Retro Walking: entenda os benefícios da estranha prática de caminhar para trás na esteira

A realização da caminhada reversa pode ser especialmente interessante para atletas que precisam melhorar suas habilidades, pessoas que buscam aprimora
 Homem caminhando para trás numa subida.

Maior ativação muscular, principalmente das pernas, é cientificamente comprovada


Caminhada reversa pode melhorar coordenação, postura, equilíbrio e trabalhar músculos pouco demandados durante caminhada convencional, mas deve ser praticada com supervisão para evitar risco de quedas, sobrecarga das articulações e lesões

São Paulo – março 2025 - Além de ser um exercício extremamente democrático que pode ser feito pela maioria das pessoas, a caminhada traz uma série de benefícios para a saúde. “A caminhada melhora a saúde cardiovascular e diminui o risco de doenças como obesidade, diabetes e alguns tipos de câncer, além de ser capaz de reduzir dores e retardar o dano na articulação em pessoas com artrose”, explica o ortopedista Dr. Marcos Cortelazo*, especialista em joelho e traumatologia esportiva e membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT). Mas uma nova modalidade desse consagrado exercício tem ganhado popularida nas redes sociais e conquistado adeptos: a caminhada para trás, retro walking ou caminhada reversa, realizada na esteira. “E andar de costas na esteira também pode trazer benefícios, dependendo dos seus objetivos. A prática é recomendada especialmente em três situações: reabilitação, treinos funcionais e treinos voltados para a prática de certos esportes”, diz o médico.

Segundo o ortopedista Dr. Fernando Jorge, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) e Mestre em Biomecânica do aparelho locomotor (bioengenharia) pela USP, a caminhada reversa contribui para melhorar a coordenação, postura e equilíbrio, pois exige mais da propriocepção. “A propriocepção é a capacidade do corpo de sentir a sua posição e movimentos, permitindo que o cérebro saiba onde o corpo está no espaço”, detalha o médico. Outro grande benefício da prática está no fato de recrutar músculos que normalmente não são trabalhados durante a caminhada convencional. “Os principais grupos musculares trabalhados durante a retro walking são os músculos isquiotibiais, glúteos e músculos estabilizadores da lombar. Já ao caminharmos de frente utilizamos mais o quadríceps, os músculos do core, como abdômen e lombar, os músculos ísquiotibiais e os glúteos”, diz o Dr. Marcos Cortelazo.

Inclusive, essa maior ativação muscular, principalmente das pernas, é cientificamente comprovada, assim como também existem evidências de que esse tipo de exercício pode melhorar a coordenação motora e ajudar na reabilitação de lesões nos membros inferiores. “É um exercício que pode ajudar em momentos de reabilitação, pois caminhar para trás não causa o mesmo impacto nas articulaçãos que a prática convencional de caminhada”, pontua o Dr. Fernando Jorge.

O Dr. Marcos ressalta que a realização da caminhada reversa pode ser especialmente interessante para atletas que precisam melhorar suas habilidades, pessoas que buscam aprimorar suas habilidades funcionais e como parte da fisioterapia de pacientes que estão em recuperação de cirurgias ou lesões. “Contudo, em pessoas com dificuldades ou problemas de equilíbrio, como idosos, há risco de queda, então não é recomendado”, alerta o médico. Mas o risco de queda não é o único, então o Dr. Fernando Jorge ainda acrescenta outras contraindicações: “Pessoas com histórico de lesões articulares, especialmente nas articulações do joelho e tornozelo, devem evitar o exercício ou pelo menos adaptá-lo. Já indivíduos com condições pré-existentes como problemas nos discos intervertebrais da coluna, pode haver um risco de agravamento da dor nas costas, devido à posição e ao esforço de estabilização exigido pela caminhada para trás”, pontua.

Então, apesar dos benefícios da caminhada reversa, principalmente em termos de ativação muscular e melhorias na coordenação e equilíbrio, é importante adotar alguns cuidados para evitar quedas e sobrecarga nas articulações. “É importante buscar a orientação de um profissional para garantir a execução correta do movimento e prevenir lesões, especialmente no caso de iniciantes ou pessoas com limitações físicas. Além disso, procure um ambiente seguro e controlado, como uma academia, e progrida gradualmente, começando com sessões curtas e aumentando aos poucos a duração e a intensidade conforme seu corpo se adapta”, finaliza o Dr. Fernando Jorge.

FONTE: *DR. FERNANDO JORGE: Médico ortopedista, especialista em cirurgias do Joelho e cirurgias do Quadril (HSL-RP), em Medicina Regenerativa (Orthoregen-BR/USA), em Intervenção em Dor (Hospital Albert Einstein) e em Medicina Intervencionista em Dor (Faculdade de Medicina da USP - Ribeirão Preto). Membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), da Sociedade Brasileira de Médicos Intervencionista da Dor (SOBRAMID), da Associação Brasileira de Medicina Regenerativa (ABRM), da Sociedade Americana de Medicina Regenerativa (ASRM) e do Conselho Americano de Medicina Regenerativa. Especialista em Tratamento Médico por Terapia por Ondas de Choque e membro da SMBTOC (Sociedade Médica Brasileira de Tratamento por Ondas de Choque).  Além disso, é membro efetivo da SBED (Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor) e Mestre em Biomecânica do aparelho locomotor (BIOENGENHARIA) pela Faculdade de Medicina da USP. ⁠Professor, palestrante e mentor nas áreas em que atua. @dr.fernandojorge 

*DR. MARCOS CORTELAZO: Ortopedista especialista em joelho e traumatologia esportiva. Graduado em medicina e pós-graduado em ortopedia e traumatologia pela Escola Paulista de Medicina/Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), o Dr. Marcos Cortelazo é membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), da Sociedade Latino-americana de Artroscopia, Joelho e Esporte (SLARD) e da Sociedade Internacional de Artroscopia, Cirurgia do Joelho e Medicina do Esporte (ISAKOS). Sócio efetivo da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho e da Sociedade Brasileira de Artroscopia, o especialista integra o corpo clínico dos hospitais Albert Einstein, São Luiz e Oswaldo Cruz. CRM 76316 Instagram: @dr.marcos_cortelazo 
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