum em atletas, especialmente em esportes como futebol, basquete e vôlei, mas pode afetar não pratican

Criação IA com homem com as mãos num joelho.

 

O ligamento cruzado anterior (LCA) é responsável por estabilizar a articulação do joelho


Comum em atletas, mas também em pessoas que não realizam atividade física, lesão ocorre principalmente quando há torção do joelho com o pé fixo no chão

São Paulo – abril 2025 - Uma das lesões mais comuns do futebol, basquete e vôlei é a de joelho, mas especificamente no ligamento cruzado anterior (LCA). Mas, mesmo que a lesão seja comum em atletas, pode atingir também não praticantes de atividades físicas, por exemplo, devido a quedas. “Obesidade, fraqueza muscular, sobrecarga de treinos, idade avançada, hipermobilidade articular, joelho valgo (para dentro) e lesões prévias do LCA são alguns dos fatores que podem favorecer a ocorrência desse tipo de trauma”, diz o Dr. Marcos Cortelazo*, ortopedista especialista em joelho e traumatologia esportiva, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT). "Apesar desse tipo de lesão ser mais comum em atletas devido a movimentos bruscos de rotação ou desaceleração do joelho, qualquer pessoa que realiza movimentos bruscos, repetitivos, pulos ou giros que possam transmitir uma energia excessiva à articulação do joelho, também pode estar sujeita a essa lesão, especialmente se houver torção do joelho com o pé fixo no chão. Apesar de menos frequente, o risco existe sim", explica o Dr. Fernando Jorge* (@dr.fernandojorge), médico ortopedista, especialista em cirurgias do Joelho e cirurgias do Quadril (HSL-RP). O tratamento cirúrgico exige cuidados delicados, para evitar recidivas. “A adesão ao tratamento e a paciência do paciente para viver todo o processo pós-operatório são fundamentais para uma recuperação segura e eficaz e retorno 100% a suas atividades prévias à lesão", diz o Dr. Fernando Jorge.

O ligamento cruzado anterior (LCA) é responsável por estabilizar a articulação do joelho, principalmente em momentos de aceleração e desaceleração ou em movimentos de giro, segundo o Dr. Marcos. “O mecanismo do trauma geralmente envolve a movimentação do joelho para dentro ao mesmo tempo em que a tíbia é rotacionada para fora e o pé está preso ao chão”, explica o médico. É comum que, após a lesão, o paciente precise ser carregado e use muletas. A lesão do ligamento cruzado anterior é geralmente acompanhada de um estalo seguido por uma dor súbita no joelho. “Após o momento do trauma, o paciente pode notar inchaço e sentir redução da mobilidade e instabilidade da região, com a sensação de joelho frouxo e falhando”, afirma o médico, que também alerta que a intensidade dos sintomas pode variar de acordo com a gravidade da lesão, com algumas pessoas conseguindo realizar atividades normalmente, enquanto outras sentem dores mesmo com o menor dos movimentos. “Na dúvida, o mais importante é sempre buscar auxílio médico ao suspeitar de uma possível lesão do LCA, tanto para confirmar o diagnóstico quanto para verificar a ocorrência de outras lesões comumente associadas, como lesões do menisco e das cartilagens”, diz o ortopedista Dr. Marcos.

Geralmente, o tratamento cirúrgico é o mais adequado. “A cirurgia só não é indicada para pacientes idosos, sem lesões associadas, que não realizam atividade física e com a estabilidade do joelho preservada. Caso contrário, a cirurgia é recomendada para reconstruir o ligamento rompido, já que possui baixa capacidade de cicatrização por si só”, diz o especialista Dr. Marcos, que explica que a cirurgia é pouco invasiva, por ser realizada por videoartroscopia, e utiliza enxertos de tecidos, como tendões, retirados do próprio paciente para reconstrução do LCA. “Mas tão importante quanto a cirurgia é o processo de reabilitação pós-operatória, que, se realizada de maneira inadequada, pode comprometer o sucesso do tratamento. Esse processo envolve, principalmente, sessões de fisioterapia, com foco, inicialmente, na recuperação dos movimentos e, depois, no fortalecimento do ligamento”, explica o Dr. Marcos. “A recuperação varia, mas geralmente leva de 7 a 9 meses para retomar atividades cotidianas com segurança. Caminhar sem muletas é possível em 2 a 4 semanas, dependendo da evolução individual e da reabilitação. No entanto, atividades que exigem maior estabilidade do joelho devem ser evitadas até a completa recuperação e reabilitação", completa o Dr. Fernando.

