Pescoço envelhecido e com rugas é herança preocupante da "Geração Tech Neck"

A Geração Tech Neck, composta principalmente por jovens e adultos que cresceram imersos na era da tecnologia, está enfrentando desafios estéticos...
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Mulher com a cabeça cuevada olhando celular.

Geração que nasceu usando os celulares está cada vez mais preocupada com os sinais de envelhecimento precoce que aparecem no pescoço


Inclinação frequente para baixo a fim de olhar o celular está envolvido na formação dessas linhas


Destaques:
  •  Geração Tech Neck é composta principalmente por jovens e adultos que cresceram imersos na era da tecnologia e sentem os sinais do envelhecimento no pescoço pelo uso constante de smartphones.
  •  A pele do pescoço é mais fina e, além do uso das tecnologias, as contrações na musculatura da região também prejudicam o contorno facial.
  • Existem técnicas minimamente invasivas e cirúrgicas para tratar, mas os cuidados de hidratação com a pele do rosto devem ser estendidos ao pescoço.

São Paulo – outubro 2023 - É curioso pensar nessa ambiguidade, mas a geração que ama estar com a pele perfeita nas selfies é a mesma que está acelerando o envelhecimento do pescoço – pelo uso excessivo do celular. “A pele do pescoço realmente é mais fina, com pouco tecido subcutâneo e bem próxima das camadas musculares mais profundas. Isso faz com que alterações do envelhecimento como flacidez, rugas estáticas e músculos mais marcados aconteçam”, diz o dermatologista Dr. Renato Soriani*, expert em tecnologias, ex-coordenador do Departamento de Laser e Tecnologias da Sociedade Brasileira de Dermatologia (2017-2021). No entanto, nas últimas décadas, um novo fenômeno tem se tornado cada vez mais preocupante: a chamada "Geração Tech Neck". Com o avanço da tecnologia e o crescente uso diário de dispositivos móveis, como smartphones e tablets, as pessoas têm passado cada vez mais tempo curvadas sobre as telas, com a cabeça inclinada para frente e o pescoço dobrado. O médico explica que essa postura, muitas vezes adotada por períodos longos, está acelerando o processo natural de envelhecimento do pescoço, causado em rugas, flacidez e linhas de expressão precoces.

A Geração Tech Neck, composta principalmente por jovens e adultos que cresceram imersos na era da tecnologia, está enfrentando desafios estéticos únicos relacionados ao envelhecimento do pescoço. “Além disso e do envelhecimento cronológico, questões hormonais, alimentação, ingestão de água, exposição solar, cigarro e erros posturais podem contribuir para o processo de envelhecimento”, acrescenta o Dr. Renato Soriani. As alterações estéticas mais comuns que aparecem na região são: flacidez, manchas solares, linhas de expressão, vermelhidão e músculos mais evidentes; além de acúmulos localizados de gordura e prejuízo do contorno facial.

As contrações da musculatura do pescoço também podem, segundo a Dra. Cláudia Merlo*, médica especialista em Cosmetologia pelo Instituto BWS, prejudicar o contorno facial, na medida em que o músculo do pescoço pode ‘derreter’ o rosto. “Poucas pessoas sabem, mas o músculo do pescoço, conhecido como platisma, é depressor da face, ou seja, as contrações constantes dele tendem a ‘puxar’ para baixo toda a região do terço inferior”, diz o Dr. Paolo Rubez*, cirurgião plástico membro da BAPS. “Para evitar esse tipo de situação, os tratamentos faciais devem ser estendidos a essa área. Sempre aviso aos pacientes a importância de fazer toxina botulínica na face e também no pescoço”, explica a médica Dra. Cláudia.

