As voltas que a lua dá...

DO TEXTO: Eu, mais interessado nas fofocas de bastidores, sempre queria nomes. Ele, mais focado na imagem institucional, não delatava. Ser um Adas já explicava.
Homem tatuado



A tal meia lua, tatuada nas partes íntimas do jogador, poderá fazê-lo ver o sol... quadrado


Por: Fernando Adas*

Saio pelas ruas e constato que a grande maioria das pessoas tem tatuagens.

Será que com a dificuldade cada vez maior de nos diferenciarmos socialmente, surge esse movimento para nos mostrarmos exclusivos e únicos?

A conferir com os psicólogos sociais.

De qualquer forma, a identidade epidérmica levou Daniel Alves a se complicar no processo de assédio movido contra ele, na Espanha.

A tal meia lua, tatuada nas partes íntimas do jogador, poderá fazê-lo ver o sol... quadrado.

Mas qual é a nossa verdadeira identidade? Creio que o nosso sobrenome.

Me lembro de meu avô, orgulhoso, me contando a história dos Adas.

Eu, mais interessado nas fofocas de bastidores, sempre queria nomes. Ele, mais focado na imagem institucional, não delatava. Ser um Adas já explicava atitudes e comportamentos.

E os produtos e serviços? Qual a verdadeira identidade deles? A marca.

Marcas nos tornam exclusivos e únicos. São construídas com o tempo, ao longo da experiência dos clientes.

Você certamente tangibiliza um Chanel ou uma Ferrari em sua cabeça, coração e bolso.

As empresas até podem dizer que suas marcas são lindas, duráveis, modernas mas nada substitui o momento da verdade, quando o consumidor prova e avalia.

De vez em quando, pergunto a pessoas que se relacionam comigo, quais o meus três pontos fortes e fracos.

Saber como a minha marca tem sido percebida, ajuda na melhoria das relações e na fidelização.

Percebo claramente como a nossa marca gera comportamentos.

Quando corto o cabelo bem curto, máquina quase zero, ninguém no metrô me oferece assento.

Mas se evidencio o grisalho em um comprimento maior, certamente a gentileza coletiva cresce.

Precisamos estar atentos ao que queremos e a quem queremos comunicar e, mais importante ainda, como nos recebem e percebem.

O que você imagina quando vê uma meia lua? Romantismo? Esoterismo?

E quando vê uma meia lua tatuada em um jogador de futebol? Apego à natureza? Espiritualidade?

Mas se essa lua é pega em flagrante em um banheiro, para onde vai o seu significado?

A história do Daniel Alves não é bacana, mas tem o mérito de nos provocar a inúmeras reflexões das quais compartilho uma com você.

Que possamos estar atentos às nossas marcas, pessoais e profissionais, focando esforços para iluminar pessoas e clientes com uma lua cheia de boas experiências.

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*Fernando Adas é fundador e diretor de planejamento e atendimento da Fine Marketing e autor do livro “O Safado, a Biscate e Eu: causos, cases e casos de um publicitário indiscreto”. 


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