A boa notícia, segundo o médico, é que, hoje, com os avanços nas técnicas de cirurgia e reabilitação, grande parte dos pacientes consegue retornar à prática esportiva ou atividades diárias no mesmo nível de intensidade e performance, o que não acontecia antes, quando muitas carreiras eram encerradas por esse tipo de lesão. “Para isso, é fundamental que o tratamento seja adequado e o retorno seja gradual, de acordo com a velocidade de reabilitação do paciente e sempre com liberação do médico. É importante que esse processo não seja apressado, pois retornar precocemente a alguma atividade esportiva ou que possa colocar o joelho em risco pode aumentar significativamente o risco de novas lesões no joelho”, comenta o Dr. Marcos Cortelazo. O Dr. Fernando Jorge explica tudo para uma recuperação tranquila: "É fundamental que o paciente siga rigorosamente o programa de fisioterapia para recuperar a mobilidade, marcha adequada e força muscular. Também orientamos que ele evite sobrecarregar peso no joelho operado nas primeiras semanas. O uso de muletas e órtese conforme orientação médica também é indicado. Para reduzir o inchaço após a cirurgia, aplicar gelo e elevar a perna pode ajudar", diz o Dr. Fernando. "Também é fundamental que o paciente tome os medicamentos prescritos para controle da dor e inflamação e retorne às atividades físicas apenas com liberação médica, para evitar recidivas ou sequelas", finaliza o Dr. Fernando Jorge.

*DR. FERNANDO JORGE: Médico ortopedista, especialista em cirurgias do Joelho e cirurgias do Quadril (HSL-RP), em Medicina Regenerativa (Orthoregen-BR/USA), em Intervenção em Dor (Hospital Albert Einstein) e em Medicina Intervencionista em Dor (Faculdade de Medicina da USP - Ribeirão Preto). Membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), da Sociedade Brasileira de Médicos Intervencionista da Dor (SOBRAMID), da Associação Brasileira de Medicina Regenerativa (ABRM), da Sociedade Americana de Medicina Regenerativa (ASRM) e do Conselho Americano de Medicina Regenerativa. Especialista em Tratamento Médico por Terapia por Ondas de Choque e membro da SMBTOC (Sociedade Médica Brasileira de Tratamento por Ondas de Choque).  Além disso, é membro efetivo da SBED (Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor) e Mestre em Biomecânica do aparelho locomotor (BIOENGENHARIA) pela Faculdade de Medicina da USP. ⁠Professor, palestrante e mentor nas áreas em que atua. @dr.fernandojorge

*DR. MARCOS CORTELAZO:  Ortopedista especialista em joelho e traumatologia esportiva. Graduado em medicina e pós-graduado em ortopedia e traumatologia pela Escola Paulista de Medicina/Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), o Dr. Marcos Cortelazo é membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), da Sociedade Latino-americana de Artroscopia, Joelho e Esporte (SLARD) e da Sociedade Internacional de Artroscopia, Cirurgia do Joelho e Medicina do Esporte (ISAKOS). Sócio efetivo da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho e da Sociedade Brasileira de Artroscopia, o especialista integra o corpo clínico dos hospitais Albert Einstein, São Luiz e Oswaldo Cruz. CRM 76316 Instagram: @dr.marcos_cortelazo

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