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Precisamos urgentemente que os países mais ricos cumpram as promessas de financiamento para ajudar as comunidades a se adaptarem às...
Esta pesquisa destaca o custo de décadas de inação por parte da comunidade internacional
Em nove países de baixa e média renda, 86% das pessoas afirmam que as mudanças climáticas representam um problema sério para suas comunidades;
Para 60% das pessoas, as mudanças climáticas contribuem para o aumento dos conflitos em suas comunidades, especialmente devido à escassez de água, à corrupção e ao deslocamento forçado;
Na opinião de 57% dos entrevistados, as mudanças climáticas aumentam o risco de fome ou insegurança alimentar;
A maioria dos entrevistados (99%) concorda que as mudanças climáticas levam ao deslocamento de pessoas para suas comunidades ou para fora delas.
28 de novembro de 2023– Um relatório divulgado hoje antes da COP28 pela agência de ajuda internacional World Vision revela as opiniões das pessoas que vivem em regiões afetadas e que têm relação com as mudanças climáticas, os conflitos, a fome e o deslocamento forçado.
Novos dados de comunidades em nove países de baixa e média renda mostram que 86% das pessoas nessas comunidades já enfrentam uma grande variedade de riscos climáticos, e mais de 60% acreditam que as mudanças climáticas estão agravando ainda mais os conflitos em suas comunidades.
“Esta pesquisa destaca o custo de décadas de inação por parte da comunidade internacional. Os líderes precisam urgentemente pressionar por uma ação real na COP que será realizada neste mês. O ano de 2023 está a caminho de ser o mais quente já registrado e as mudanças climáticas estão piorando visivelmente os conflitos violentos e a fome, forçando pessoas cada vez mais vulneráveis a se deslocarem para novas áreas em busca de pastagens, alimentos e segurança”, afirma Mary Njeri, diretora global de combate à fome da World Vision.
Esse relatório constatou que 80% dos membros da comunidade acreditam que a mudança climática piorou sua situação econômica, e quase 60% concordaram totalmente que o clima aumenta o risco de fome. Os efeitos da mudança climática colocam as pessoas, especialmente os agricultores e pastores, em posições extremamente vulneráveis, o que agrava as tensões sociais em suas comunidades, à medida que tentam encontrar novas formas de sustentar suas famílias. Os moradores das comunidades concordaram quase unanimemente que as mudanças climáticas provocam deslocamentos para suas comunidades ou para fora delas, e mais de um terço das pessoas pesquisadas (35%) afirmou ter vivenciado alguma forma de conflito nos últimos 12 meses. Muitos desses conflitos foram causados por disputas de terra (27%) ou de água (20%).
“As conclusões desse relatório são alarmantes e revelam problemas que só tendem a aumentar se não agirmos para promover a terra de Deus”, acrescenta Njeri. “À medida que as pessoas são forçadas a se deslocar ou que os conflitos são inflamados enquanto as comunidades lutam contra os efeitos das mudanças climáticas, as pessoas costumam recorrer a mecanismos negativos de enfrentamento que apenas degradam ainda mais o meio ambiente. Quase um terço das pessoas disse que os efeitos da mudança climática levaram a um aumento do desmatamento em suas comunidades, pois a diminuição da produção agrícola levou as pessoas a procurar mais terras para cultivar alimentos ou a recorrer à mineração para sustentar suas famílias.”
“Precisamos urgentemente que os países mais ricos cumpram as promessas de financiamento para ajudar as comunidades a se adaptarem às mudanças climáticas de forma que não prejudiquem ainda mais o meio ambiente nem agravem os conflitos. Todos os países têm a responsabilidade de garantir que estão fazendo sua parte para limitar as emissões e, na medida do possível, manter as temperaturas abaixo de 1,5˚C. Já passamos de 1,1˚C, mas temos a obrigação de proteger o planeta para nossos filhos. Caso contrário, o mundo não será apenas mais quente, mas também mais sangrento e faminto.”
A Visão Mundial World Vision é uma organização cristã de assistência, desenvolvimento e defesa dedicada a trabalhar com crianças, famílias e suas comunidades para atingir seu pleno potencial, combatendo as principais causas da pobreza e da injustiça. A World Vision e seus parceiros atuam nas comunidades para melhorar as perspectivas econômicas das famílias, fortalecer os serviços de proteção infantil e prevenção da violência e melhorar os sistemas educacionais.
A World Vision atende a todas as pessoas, independentemente de religião, raça, etnia ou gênero. Para mais informações, acesse aqui ou siga-nos no X (antigo Twitter) @WorldVision
Sobre o relatório
O estudo analisou dados de campo de uma pesquisa realizada com 2.716 pessoas em nove países onde a World Vision atua para mostrar que conflitos, deslocamentos forçados e insegurança alimentar associados às mudanças climáticas já estão ocorrendo, e em uma diversidade muito maior do que se imaginava. Os escritórios foram selecionados para participação com base em sua capacidade, exposição relevante ao clima, conflitos e fome, e distribuição geográfica. Cada escritório identificou uma região específica em seu país (ou região, como foi caso da América Central Insular ou “Corredor Seco”, como é conhecida). Portanto, os resultados não devem ser generalizados para os países, mas apenas para as áreas de interesse, que foram as seguintes: Centre Est, em Burkina Faso, Haut Katanga e Lualaba, na República Democrática do Congo (RDC),[1] Anbar, no Iraque, Bougainville, em Papua Nova Guiné (PNG), e Puttalam, no Sri Lanka. As descobertas provenientes de diversas comunidades urbanas, rurais e indígenas em El Salvador, Guatemala, Honduras e Nicarágua foram agrupadas e denominadas como "Corredor Seco". O escopo inicial e o desenvolvimento da metodologia de pesquisa ocorreram em junho e julho de 2023, antes da coleta de dados de campo realizada em agosto e setembro de 2023.
Principais dados coletados:
Para 86% dos entrevistados, a mudança climática representa um problema sério para suas comunidades e 83% acreditam que a mudança climática representa um risco sério para eles e suas famílias.
As preocupações mais comuns foram em relação à seca (57%), mudanças no padrão de chuvas (48%) e ondas de calor (42%).
Para 60%, a mudança climática agrava o conflito em suas comunidades.
Quando perguntados sobre a causa do conflito ambiental e climático em suas comunidades, 38% afirmaram que era devido à escassez de água. Em seguida, a corrupção (20%) e o deslocamento forçado (17%) foram as respostas mais comuns.
Os entrevistados são quase unânimes em concordar (99%) que a mudança climática leva ao deslocamento para a sua comunidade ou para fora dela.
Dos entrevistados, 82% concordaram com a afirmação "as mudanças climáticas pioram minha situação econômica".
Quando perguntados sobre como foram afetados negativamente pelas mudanças climáticas, 72% dos entrevistados mencionaram impactos relacionados aos meios de subsistência, incluindo "perda dos meios de subsistência", "redução das pastagens", "quebra de safra" e "dificuldade de acesso à água e/ou alimentos".
Mais da metade (51%) dos entrevistados relatou que a diminuição do acesso a alimentos e água foi um dos principais impactos dos riscos climáticos, enquanto 57% concordaram totalmente que as mudanças climáticas aumentaram o risco de fome ou insegurança alimentar.
[1] Em 2015, a província histórica de Katanga foi dividida em quatro novas províncias, duas das quais (Lualaba e Haut Katanga) foram incluídas na pesquisa. Entretanto, algumas vezes no relatório nos referimos a "Grand Katanga" para facilitar a referência.
Esta pesquisa destaca o custo de décadas de inação por parte da comunidade internacional
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