Duda Fortuna une sete produtores em álbum inédito DUAL

Com canções que dizem muito da trajetória de Duda, os destaques vão para a Milonga do Quero-Quero, composta pela poeta Fátima Farias num resgate de me
Representação de Duda Fortuna, ao pôr-do-sol com guitarra, livros e símbolos gaúchos, como o chimarrão e estátua do Lanceiro.

De Marcelo Callado a Marcelo Granja 


Com participações como a da poeta Fátima Farias e dos músicos King Jim, Marcelo Callado e J.Fidelix, o disco chega com sonoridades tão diversas quanto os talentos que assinam sua produção e homenageia de forma singela o Rio Grande do Sul

Duda Fortuna, cantor e compositor gaúcho, tem a música em sua essência, mas transita pela literatura e poesia. Dual, seu novo trabalho fonográfico, é também um projeto de muitas camadas. A reciprocidade está presente do início ao fim do disco, desde a escolha das parcerias, releituras, produtores e músicos convidados, até chegar às suas diferentes sonoridades. Para Duda, DUAL é “um suco de possibilidades". Nessa viagem informal, pousa a ideia de que as músicas se conectam por lugares e pessoas. Subjetiva arquitetura de chão, sublime sensação de lugar. O novo álbum, sucessor de Noite dos Abraços, chega às plataformas dia 13 de setembro, sexta-feira. Ouça em sua plataforma de preferência.

Com canções que dizem muito da trajetória de Duda, os destaques vão para a Milonga do Quero-Quero, composta pela poeta Fátima Farias num resgate de memórias afetivas da compositora, resultando na bela descrição da sua terra natal, Bagé, no Rio Grande do Sul. A cantautora Ana Lima, também de Bagé, assina o arranjo de violão da milonga. Tanto Ana quanto Fátima estão presentes na gravação, ao lado de Duda. As referências ao sul se ampliam em Hola, um candombe inspirado nos sons que ouviu pelo caminho até Montevidéu. A música traz o desejo de recriar a atmosfera de shows realizados na capital uruguaia, com participação de Leo Sosa e Santiago Santos, artistas uruguaios que também participam da faixa.

O consagrado músico Raul Ellwanger ganha homenagem em Sem esquentar a cabeça, canção praieira em alusão à Praia do Rosa, um amor comum de ambos compositores. Marcelo Granja assina o arranjo desta música e Milena Torres, cantautora mineira radicada em Santa Catarina, participa do coro. Na Cabeça é uma parceria com o lendário saxofonista King Jim, onipresença nas grandes gigs de rock Porto-alegrenses. “Dez horas num ônibus em alta velocidade pela madrugada pode ser o estopim de uma canção”, afirma Duda Fortuna. Para finalizar a faixa, Duda convidou o rapper Fidel do Trem.

Conectadas ao Rio de Janeiro, três músicas foram criadas, produzidas e arranjadas por lá: Toca outra vez e Criamos (ambas de Fortuna) e Outro Carnaval (de Logã), marcando a parceria com Marcelo Callado, que deu sua leitura criativa, com misturas percussivas e timbres diversos de guitarra e a mixagem de Paulo Emmery. Fitar, canção autoral, foi produzida e mixada em Buenos Aires com músicos argentinos: Mathias Lourenço fez o arranjo e tocou baixo e teclados e Martin Freiberg tocou bateria. Dual traz importantes parceiros, entre músicos e produtores, todos com larga experiência na cena musical brasileira: Marcelo Fruet, Vini Cordeiro, Cau Netto e J. Fidelix são mais alguns deles.  

Desde 2015 na ativa como músico, quando lançou o single Pedra de Campo Bom nas plataformas digitais, Duda Fortuna nunca mais parou. Abriu o show da banda Mundo Livre S.A. e apresentou seu trabalho autoral no palco do mítico Beco das Garrafas no Rio de Janeiro; apresentou-se no projeto Sons da Cidade da Coordenação de Música da Prefeitura de Porto Alegre e participou de outros projetos em teatros da cidade. Em 2019 lançou o disco OkO2 com produção musical do tecladista Cau Netto. Duda Fortuna tem um livro de poesias, Segundo de Abril, lançado na Feira do Livro de Porto Alegre em 2014. Lançou em 2022 o disco Noite dos Abraços. Em 2023 participou de Variações Poa 2023, uma coletânea em vinil organizada por Egisto Dal Santo.   
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