Estudo diz que tecnologia pode aumentar massa muscular e força
Uma equipe de pesquisadores descobriu que combinar estimulação elétrica neuromuscular com treinamento de resistência resulta em maior massa muscular e força em comparação ao treinamento de resistência sozinho
São Paulo - fevereiro 2025 – Muitos famosos já apareceram na internet fazendo treinos com coletes de eletroestimulação. Afinal, eles realmente funcionam ou se trata apenas de uma moda? Um novo estudo revela que os resultados são promissores e vale a pena apostar na tecnologia: a meta-análise publicada este mês no European Journal of Applied Physiology descobriu que usar estimulação elétrica neuromuscular (NMES) durante o treinamento de resistência leva a maior massa muscular e força em comparação ao treinamento de resistência sozinho. “A estimulação elétrica neuromuscular (NMES), ou eletroestimulação muscular usa correntes elétricas para contrair músculos. Os dispositivos de estimulação são fáceis de usar e amplamente disponíveis no mercado. E esse pode ser um caminho importante para melhores resultados”, explica o Dr. Fernando Jorge, ortopedista, especialista em Tratamento Médico por Terapia por Ondas de Choque e membro da SMBTOC (Sociedade Médica Brasileira de Tratamento por Ondas de Choque).
O médico explica que um estudo de meta-análise fornece evidências mais abrangentes sobre estudos que exploram a mesma questão de pesquisa. "Isso nos permite ir além das limitações de estudos individuais e tirar conclusões mais informadas e baseadas em evidências. A análise se concentrou em estudos onde os participantes realizaram exercícios de resistência tradicionais, como supino ou agachamento, enquanto usavam dispositivos de eletroestimulação muscular. Os exercícios de resistência são aqueles quando uma pessoa faz cerca de oito a 12 repetições de um exercício de treinamento com pesos, descansa e repete uma nova série”, explica o Dr. Fernando Jorge.
Treze estudos foram incluídos nas análises. Os estudos compararam os resultados dos participantes que usaram estimuladores elétricos durante o exercício com aqueles que fizeram os exercícios sem estimulação elétrica. “A massa muscular e a força dos participantes foram avaliadas no início e no final de cada estudo. Os períodos de treinamento para os participantes variaram de duas a 16 semanas, com durações mais longas produzindo melhores resultados”, destaca o especialista. "Em condições normais, o cérebro ativa os músculos enviando sinais pelo sistema nervoso. A eletroestimulação imita esse processo ao fornecer correntes elétricas externas aos nervos, fazendo com que os músculos se contraiam, sem entrada do cérebro. É como se seus músculos estivessem se contraindo involuntariamente", explica.
O próximo passo dos pesquisadores é saber como o treino por eletroestimulação atua na saúde metabólica. “Os estudos futuros poderão se concentrar em como a eletroestimulação muscular pode ajudar a regular os níveis de glicose no sangue e reduzir o risco de diabetes tipo 2”, explica o Dr. Fernando Jorge. “O exercício físico é um remédio conhecido, inclusive para muitas dores crônicas, mas nem todo mundo é capaz ou está disposto a se envolver em exercícios tradicionais. E, nesse contexto, a eletroestimulação muscular tem grande potencial para melhorar a saúde metabólica ao construir massa muscular", finaliza o médico.
*DR. FERNANDO JORGE: Médico ortopedista, especialista em cirurgias do Joelho e cirurgias do Quadril (HSL-RP), em Medicina Regenerativa (Orthoregen-BR/USA), em Intervenção em Dor (Hospital Albert Einstein) e em Medicina Intervencionista em Dor (Faculdade de Medicina da USP - Ribeirão Preto). Membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), da Sociedade Brasileira de Médicos Intervencionista da Dor (SOBRAMID), da Associação Brasileira de Medicina Regenerativa (ABRM), da Sociedade Americana de Medicina Regenerativa (ASRM) e do Conselho Americano de Medicina Regenerativa. Especialista em Tratamento Médico por Terapia por Ondas de Choque e membro da SMBTOC (Sociedade Médica Brasileira de Tratamento por Ondas de Choque). Além disso, é membro efetivo da SBED (Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor) e Mestre em Biomecânica do aparelho locomotor (BIOENGENHARIA) pela Faculdade de Medicina da USP. Professor, palestrante e mentor nas áreas em que atua. @dr.fernandojorge
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