A toxina botulínica atua relaxando a musculatura, agindo tanto na prevenção quanto no tratamento das rugas ocasionadas pela contração dos músculos do pescoço. Mas o Dr. Renato Soriani diz que é importante associar tratamentos, como os bioestimuladores e as tecnologias. “No caso, o bioestimulador é uma substância aplicada na pele para promover uma inflamação controlada, a fim de estimular as células formadoras de colágeno (fibroblastos) a produzirem colágeno, por volta de 18 meses. Com o estímulo de colágeno, a pele fica mais elástica e firme”, diz a Dra. Cláudia. “É um produto que injetamos profundamente, mas dentro ainda do tecido cutâneo. Após injetado, é comum o paciente já ficar satisfeito, mas por conta do volume injetado, que traz uma falsa impressão de preenchimento. Ao passar essa sensação, se inicia a verdadeira formação do colágeno que ele estimulou. Esse processo se inicia em 30 dias e pode durar até 60 dias que seria quando veríamos o verdadeiro resultado. A ação esperada é de firmeza na pele e possível preenchimento de rugas finas além de melhora da textura da pele”, diz a Dra. Cláudia Merlo.

Quanto às tecnologias, a dermatologista Dra. Ana Maria Pellegrini*, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, destaca o ultrassom microfocado.  “O ultrassom microfocado gera uma energia capaz de penetrar profundamente na pele e gerar pontos de coagulação na camada desejada, incluindo as mais superficiais, para estimular a produção de colágeno, a musculatura, causando uma contração no músculo. Dessa forma, conseguimos, por exemplo, combater rugas e diminuir a flacidez no colo e pescoço”, destaca a médica, que ainda explica que a energia gerada pelo procedimento também é capaz de ajudar a reduzir gordura, assim podendo ser utilizado para reduzir a papada e melhorar o contorno facial. “É possível notar melhora logo após a sessão, mas os efeitos são gradualmente potencializados, atingindo o pico de um a três meses após o tratamento”, destaca a Dra. Ana Maria Pellegrini.

Segundo o Dr. Renato Soriani, outra opção interessante é a radiofrequência microagulhada, que atua de maneira semelhante, só que com a penetração de pequenas agulhas na pele durante o tratamento. “O laser de picossegundos não utiliza agulha e sim um tipo de energia sonora, com pouco calor, que consegue tratar as camadas mais profundas da pele sem causar lesões nas camadas superficiais, oferecendo segurança e eficácia”, diz o médico.

O Dr. Paolo Rubez diz que até mesmo técnicas cirúrgicas podem ser feitas em pessoas mais jovens para uma solução definitiva. Segundo o especialista, o Deep Neck Lift, além de trazer resultados mais naturais, é uma alternativa duradoura e segura aos procedimentos não invasivos injetáveis. “Essa técnica se diferencia por tratar todas estas camadas do pescoço, desde as mais superficiais até as mais profundas. As técnicas mais antigas tratavam apenas a pele e a gordura superficial. Deep Neck Lift permite tratar em uma só cirurgia a região do pescoço e a papada. É muito interessante porque pode ser feito em jovens e melhora demais a definição da região”, diz o Dr. Paolo. “Muitas vezes o pescoço não era tratado de maneira direta, ou seja, ele era ‘esticado’ por uma tração lateral da pele a partir das incisões do lifting facial nas laterais do rosto”, explica o Dr. Paolo. O nome da técnica é devido ao fato de tratar também as estruturas mais profundas do pescoço, como os músculos, a gordura acima dos músculos e a glândula submandibular.

O cirurgião plástico explica que a área do pescoço deve ser tratada diretamente, de forma independente do restante da face. “Ela possui várias estruturas anatômicas que devem ser consideradas. Um mau resultado nesta região pode ser consequência de não tratar todas as estruturas de forma correta”, completa o Dr. Paolo.

Além de todos os tratamentos, a farmacêutica Maria Eugênia Ayres*, gerente técnica da Biotec Dermocosméticos, reforça que é importante estender ao pescoço os cuidados diários com a pele do rosto. Ela sugere ativos como a Vitamina C, Scutaline e Hyaxel. “No caso da Vitamina C, é interessante buscar por formas do ativo vetorizado em sílicio, como o Ascorbosilane C, pois essa tecnologia garante permeação e resultados potencializados ao facilitar a penetração do ingrediente pelo estrato córneo, que é a camada mais externa da pele que funciona como uma barreira protetora”, diz a farmacêutica. O silício também é cofator da síntese de colágeno. “Scutaline é um ativo inovador com ação preventiva e curativa contra as células-zumbis, ou células senescentes, aquelas que, devido à idade e fatores como estilo de vida e agressores ambientais, perderam a capacidade de se dividir, secretando substâncias que promovem inflamação e danificam as células vizinhas, incluindo os fibroblastos, responsáveis pela produção de colágeno e elasticidade da pele”, afirma a especialista Maria Eugênia. “O Scutaline também diminui a inflamação e evita a propagação da senescência celular, assim diminuindo o impacto das células zumbis e, consequenetemente, o acúmulo de radicais livres, normalizando a produção energética e prevenindo a degradação de colágeno”, explica Maria Eugênia. Já Hyaxel é um ácido hialurônico de baixo peso molecular vetorizado em silício orgânico. “Ele contribui na síntese de colágeno e ácido hialurônico. Associados, esses ativos melhoram a hidratação, a firmeza e a viscoelasticidade da pele”, finaliza Maria Eugênia.

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*DR. RENATO SORIANI: Dermatologista membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e membro efetivo da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD). Mestre em Dermatologia pela USP e ex-coordenador do Departamento de Laser e Tecnologias da Sociedade Brasileira de Dermatologia (2017-2021), o médico é CEO da Renascence Dermatologia (Ribeirão Preto/SP) e Key Opinion Leader nacional e mundial de marcas como INMODE, Entera, DEKA e LMG, além de atuar como coordenador e palestrante em congressos nacionais e internacionais. CRM 121106 | Instagram @renatosoriani.dermato

*DR. PAOLO RUBEZ: Cirurgião plástico formado pela UNIFESP, é membro da BAPS (Brazilian Association of Plastic Surgeons), da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica (ASPS) e da Sociedade de Cirurgia de Enxaqueca dos EUA. Dr. Paolo Rubez é Mestre em Cirurgia Plástica pela Escola Paulista de Medicina da UNIFESP. O médico tem 8 Observerships com o Dr. Bahman Guyuron em Cirurgias Plásticas Faciais, em Cleveland – EUA. É idealizador do Migraine Surgery Academy, que ensina e estimula cirurgiões plásticos de todo mundo a realizarem as cirurgias de enxaqueca a fim de beneficiar mais pacientes com o tratamento. Instagram: @drpaolorubez

*DRA. CLÁUDIA MERLO: Médica especialista em Cosmetologia pelo Instituto BWS. Diretora da Clínica Cláudia Merlo. Instagram: @dra.claudiamerlo

*MARIA EUGENIA AYRES: Graduada em Farmácia Industrial pela Faculdade Oswaldo Cruz com Pós-Graduação em Farmacologia Clínica. Atua no Setor Magistral desde 2000 onde atualmente é Gerente Técnica da Biotec. CRF 33.424.

*DRA. ANA MARIA PELLEGRINI: Dermatologista especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), com especialização também em Medicina Estética e Medicina do Trabalho. Membro da SBD e de diversas outras sociedades médicas nacionais e internacionais, foi presidente da distrital norte-fluminense da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Formada pela Faculdade de Medicina de Campos (RJ), a Dra. Ana Maria Pellegrini é responsável técnica da clínica PELLE e comanda o podcast Questão de Pelle. Embaixadora da Galderma Aesthetics, a médica foi pioneira em procedimentos injetáveis no Brasil. Ex-coordenadora das campanhas de câncer de pele na cidade de Campos dos Goytacazes (RJ), hoje faz MBA em Marketing, Empreendedorismo e Gestão, além de ser participação constante em congressos nacionais e internacionais.  CRM 5253066-0/RQE 18927 | Instagram: @dra.anapellegrini.dermato

 

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